Arquiteta Rose Chaves acompanha as tendências da feira e destaca a participação de Kleber Alves, de Santo André, no pavilhão nacional
A arquiteta e designer de interiores Rose Chaves, que mantém escritório e loja em Santo André, acompanha com atenção as movimentações da edição 2025 do Salone del Mobile, em Milão. Mesmo sem estar presente nesta edição, ela observa as propostas que marcam a principal feira de design do mundo, que termina neste sábado, 13 de abril.
“Mesmo à distância, é impossível ignorar a força simbólica do salão. A cada ano, ele traduz o que inquieta e inspira o universo do design. Em 2025, vejo um evento ainda mais conectado ao comportamento e à maneira como as pessoas querem habitar”, afirma.
Segundo Rose, o destaque não está apenas nas grandes marcas, mas também na atuação brasileira. Um dos nomes presentes no Pavilhão D21/D27 é Kleber Alves, arquiteto e designer também de Santo André. Ele participa por meio do programa Brazilian Furniture, iniciativa da ABIMÓVEL com a ApexBrasil, voltada à promoção internacional da indústria nacional. “É gratificante ver um colega da mesma cidade ocupando esse espaço. Mostra que o design do ABC tem fôlego para dialogar com o mundo”, comenta.
Entre os temas centrais da feira, Rose destaca a valorização da madeira natural com veios aparentes, o uso da palha e das pedras com textura bruta, além de peças com formas orgânicas que evocam conforto emocional. As composições investem em tons terrosos, superfícies mate e tecidos que remetem à natureza, como linho, lã e algodão rústico.
“Há um movimento claro de desaceleração estética. Nada grita, tudo acolhe. É uma decoração que busca se reconectar com a casa como refúgio”, pontua.
Outro traço marcante é a integração dos ambientes, com mobiliário multifuncional e peças que se adaptam à rotina contemporânea, especialmente em moradias menores. “O design se molda à vida real. É bonito ver essa preocupação crescer e ganhar espaço em uma feira de prestígio”, observa.
Apesar do clima de celebração, a edição deste ano acontece sob o impacto das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre móveis importados, o que repercute diretamente no setor. Ainda assim, a participação brasileira, com 60 empresas apoiadas pela ApexBrasil, reforça a ambição do país em manter presença constante no mercado internacional.
“O Brasil mostra que consegue combinar identidade e sofisticação. É isso que o mundo procura: design com alma e com propósito, algo que temos de sobra”, finaliza Rose.
Fonte: Maxima SP