A primeira mulher negra latino-americana a chegar no cume do Everest, Aretha Duarte, agora convida novos aventureiros para um retorno ancestral capaz de ressignificar o presente e construir novas perspectivas
A montanhista Aretha Duarte, primeira mulher negra latino-americana a alcançar o topo do mundo, está prestes a embarcar em uma nova jornada épica e pioneira: uma expedição ao Monte Kilimanjaro, o pico mais alto da África, localizado no nordeste da Tanzânia, junto à fronteira com o Quênia. O Kilimanjaro é formado por três vulcões distintos – Kibo, Mawenzi e Shira, com 5.895 metros de altitude no pico Uhuru, que ergue-se no meio de uma enorme savana, oferecendo espetáculo único.
Apesar de sua aparência imponente e sua rica história geológica, o Kilimanjaro atrai aventureiros de todo o mundo, e, agora, Aretha está determinada a levar consigo uma equipe de montanhistas negros para essa aventura de vida.
“A montanha sempre foi um lugar de transformação para mim. Agora, quero compartilhar essa experiência com pessoas que, assim como eu, enxergam na superação dos próprios limites uma forma de mudança pessoal e social,” afirma Aretha.
KILIMANJARO
Além de ser o pico mais alto da África, o Monte Kilimanjaro é conhecido por suas dramáticas mudanças climáticas conforme os escaladores avançam. Desde florestas tropicais na base até paisagens glaciais no topo, o Kilimanjaro oferece uma das trilhas mais diversas do mundo.
O monte e as florestas circundantes, com uma área de 75 353 hectares, possuem uma fauna rica, incluindo muitas espécies ameaçadas de extinção e constituem um parque nacional que foi inscrito pela organização das nações unidas para a educação, a ciência e a cultura em 1987 na lista dos locais que são património da humanidade.
O Kilimanjaro, majestosa montanha da África, simboliza a profundidade das raízes que ligam o continente africano à origem da civilização e à formação cultural do Brasil. Sua imponência evoca a ancestralidade africana, que influenciou profundamente a identidade brasileira. A expedição de Aretha Duarte ao Kilimanjaro vai além de uma conquista física; é um ato simbólico de reconexão com essa herança ancestral, destacando a importância da equidade, do combate ao preconceito e do engajamento social. Sua jornada reflete o poder transformador da cultura africana e como ela continua a inspirar movimentos de resistência e inclusão.
EXPEDIÇÃO AFIRMATIVA
O propósito da expedição de Aretha vai além da aventura. Sua missão é empoderar e inspirar pessoas negras a explorarem o montanhismo e a natureza, áreas onde sua representatividade ainda é baixa. A equipe que a acompanhará será formada por participantes cuidadosamente selecionados, todos com um perfil alinhado ao propósito de superação pessoal e inclusão.
A expedição ao Kilimanjaro carrega um propósito transformador, especialmente por acontecer no mês da Consciência Negra, um período em que celebra as raízes africanas e reforçam a importância da equidade e do combate ao preconceito. Graças ao patrocínio da empresa Moove, essa jornada ganhou ainda mais relevância, permitindo a eleição de bolsistas para participarem dessa expedição. Isso não só amplia o impacto social da iniciativa, como também oferece a oportunidade de novas histórias de superação e conexão com a ancestralidade africana florescerem durante essa conquista.
Os participantes escolhidos para a expedição, devem ser negros(as), ter mais de 18 anos, sonhar em escalar uma alta montanha e realizar uma viagem internacional, possuir passaporte válido, Certificado Internacional de Vacinação contra febre amarela e COVID-19, ter condicionamento físico avançado, treinar regularmente (mínimo de três vezes por semana), ter experiência em acampamento, além de disponibilidade para viajar entre os dias 31/10 e 13/11/2024.
Para Aretha, esta expedição é mais do que uma escalada – é um projeto de vida. “Quero que essas pessoas não apenas alcancem o topo da montanha, mas também consigam enxergar o poder que têm dentro de si para conquistar qualquer objetivo, por mais desafiador que seja,” conclui a montanhista.
Fonte: Rodrigo Guimarães