Ambulatório especializado em feridas complexas se destaca ao beneficiar centenas de pacientes e se torna referência para outros hospitais

Após passar pelo maior processo de modernização de sua história centenária, o Centro Hospitalar Municipal de Santo André segue se destacando por avanços que vão além da infraestrutura. Os cuidados com pacientes que têm feridas complexas vasculares apresentam enormes avanços e uma técnica inédita desenvolvida no ambulatório do próprio CHMSA se tornou referência para outras instituições, ganhando até as páginas de renomadas publicações médicas internacionais.

Inovador no Brasil, pois agrega uma gama de técnicas regenerativas, como terapia fotodinâmica, desbridamentos ultrassônicos e a utilização de concentrados sanguíneos, o Ambulatório Especializado no Tratamento de Feridas Complexas Vasculares destaca-se, principalmente, nos cuidados dos pés diabéticos. “Desenvolvemos em nosso ambulatório uma técnica inédita no mundo para o tratamento das feridas complexas com a terceira geração da PRF, que já está beneficiando um número crescente de pacientes em locais como o Hospital Santa Marcelina e outros centros médico-hospitalares”, comemora o médico Rafael Furst, coordenador da Cirurgia Vascular do CHMSA e professor do Centro Universitário FMABC.

O tratamento inovador com a fibrina rica em plaquetas (PRF), terapia que melhora a regeneração celular e acelera o processo de cicatrização, começou a ser desenvolvido no Centro Hospitalar Municipal de Santo André durante a pandemia e rendeu publicações internacionais no Journal of Human Growth and Development (JHGD) e na Revista Plos One, periódicos renomados da área da Medicina.

“Foi a primeira vez que essa técnica foi utilizada no mundo para o tratamento de feridas diabéticas e essa tecnologia foi desenvolvida aqui no nosso serviço do Centro Hospitalar Municipal de Santo André. Nosso ambulatório, portanto, é pioneiro e uma referência, demonstrando que a medicina regenerativa no tratamento do pé diabético é possível no SUS e não apenas no sistema de saúde suplementar e de alto custo”, celebra o prefeito Paulo Serra.

O Ambulatório Especializado no Tratamento de Feridas Complexas Vasculares do CHMSA trata em média 100 pessoas ao mês, melhorando a qualidade de vida de pacientes que apresentam alto grau de sofrimento devido às infecções graves que não cicatrizam ou demoram um tempo elevado para cicatrizar. “Temos casos emblemáticos de pacientes que chegaram com gangrenas graves, lesão óssea e que, sem dúvida, teriam indicação para amputação, mas iniciamos a terapia fotodinâmica e o desbridamento ultrassônico. Acreditamos no método, na evolução do nosso hospital e, com nossos recursos, temos pacientes totalmente cicatrizados e em fase de reabilitação”, explica o Prof. Dr. Rafael Furst.

O especialista faz questão de destacar, no entanto, que as novas tecnologias de medicina regenerativa no tratamento do pé diabético não substituem as práticas convencionais: controle de infecção e vascularização adequada. A medicina regenerativa é uma realidade recente que complementa o tratamento convencional e acelera a cicatrização. 

De modo geral, os tratamentos e linhas de pesquisa mais comuns para as úlceras crônicas em pés diabéticos, embora de grande importância, demoram a apresentar resultados e chegam a causar frustração em pacientes e profissionais, resultando inclusive em casos de afastamento do trabalho. O método desenvolvido no ambulatório do CHMSA se mostra mais resolutivo e menos oneroso.

Restauração – A partir da utilização de aparelho ultrassônico preciso, a equipe médica remove tecidos necróticos e preserva os tecidos saudáveis. Isso causa menos dor e traumatismos, além do efeito antimicrobiano que estimula a cicatrização. Trata-se de uma técnica curativa que visa melhorar ou acelerar a regeneração tecidual.

“A tecnologia avança e o controle de infecção das feridas em pés diabéticos é cada vez mais utilizado na medicina regenerativa. A resposta que temos aqui no CHM de Santo André demonstra claramente o quanto esses avanços são efetivos e eficazes no tratamento das feridas vasculares complexas”, reforça o diretor geral do Centro Hospitalar Municipal, Dr. Willian Faria.

Pelo protocolo ambulatorial de tratamento de úlceras crônicas com PRF de terceira geração são atendidos pacientes diabéticos oriundos de internação prévia, que passam por terapias para o controle de infecção, incluindo a preparação de uma membrana customizada para a superfície da ferida. Após a alta, a avaliação é semanal e, depois de 12 semanas, os resultados já são perceptíveis.

Os avanços do CHMSA no tratamento de úlceras vasculares foram apresentados durante o 1º Simpósio de Medicina Regenerativa do Centro Universitário FMABC, realizado no final de novembro no auditório do hospital. O evento reuniu diversos especialistas em cirurgia vascular que apresentaram as últimas inovações como o uso da Inteligência Artificial (IA) e da nanotecnologia a serviço da área médica.

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