Segunda edição do evento reuniu mais de 250 convidados e buscou fortalecer a equidade racial e de gênero
Em uma noite que celebrou a potência e a resiliência das mulheres negras no Brasil, o Fundo Agbara realizou, na noite de ontem (4), a 2ª edição do Jantar Agbara: Ampliando Impacto. O evento, que aconteceu na Kaza Fendi em Pinheiros, reuniu um público de mais de 250 convidados. O jantar reuniu personalidades e apoiadores em torno da causa da equidade racial e de gênero, garantindo uma arrecadação que permitirá ao fundo expandir suas iniciativas ao longo de 2025.
A cerimônia de abertura foi conduzida pela jornalista e apresentadora Cris Guterres, que assumiu o papel de mestre de cerimônia da noite. Em seguida, Shenia Karlsson, psicóloga e criadora de conteúdo, subiu ao palco para fazer a fala de boas-vindas, recebida com entusiasmo pelo público. “É uma honra participar do 2º Jantar Agbara. Apesar de muito jovem, a instituição alcançou feitos muito grandes”, disse Shenia, ao ressaltar a missão do fundo. “Hoje é um dia de alegria, pois o Agbara vive e revive. E em tempos como o nosso, é necessário coragem para sustentar essa posição de fortalecimento de bases”.
Ainda em seu discurso, Shenia destacou o desafio de manter a sustentabilidade financeira das iniciativas que apoiam as mulheres negras no Brasil, especialmente considerando que “não somos sempre aquelas que lideram as captações de recursos”. Em seguida, uma apresentação cultural de Puma Camillê, que uniu capoeira e voguing em uma performance única, carregada de simbolismo e expressão. A apresentação trouxe ao espaço uma atmosfera de resistência e orgulho cultural, estabelecendo o tom da noite.
Entre os presentes, estavam nomes de peso como a apresentadora Astrid Fontenelle, acompanhada de seu filho Gabriel Fontenelle, de 16 anos. A jornalista fez questão de expressar sua alegria em participar do evento e apoiar a causa.
“Eu me senti muito honrada de ter sido convidada e ter tido a oportunidade de adquirir uma mesa para estar aqui, pois acredito, desde sempre, que uma mão puxa a outra. E neste caso específico, me toca duplamente, pois sempre me identifiquei com causas femininas, mas a chegada do meu filho me fez enxergar a grande necessidade de colocar luz nesta questão. Além disso, ter a oportunidade de reencontrar amigos e participar desta festa linda me deixa muito contente”, disse Astrid.
Ao longo da noite, Aline Odara, fundadora do Fundo Agbara, compartilhou com o público a trajetória e o impacto da organização. Ela descreveu o fundo como um verdadeiro “fenômeno”, destacando a importância do Agbara como o primeiro fundo para mulheres negras – não somente do Brasil, mas de toda a América Latina.
“O Fundo Agbara nasceu em meio à pandemia e em quatro anos, um movimento inicial de apoio por meio de vaquinhas se transformou em um fundo comprometido com o fomento financeiro, programas de empregabilidade e a criação de políticas públicas”. Fabiana Aguiar, co-fundadora do Fundo Agbara, também compartilhou o seu orgulho e gratidão. Ela contou como é sempre emocionante toda a vez que contam a história do Fundo e descreveu como o momento era a celebração do esforço contínuo de mulheres negras. “Somos o sonho de nossas antepassadas. Sou fruto do sonho radical da dona Marinete, minha mãe”.
Fabi também destacou os resultados do fundo: mais de 4 mil mulheres impactadas e mais de 10 milhões de reais mobilizados em apenas quatro anos. “Recebemos depoimentos de que o Agbara é um marco, um divisor de águas. Criamos uma autoestima institucional inabalável. Sabemos de onde viemos, e quem sabe de onde vem, não esquece para onde vai.”
Ela concluiu seu discurso convidando todos os presentes a se unirem ao Agbara para ampliar o alcance da iniciativa: “Foram 300 pessoas que confiaram desde o início e continuam confiando. O futuro é agora, e precisamos nos mover. Venham com a gente. Venham com o Agbara.“
Sobre o Fundo Agbara
Fundado em setembro de 2020, em resposta à crise econômica gerada pela pandemia, o Fundo Agbara (palavra yorubá que significa potência), foi criado com a missão de promover a dignidade humana, a equidade racial e de gênero. A organização é pioneira no Brasil como o primeiro fundo voltado exclusivamente para mulheres negras, atuando para garantir o acesso a direitos socioeconômicos fundamentais a este grupo demográfico, o mais impactado pela pandemia.
Fonte: Si Comunicação