Em sua segunda temporada no país, líbero lidera as estatísticas de recepção da liga polonesa, valoriza qualidade de vida e quer ajudar o Bogdanka LUK Lublin nos playoffs
Paz de corpo, paz de espírito e afeto. A receita deu muito certo para o líbero Thales. Em sua segunda temporada consecutiva na Polônia, com as cores do Bogdanka LUK Lublin, o gaúcho de São Leopoldo colhe, aos 35 anos, os frutos de escolhas que considera acertadas na carreira. De quebra, chama a atenção pela performance de destaque na PlusLiga, hoje um dos principais campeonatos do mundo.
Ao final da fase classificatória, Thales lidera as estatísticas de recepção da liga, com 56,43% de positividade, e exerce liderança importante em quadra. O Lublin, que ainda conta com outros nomes de expressão na cena internacional, como o ponteiro cubano naturalizado polonês León, avançou aos playoffs em quarto lugar e vai enfrentar o quinto colocado, o Zaksa Kedzierzyn-Kozle, do oposto Kurek, na série melhor de três das quartas de final.
O primeiro compromisso de Thales nos playoffs acontecerá neste sábado (29/3), às 13h30 (de Brasília), em casa. O segundo duelo está marcado para terça-feira (1/4), fora. Se necessário, o desempate será realizado no domingo (6/4), novamente em Lublin.
“Eu estou muito feliz aqui. Sinto que tenho conseguido ajudar bastante o time. Já havia feito uma temporada bem positiva no ano passado. Acho que consegui me adaptar e manter a constância. Jogamos com dois ponteiros de força, que são o León e o Sawicki. Nosso grupo é bem forte, mas muito focado em ataque e saque. Então, eu acabo sendo o “chefe da recepção”, junto com a comissão técnica. Tenho me sentido confortável nesse comando em quadra”, contou Thales, em entrevista ao Team GM, responsável pela gestão de sua carreira.
Ao falar sobre seu próximo desafio, Thales demonstra nas palavras a tranquilidade de quem está amparado por sua base mais potente: a esposa Gabriela e os filhos Eduarda, de 13 anos, e Gustavo, de seis. A segurança de todos e a estrutura de primeiro nível por trás, tanto no lado profissional quanto pessoal, ajudam a explicar os números expressivos na quadra. E a vivência do gaúcho derrubou até mesmo a fama de “frieza” dos poloneses.
“Eu estava na França e, no início, tive receio de vir para a Polônia. Perguntava muito ao presidente do clube sobre as escolas para os meus filhos. O Cristiano Torelli (hoje no Vôlei Renata), que jogou aqui um ano antes, também me deu dicas. Mas, quando cheguei, vi que a cidade era muito boa e as pessoas, acolhedoras. O clube fez de tudo para me ajudar. Temos amigos e o principal é a segurança. Se estou com minha esposa e filhos no carro, esperando em um estacionamento, podemos ouvir música ou mexer no celular. Ela pode ir sozinha passear com o cachorro à noite e eu não preciso ficar olhando pela janela, porque eu sei que está tudo tranquilo”, conta Thales.
O experiente jogador explica que o Lublin vive um momento de confiança, ainda mais após a recente conquista da Challenge Cup, no último dia 19, de forma emocionante. Foi a primeira participação da equipe no torneio e com um desfecho de cinema.
“A Challenge Cup é um campeonato muito importante para o nosso clube, que tem um projeto recente. A cada ano, está evoluindo e conseguindo patrocínios. Enfrentamos na final o Lube Civitanova, que havia sido campeão da Copa Itália. No segundo jogo da série, mostramos muita estabilidade mental, suportamos a pressão e salvamos diversos match points para evitar o golden set. Então, estamos bem preparados para os playoffs”, afirma Thales, que em abril vai encarar outro confronto decisivo, na semifinal da Copa da Polônia.
Dono de duas medalhas em Mundiais (prata em 2018 e bronze em 2022), campeão da Liga das Nações de 2021 e da Copa do Mundo de 2019, e representante da Seleção Brasileira no último ciclo olímpico, além de detentor de diversos títulos, na base e nos clubes, o líbero destaca ainda o respeito demonstrado por atletas, dirigentes e torcedores no país.
“A experiência tem me ajudado. É natural, com a idade, sentir mais o cansaço pós-jogo e as dores aumentarem um pouco. Por outro lado, a maturidade me permitiu alcançar uma boa regularidade, tanto na Seleção quanto nos clubes. Estou mais confiante e vejo que as pessoas e os adversários me respeitam bastante aqui na Polônia. Vou para os jogos muito focado e consigo executar bem as estratégias pensadas”, comemora o atleta.
Fonte: Jonas Moura | Assessoria de Imprensa Team GM