Em meio ao desejo crescente de mudança profissional no Brasil, o profissional se desafiou no setor de tecnologia e hoje lidera uma equipe em uma fintech
O desejo de mudança profissional está em alta no Brasil, e os dados confirmam essa tendência: 54% dos profissionais planejam trocar de emprego em 2025. Desses 31% desejam explorar um novo ramo, segmento ou carreira atrás de melhores oportunidades de crescimento, realização pessoal, salário mais alto e melhor qualidade de vida. Esses são dados do 30º edição do Índice de Confiança Robert Half, do final de 2024, que ainda revelou os fatores que favorecem a permanência daqueles que querem se manter no emprego: benefícios e remuneração (56%), flexibilidade no modelo de trabalho (32%), ambiente de trabalho e cultura organizacional (32%), equilíbrio entre vida pessoal e profissional (27%) e oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional (27%).
Mas fazer essa transição, especialmente para uma área totalmente diferente, pode ser desafiador. Afinal, mudar de carreira e se aventurar em uma startup ao mesmo tempo não é uma decisão comum ou particularmente fácil. São mudanças arriscadas e que podem custar muito se o resultado não for o esperado. Para Yago Moura, porém, os frutos dessa escolha ultrapassaram as expectativas.
Yago é líder da área de Front-end Development na Paytime, fintech de soluções de pagamentos digitais. No passado, trabalhou como frentista, cobrador, vendedor de carro, vendedor de água de côco na praia e até mesmo com maquinário de fábrica. O interesse em tecnologia sempre esteve presente, mas apenas quando se deparou com uma disciplina de programação na faculdade de Engenharia Civil foi que passou a enxergar uma nova possibilidade de carreira.
Quando entrou para o quadro de colaboradores da startup, recebia um salário mínimo — quase metade do seu salário anterior como supervisor em outra empresa. “Foi um início desafiador, meu orçamento batia com as minhas despesas, e foi bem na época em que a pandemia começou. Mas também foi aí que percebi a diferença na cultura do lugar, a humanização e a confiança que tiveram em mim”, comenta o profissional.
Mesmo recebendo mais do que o salário esperado de um estagiário, uma vez que Yago havia começado a cursar a faculdade de Sistemas da Informação, ele não foi dispensado quando a crise da COVID-19 atingiu a empresa. Outros pagamentos foram reduzidos, mas ninguém foi demitido. Esse também foi um fator inesquecível na trajetória de Moura. “Ali eu senti que de fato fazia parte de algo maior. Nunca vi aquilo antes, de um negócio não dispensar a equipe mesmo diante de problemas. Lembro que Leo [Leonardo Moreira, CEO da Paytime] teve que vender o carro para arcar com os custos na época. É muito diferente quando a cultura é sobre pessoas e não sobre produtos”.
Foi com esse tipo de apoio e segurança que Yago passou a se desenvolver, mesmo que aquele fosse seu primeiro emprego na área. Sua rotina envolvia pedir ajuda e tirar dúvidas com os colegas, estudar e absorver todo o conhecimento possível dentro e fora do escritório. Assim, em cinco anos, ele foi galgando posições até a liderança, onde hoje recebe um salário de dois dígitos.
“Comecei do zero com a promessa de que, se eu não cumprisse o esperado, eu mesmo pediria para sair. A transição de carreira foi assustadora, mas valeu mais do que a pena. Para quem está na dúvida sobre tomar esse tipo de decisão, minha recomendação é: só vai. Você vai enfrentar dificuldades, vai chorar, mas faz parte. Faça o seu melhor e confie no seu trabalho que, naturalmente, as coisas vão acontecer. E quando esse dia chegar, não esqueça que é só mais um degrau na sua vida, ainda há muito para conquistar”, completa Moura.
Fonte: EDB Comunicação