A programação reúne espetáculos, oficinas, música, cinema, mesas de debates, exposição em homenagem à Léa Garcia e ainda palestras, incluindo uma com a própria Helena Theodoro
O Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (CCBB SP) recebe, a partir de 6 de dezembro, a ocupação “Trilogia Matriarcas”, uma homenagem à vida e obra de Helena Theodoro, primeira doutora preta do Brasil. A programação celebra os 80 anos de sua trajetória, marcada pela defesa da cultura afro-brasileira e pelo enfrentamento ao racismo estrutural. Com uma agenda que inclui teatro, exposições e debates, o evento, que acontece no prédio anexo do CCBB São Paulo, oferece ao público uma imersão no legado multifacetado da ativista. O projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e Banco do Brasil, com patrocínio do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet.
A programação é ancorada nos espetáculos da trilogia “Matriarcas”, composta por três peças teatrais inspiradas nas vivências de Helena Theodoro e em histórias de mulheres negras que enfrentaram desafios e transformaram suas realidades. “Mãe de Santo”, com dramaturgia de Renata Mizrahi e direção de Luiz Antônio Pilar, traz a premiada atriz Vilma Melo no papel principal. A peça, escrita a partir de textos e relatos de Helena Theodoro, reflete sobre os muitos papéis desempenhados por mulheres negras ao longo da vida, evocando questões de ancestralidade e espiritualidade, trazendo um posicionamento firme e de orgulho das histórias contadas e passadas por gerações e documentando como as mulheres afro-brasileiras são diálogos, corpos sagrados que utilizam o homem como complemento de suas narrativas e vivências.
“Esse espetáculo é a expressão da minha felicidade e do meu compromisso com nossa ancestralidade. Um projeto que nasceu em 2018, após a descoberta do Alzheimer da minha avó materna Maria (que é mãe de santo) e da reconexão com a minha fé, que me permitiu vislumbrar esta montagem trazendo à cena histórias de tantas mulheres que admiro, que me inspiram e me orientam”, revela o idealizador, produtor e Diretor da Palavra Z, Bruno Mariozz.
Já “Mãe Baiana”, estrelada por Dja Martins e Luiza Loroza, trata do luto e da memória afetiva por meio da relação entre avó e neta. No enredo, a avó lida com a perda de um filho, fato que Helena Theodoro viveu quando seu menino de quatro anos morreu afogado. No início, ao contrário da avó que compreende a morte, a neta inicia a narrativa sem entendimento, mas aos poucos se reconcilia com o conceito. Embora a premissa seja marcada por tristeza, a obra retrata a dor com sensibilidade e também com a serenidade que a personagem da avó – e de certa forma, Helena – adquire ao longo do tempo.
Para o diretor Luiz Antonio Pilar, a concepção de “Mãe baiana” nasce da proposta do texto. Nele, estão os conflitos de gerações e de conceitos entre uma jovem mulher de seus 20 e poucos anos e sua avó, octogenária. “Um conflito que não significa necessariamente violência ou brigas, mas as diferenças de ideias de tempos que já passaram. São dois mundos diferentes que hoje estão no mesmo espaço”, analisa o diretor, que fala também sobre a perspectiva racial da montagem. “Me ressinto com a dramaturgia nacional que quando vai falar do negro, principalmente o urbano, é sempre no conflito da violência. A questão nunca é contraditória ou está na diferença de perspectiva. É sempre no jovem negro matando ou morrendo, da família desconstruída, da falta de afeto. Em ‘Mãe baiana’ o conflito está inserido numa sociedade cotidiana e na família geracional, constituída por mulheres, convivendo no mesmo espaço”, explica Pilar.
O terceiro espetáculo, “Mãe Preta”, com dramaturgia de Valesca Lins, destaca a jornada de uma mulher negra que, ao superar grandes perdas, reconstrói sua vida, reafirma sua independência e se fortalece como pilar de sua comunidade. A peça tratará da mulher dessa “Helena” de volta ao seu lar. Mulher empreendedora, independente e muito consciente de sua capacidade de atuar na comunidade, cuidando dos filhos e suprindo as necessidades econômicas dos seus, junto com sua mãe e filha. Esse texto inédito retrata uma das últimas revelações da doutora: “Antes do Brício nascer meu casamento já estava no fim, e eu como mulher morta há muito tempo. Foi após a morte do meu filho Brício, que ao chegar no fundo do poço, tive que me reerguer e reencontrar a Helena Theodoro que hoje todos conhecem. Que não é a metade da laranja de ninguém, muito menos a costela de adão. Nós mulheres somos 51% da sociedade, os outros 49% são nossos filhos”, explica Helena.
Além dos espetáculos, a exposição “Baobá de Memórias – uma homenagem à Léa Garcia”, uma das grandes damas do teatro negro brasileiro, irá complementar a experiência. A mostra presta tributo à atriz em seu último trabalho, a versão audiovisual de Mãe Baiana, também dirigida por Luiz Antônio Pilar. O público poderá conferir fotos de cena e de bastidores, além de áudios, figurinos da peça e uma grande estante de referências de livros de pessoas pretas, especialmente mulheres. Ao entrar na exposição, o visitante atravessa um labirinto de turbantes, até se deparar com um grande baobá com mais de 300 flores em formato pendular, que saem do teto em várias camadas. A exibição da sessão audiovisual da peça “Mãe Baiana”, com participação de Léa Garcia e Luana Xavier, também faz parte da programação.
A ocupação em homenagem à Helena inclui também seis mesas de debates que serão transmitidas ao vivo e disponíveis nas redes sociais da produtora Palavra Z. Entre os temas estão o sagrado feminino, a diversidade, a política e as escrevivências femininas, reunindo grandes nomes como Cláudia Alexandre, Sueli Carneiro, Elisa Lucinda, Luana Xavier e Mãe Márcia Marçal.
A “Trilogia Matriarcas” também conta com uma programação de palestras, oficinas e música que ampliam a vivência cultural do público. Entre os destaques estão as palestras “Princípio Feminino nas Filosofias Africanas” (7/12), com Helena Theodoro, e “Filosofia Africana no Brasil” (30/01), que exploram a presença do pensamento africano nas discussões contemporâneas sobre identidade e cultura. As oficinas trazem propostas diversas, como a de sonoridades com Dani Nega (15/12), que aborda o uso do sample como dramaturgia sonora, e a de dança-afro “Raízes do Movimento” (22/12), com Fernanda Dias, que reflete sobre o corpo e a ancestralidade. Também estão previstas as oficinas “O Encanto das Ervas” com Mãe Márcia Marçal (12/01), a oficina de teatro para infância “Eu o outro o espaço e a comunidade” com Graciana Vallades (05/01) e “Ancestralidade pelas Mãos” com Andreia da Silva Luiz (19/01).
Para completar a programação, aos sábados, a partir das 17h, o público poderá conferir a discotecagem de Dani Nega. Com entrada gratuita, a ocupação promete trazer uma nova perspectiva sobre Helena Theodoro ao público, que terá a oportunidade de conhecer mais sobre sua história e ideias que se tornaram referência para a nova geração de pensadores e ativistas. E para a filósofa, essa ocupação representa uma verdadeira celebração da filosofia africana e da mulher negra:
“Estou profundamente feliz e honrada com essa ocupação no CCBB. Para mim, essa é uma oportunidade incrível de celebrar e difundir a filosofia africana, especialmente por meio de espetáculos que exaltam as múltiplas dimensões da mulher: política, sagrada e secreta. Essas diferentes facetas coexistem em uma única mulher, e isso reflete a visão africana de que a mulher não se limita a um papel preestabelecido. Ela pode ser política, espiritual, e desempenhar muitas outras funções. Além disso, o que mais me emociona é a possibilidade de usar o palco para compartilhar essa visão do feminino como uma força vital, capaz de gerar, expandir e conectar gerações. É um espaço onde o saber ancestral e a arte se entrelaçam para enriquecer nossa cultura contemporânea”, ressaltou Helena.
Ao destacar o legado de Helena Theodoro, o Centro Cultural Banco do Brasil celebra a história de resistência e sabedoria da cultura afro-brasileira, oferecendo ao público uma experiência enriquecedora que conecta arte, conhecimento e transformação social. Essa iniciativa fortalece o papel do CCBB como um espaço de valorização e celebração das múltiplas vozes que compõem a identidade cultural brasileira.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA
De 06 de dezembro de 2024 até 23 de fevereiro de 2025.
EXPOSIÇÃO
BAOBÁ DE MEMÓRIAS – UMA HOMENAGEM À LÉA GARCIA | Térreo Anexo | 12 anos
De 06 de dezembro a 25 de janeiro de 2025.
Todos os dias, exceto às terças, de 9h às 20h
Obs: sábados de 9h às 19h (devido à discotecagem)
R. da Quitanda, 70 – Sé, São Paulo – SP, 01012-010 (Prédio anexo Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo)
CINEMA
EXIBIÇÃO DO FILME “MÃE BAIANA” com Léa Garcia e Luana Xavier | 1ª andar Anexo | 40 min | 12 anos | 70 lugares
De 06 de dezembro a 25 de janeiro de 2025.
Todos os dias, exceto às terças.
Segundas, quartas e sextas de 9h às 20h | quintas e sábados de 9h às 16h (devido às mesas de debates e discotecagem) | domingos de 12h às 20h (devido às oficinas)
Exibição com sessões a cada 1 hora.
R. da Quitanda, 70 – Sé, São Paulo – SP, 01012-010 (Prédio anexo Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo)
TEATRO
Mãe de Santo
19 de dezembro 2024 a 5 de janeiro 2025
quinta e sexta às 19h | sábado e domingo às 18h
Sessão extra 26 de janeiro de 2025 – domingo às 15h
50 minutos | 12 anos | Teatro | 120 lugares
Mãe Baiana
10 a 26 de janeiro 2025
sexta às 19h | sábado e domingo às 18h
50 minutos | 12 anos | Teatro| 120 lugares
Mãe Preta
30 de janeiro a 23 de fevereiro 2025
Quinta e sexta às 19h | Sábado e domingo às 18h
50 minutos | 12 anos | Teatro| 120 lugares
DEBATES
Dia 6/12, sexta-feira – “O Sagrado Feminino”, com Mãe Flávia Pinto e Claudia Alexandre | 17h às 19h | Livre | 1º andar Anexo | 70 lugares
Dia 12/12, quinta-feira – “Mulheres Secretas”, com Elisa Lucinda e Jéssica Nascimento | 17h às 19h | Livre | 1º andar Anexo | 70 lugares
Dia 19/12, quinta-feira – “Escrivências Femininas”, com Lia Vieira e Rita Teles | 17h às 19h | Livre | 1º andar Anexo | 70 lugares
Dia 09/01, quinta-feira – “Mulheres Sagradas”, com Mãe Márcia Marçal e Luana Xavier | 17h às 19h | Livre | 1º andar Anexo | 70 lugares
Dia 16/01, quinta-feira – “Mulheres Políticas”, com Sueli Carneiro e Katiuscia Ribeiro | 17h às 19h | Livre | 1º andar Anexo | 70 lugares
Dia 23/01, quinta-feira – “Diversidade Feminina”, com Sara York e Sanara Santos | 17h às 19h | Livre | 1º andar Anexo | 70 lugares
PALESTRAS
Dia 7/12, sábado – “Princípio Feminino nas Filosofias Africanas”, com Helena Theodoro | 10h às 12h | Livre | 1º andar Anexo | 70 lugares
OFICINAS
Dia 15/12, domingo – “Sonoridades: sample como dramaturgia sonora”, com Dani Nega | 14h às 16h | Livre | 1º andar Anexo | 70 lugares
Dia 22/12, domingo – “Dança Afro: Raízes do Movimento”, com Fernanda Dias | 10h às 12h | Livre | 1º andar Anexo | 70 lugares
Dia 05/01, domingo – “Eu, o Outro, o Espaço e a Comunidade: práticas teatrais para a infância”, com Graciana Valladares | 14h às 16h | Livre | 1º andar Anexo | 70 lugares
Dia 12/01, domingo – “O Encanto das Ervas”, com Mãe Márcia Marçal | 10h às 12h | Livre | 1º andar Anexo | 70 lugares
Dia 19/01, domingo – “Artesanato: Ancestralidade pelas mãos”, com Andreia da Silva Luiz | 10h às 11h30 | Livre | 1º andar Anexo | 70 lugares
MÚSICA
Dia 6/12, sexta-feira – Atração musical com Maíra Freitas (voz e piano) | 19h às 20h | Livre | 1º andar Anexo | 70 lugares
Dia 7/12, sábado – Discotecagem com Dani Nega | 17h às 18h | 12 anos | 1º andar Anexo | 70 lugares
Dia 14/12, sábado – Discotecagem com Dani Nega | 17h às 18h | 12 anos | 1º andar Anexo | 70 lugares
Dia 21/12, sábado – Discotecagem com Evelyn Cristina | 19h às 20h | 12 anos | 1º andar Anexo | 70 lugares
Dia 04/01, sábado – Discotecagem com Evelyn Cristina | 19h às 20h | 12 anos | 1º andar Anexo | 70 lugares
Dia 08/01, quarta-feira – Atração musical com Maryzélia Conceição (voz, violão e percussão) | 19h às 20h | 12 anos | Teatro | 120 lugares
Dia 17/01, sexta-feira – Atração musical com Fabiana Cozza (voz e cavaco) | 20h às 20h30 | 12 anos | Teatro | 120 lugares
Dia 18/01, sábado – Discotecagem com Evelyn Cristina | 19h às 20h | 12 anos | 1º andar Anexo | 70 lugares
Dia 19/01, domingo – Cortejo da Escola de samba Mocidade Unida da Mooca | 16h às 17h | Livre | Trajeto Praça do Patriarca até Rua da Quitanda, 70
Dia 22/01, quarta-feira – Atração musical com Marina Iris (voz e violão) | 19h às 20h | 12 anos | Teatro | 120 lugares
Dia 25/01, sábado – Discotecagem com Evelyn Cristina | 19h às 20h | 12 anos | 1º andar Anexo | 70 lugares
Dia 05/02, quarta-feira – Atração musical com Fabíola Machado | 19h às 20h | 12 anos | Teatro | 120 lugares
Ficha técnica
Mãe de Santo: Argumento: Helena Theodoro | Texto: Renata Mizrahi | Direção: Luiz Antonio Pilar | Elenco: Vilma Melo| Direção Musical: Wladimir Pinheiro | Direção de Produção: Bruno Mariozz | Iluminação: Anderson Ratto | Figurino e cenário: Clívia Cohen | Instalação de turbantes: Renata Mota | Programação Visual: Patricia Clarkson |Design Gráfico: Rafael Prevot | Idealização: Bruno Mariozz e Vilma Melo | Produção: Palavra Z Produções Culturais
Mãe Baiana: Argumento: Helena Theodoro | Texto: Thaís Pontes e Renata Andrade | Direção: Luiz Antonio Pilar | Elenco: Dja Marthins e Luiza Loroza| Direção Musical: Wladimir Pinheiro | Direção de Produção: Bruno Mariozz |Diretora Assistente: Lorena Lima | Iluminação: Anderson Ratto | Figurino e elementos cenográficos: Clívia Cohen | Cenário: Renata Mota e Igor Liberato | Programação Visual: Patricia Clarkson |Design Gráfico: Rafael Prevot | Idealização: Bruno Mariozz e Vilma Melo | Produção: Palavra Z Produções Culturais
Mãe Preta: Argumento: Helena Theodoro | Texto: Valesca Lins | Direção: Lucelia Sergio | Elenco: Dja Marthins, Luiza Loroza e Vilma | Direção de Produção: Bruno Mariozz | Iluminação: Anderson Ratto | Programação Visual: Patricia Clarkson |Design Gráfico: Rafael Prevot | Idealização: Bruno Mariozz e Vilma Melo | Produção: Palavra Z Produções Culturais
Luiz Antonio Pillar: Diretor de teatro, televisão e cinema. Formado bacharel em Artes Cênicas, especialização de direção teatral pela UniRio, em 1990. Com grande experiência em televisão, dirigindo as novelas “Desejo proibido”, “Sinhá Moça”, “Apadroeira” na TV Globo; “Xica da Silva”, “Brida”, “Mandacaru” e “Tocaia Grande”, na extinta TV Manchete. No cinema, dirigiu “Lima Barreto, ao terceiro dia”, o documentário “Candeia” e o curta-metragem “A mãe e o filho da mãe”. Venceu o 13o Festival de Curtas do Rio de Janeiro e, como prêmio, representou o Brasil no Festival de Cinema de Angérs, na França. Em parceria com a produtora Lapilar, o Canal Futura e a TV Globo, desenvolve o projeto “A cor da cultura” (conjunto de programas voltados para temática negra, em cumprimento a determinação da Lei 10.639). Em 1993, fundou sua produtora, realizando projetos de sucesso de temática afro-brasileira como o espetáculo teatral “Os negros”, de Jean Genet. Em 2023 fez parte da direção da novela “Todas as Flores”, da TV Globo, que ganhou o prêmio ROSE D’OR LATINOS, como melhor telenovela. Atualmente está indicado no Prêmio Shell de Teatro pela direção do musical “Leci Brandão – Na Palma da Mão”.
Biografias
Helena Theodoro: Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), graduada em Pedagogia pela Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), mestra em Educação pela UFRJ e doutora em Filosofia pela Universidade Gama Filho. Em 2019, terminou o pós-doutorado no IFCS/UFRJ/PPGHC (Programa de Pós-Graduação em História Comparada). Foi presidente do Conselho Deliberativo do FUNDO ELAS e coordenadora do Comitê Pró-equidade de Gênero, Raça e Etnia da Casa da Moeda do Brasil até junho de 2016. Atuou como professora auxiliar da Universidade Estácio de Sá, tendo sido coordenadora da Pós-graduação de Figurino e Carnaval da Universidade Veiga de Almeida (UVA), de 2010 a 2015. Participou da comissão julgadora nas edições de 2011, 2012 e 2013 do Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento, produzido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro/Cojira-Rio. Foi vice-presidente do Conselho Estadual dos Direitos do Negro – CEDINE. Exerceu a vice-presidência do Fundo ELAS, de 2008 a 2015, tendo sido jurada do Estandarte de Ouro do jornal O Globo durante 27 anos. Coordenou o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB) da FAETEC de 2008 a 2013. Escreveu os livros “Mito e Espiritualidade: Mulheres Negras” (1996), “Os Ibéjis e o Carnaval” (2009), “Caderno de Cultura Afro-brasileira” (2009), “Iansã, rainha dos ventos e tempestades” (2010) e “Martinho da Vila – Reflexos no Espelho” (2018).
Lucelia Sergio: Atriz, diretora, dramaturga, crítica de arte e co-fundadora da Cia de teatro “Os Crespos”. É formada pela Escola de Arte Dramática /EAD/ECA/USP no ano de 2010. Escreve e compõe o grupo curatorial da revista de Teatro Negro Legítima Defesa. No audiovisual recebeu o prêmio de melhor atriz no 8º Cine CurtasLapa no Rio de Janeiro, em 2023 pelo filme Única Saída, direção Sergio Malheiros. No teatro atuou em Navalha na Carne Negra, Direção José Fernando Peixoto Azevedo (2018) – indicada ao APCA de Melhor atriz; Também trabalhou com diretores como Frank Castorf (Alemanha), Paulo Faria, Dagoberto Feliz e Ariela Goldman. Com Cia Os Crespos dirigiu os espetáculos: Os Coloridos (2015), Engravidei, Pari Cavalos e Aprendi a Voar Sem Asas (2013) e Cartas à Madame Satã ou Me Desespero Sem Notícias Suas (2014); dirigiu ainda o espetáculo Favela (2014). É diretora do filme Dois Garotos que se afastaram demais do sol, ao lado de Cibele Appes. Ganhador do prêmio de Melhor Curta metragem (juri popular) no 29o festival Mix Brasil. Atualmente é atriz no espetáculo “De Mãos Dadas Com Minha Irmã” (2023) da Cia Os Crespos, com direção de Aysha nascimento, no qual também assina a dramaturgia e a direção visual.
Vilma Melo: Atriz e professora de artes cênicas, formada em bacharelado e licenciatura plena pela UNIRIO, desde 1991. Ao longo dos anos de carreira esteve presente em grandes espetáculos e produções audiovisuais. No teatro, ganhou o Prêmio Shell de Melhor Atriz por “Chica da Silva”, em 2017 – primeira mulher negra a conquistar a categoria de melhor atriz no Prêmio Shell; o Prêmio Cenym de Melhor Atriz Coadjuvante em “A Vida de Billie Holliday”; Prêmio Aplauso Brasil de Melhor Elenco em “Fulaninha e Dona Coisa”; e Prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante do Festival de Teatro de Campos por “O Romance do Pavão Misterioso”. No cinema, fez os longas “Três verões”, de Sandra Kogut e Regina Casé; “Campo Grande”, de Sandra Kogut; “Selvagem”, de Diego da Costa e “Reação em cadeia”, de Márcio Garcia. Na TV, fez a série “Segunda chamada”, da TV Globo; a quarta temporada de “PSI”, da HBO; “Baile de máscaras”, do Canal Brasil; e “Cinema de enredo”, do Prime in Box. Atualmente é protagonista da série da TV Globo “Encantado’s” junto do ator Luiz Miranda.
Dja Marthins: Baiana da cidade de Salvador, Djacira da Silva Martins é fascinada em aprender. É veterana nos palcos cariocas, começou sua carreira com Ernesto Piccolo e Rogério Blat. Alguns de seus trabalhos mais recentes: curtas “Interiores” (2022), “Viventes” (2022) e “Você” (2022); no teatro, “Favela” e “Favela 2” e “A gente não desiste” (desde 2011); na TV, novelas “Cara e Coragem” (2022) e “Fuzuê” (2023); séries, “Justiça 2” (2022), “Capoeira” (2023) e “Dona Beja” (2023).
Luiza Loroza: Luiza Loroza é atriz e diretora. Formada pela Escola de Atores Wolf Maya e aluna do curso de Artes Cênicas (UNIRIO). Dirigiu “Erê” (onde também assina a adaptação de dramaturgia), “O Pequeno Herói Preto” e “Yabá – Mulheres negras”. Assina a direção de movimento e adaptação de dramaturgia do espetáculo “Leci Brandão – Na palma da mão”. Destaque para os trabalhos como atriz com o espetáculo “Jacksons do Pandeiro – O musical”, com a direção de Duda Maia; “Museu Nacional”, com direção de Vinicius Calderoni – onde Luiza além de atuar escreveu uma das cenas da peça, a cena “museu do futuro”, “Tempestade”, com direção de Aluísio Abranches, e como Cristal, na novela “Vai na fé”, da Rede Globo. Foi diretora assistente de Duda Maia em “Zaquim”,“Manoel” e na remontagem de “Auê”. E assistente de direção de Isaac Bernat em “O Encontro – Martim Luther King e Malcolm X”. Foi indicada para o Prêmio APTR na categoria Jovens Talentos. Em 2022 foi indicada pela direção de “O pequeno herói preto” ao prêmio CBTIJ.
Palavra Z Produções Culturais: Fundada em 2011, a Palavra Z Produções Culturais atua principalmente nas artes cênicas, como na música e no carnaval carioca. Com mais de 30 espetáculos no currículo, seus últimos tiveram como parceiros Banco do Brasil, Oi Futuro, Eletrobrás, Porto Seguro e Vale. Entre os mais recentes estão “Leci Brandão – Na Palma da Mão” (2023), idealizado e dirigido por Luiz Antonio Pilar, com três indicações no Prêmio Shell; “Órfãos” (2022), adaptação de sucesso da Broadway dirigido por Fernando Philbert; e “Mãe de Santo”, monólogo por Vilma Melo com indicações nos principais prêmios. Atualmente vencedor dos prêmios APCA e do prêmio CBTIJ de Teatro Infantil com “Vamos Comprar um Poeta”. Um dos pioneiros da campanha Teatro Online, lançada na pandemia, com mais de 120 mil visualizações e mais de 50 espetáculos exibidos.
Sobre o CCBB SP
O Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, iniciou suas atividades há mais de 20 anos e foi criado para formar novas plateias, democratizar o acesso e contribuir para a promoção, divulgação e incentivo da cultura. A instalação e manutenção de nosso espaço em um prédio, em pleno centro da capital paulista, reflete também a preocupação com a revitalização da área, que abriga um inestimável patrimônio histórico e arquitetônico, fundamental para a preservação da memória da cidade. Temos como premissa ampliar a conexão dos brasileiros com a cultura, em suas diferentes formas. Essa conexão se estabelece mais genuinamente quando há desejo de conhecer, compreender, pertencer, interagir e compartilhar. Temos consciência de que o apoio à cultura contribui para consolidar sua relevância para a sociedade e seu poder de transformação das pessoas. Acreditamos que a arte dialoga com a sustentabilidade, uma vez que toca o indivíduo e impacta o coletivo, olha para o passado e faz pensar o futuro. Com uma programação regular e acessível a todos os públicos, que contempla as mais diversas manifestações artísticas e um prédio, que por si só, já é uma viagem na história e arquitetura, o CCBB SP é uma referência cultural para os paulistanos e turistas da maior cidade do Brasil.
Serviço
Trilogia Matriarcas
Local: Teatro CCBB SP e Anexo| Centro Cultural Banco do Brasil
Endereço: Teatro | Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico – SP
Anexo | Rua da Quitanda, 80 – Centro Histórico – SP
Entrada gratuita
Ingressos: Retirada de ingressos em bb.com.br/cultura e na bilheteria do CCBB
Duração conforme o evento
Classificação de acordo com o evento
Capacidade de acordo com o evento
Acessibilidade: Teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida. Entrada acessível CCBB SP: Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal.
Informações CCBB SP:
Funcionamento: Aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças
Telefone: (11) 4297-0600
Estacionamento: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas – necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h.
Van: Ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h às 21h.
Transporte público: O CCBB fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista.
Táxi ou Aplicativo: Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m).
bb.com.br/cultura
instagram.com/ccbbsp | facebook.com/ccbbsp | tiktok.com/@ccbbcultura
E-mail: ccbbsp@bb.com.br
Nas redes sociais
instagram.com/trilogiamatriarcas
Fonte: Si Comunicação