O tabagismo é o principal fator de risco para esse tipo de câncer — e para diversos outros, como os de pulmão, laringe, esôfago, bexiga e pâncreas
Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que o câncer de boca, também denominado como cavidade oral – é o 5º mais frequente entre os homens brasileiros, com 10.900 mil casos previstos para o sexo masculino em 2025 no Brasil. A incidência entre eles é 2,5 vezes maior que a registrada entre as brasileiras: 4.200 mil casos previstos para este ano.
A doença pode acometer lábios, língua, céu da boca, gengivas e bochechas, comprometendo funções essenciais como a fala, mastigação e deglutição. O mês de maio é marcado pela campanha Maio Vermelho, voltada à prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer de boca, e pelo Dia Mundial sem Tabaco (31/5), que reforça os riscos associados ao tabagismo — principal fator de risco não apenas para o câncer de boca, mas também para tumores de pulmão, laringe, esôfago, bexiga e pâncreas. Em grande parte desses casos, a radioterapia é um determinante pilar do tratamento.
O radio-oncologista Erick Rauber, diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), explica que os impactos do tabagismo vão muito além dos pulmões “Câncer de boca, laringe, faringe, esôfago, bexiga, pâncreas, rins, colo do útero e até fígado — todos esses tumores têm risco aumentado em pacientes que fazem uso das substâncias contidas no cigarro e seus derivados”, alerta Rauber. Além dos danos ao DNA celular provocados pelas substâncias tóxicas do cigarro, o tabagismo compromete o sistema imunológico e dificulta a resposta do organismo ao tratamento oncológico.
Segundo o INCA e a Organização Mundial da Saúde (OMS), fumantes têm de 5 a 10 vezes mais risco de desenvolver câncer de boca. Sendo que o tabagismo é responsável por cerca de 30% das mortes por câncer e por até 90% dos casos de câncer de pulmão. “E quando há uso combinado de álcool e tabaco, esse risco pode aumentar em até 30 vezes”, complementa.
Radioterapia no câncer de boca
O tratamento do câncer de boca pode incluir cirurgia, quimioterapia, imunoterapia e radioterapia — esta última, especialmente indicada para tumores localmente avançados ou como terapia adjuvante após a remoção cirúrgica do tumor. A radioterapia atua no controle local da doença, utilizando feixes de radiação direcionados com alta precisão para eliminar células cancerígenas e preservar, sempre que possível, as estruturas saudáveis ao redor. Dependendo do estágio do tumor, pode ser utilizada isoladamente ou em combinação com outros tratamentos.
“A radioterapia desempenha um papel fundamental no tratamento do câncer de boca, principalmente contribuir para o controle da doença, ela pode ser decisiva na melhora da qualidade de vida dos pacientes”, destaca Rauber.
Cânceres relacionados ao tabagismo e o papel da radioterapia
Diversos tipos de câncer relacionados ao tabagismo contam com a radioterapia como uma das principais estratégias terapêuticas. Assim como no câncer de boca, tumores de cabeça e pescoço frequentemente exigem radioterapia isolada ou em associação com cirurgia e quimioterapia, dependendo do estágio da doença. O mesmo racional se aplica ao câncer de pulmão, sobretudo em pacientes inoperáveis, nos quais a radioterapia pode proporcionar controle local e alívio de sintomas. Tumores de bexiga e esôfago, também associados ao tabagismo, têm na radioterapia um componente essencial dos protocolos curativos. “Essa abordagem permite preservar funções importantes dos órgãos afetados, contribuindo significativamente para o controle da doença e para a qualidade de vida do paciente”, finaliza o especialista.
Sobre a Sociedade Brasileira de Radioterapia
A Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), fundada em 1998, é uma associação civil, associativa e científica, sem fins lucrativos, que representa os médicos radio-oncologistas registrados no Brasil. Mais informações em: https://sbradioterapia.com.br/
Informações para a imprensa
Fonte: SENSU Consultoria de Comunicação