Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde terá dois anos para desenvolver ações sob a temática de equidade no trabalho com participação de profissionais do município, professores e estudantes
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Diadema e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), campus Diadema e São Paulo, realizaram a apresentação do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) do município, na tarde desta terça-feira (05/11), no auditório do Centro de Especialidades Quarteirão da Saúde.
O objetivo do programa, que começou em maio deste ano, é qualificar a integração ensino-serviço-comunidade, aprimorando o conhecimento dos profissionais da saúde, em serviço, e dos estudantes dos cursos de graduação na área da saúde. O tema do programa de Diadema é “Enfrentamento das desigualdades e das opressões no trabalho e na formação em saúde: um caminho para a promoção da equidade e da saúde mental no SUS”.
O evento voltado a profissionais da rede municipal de saúde, estudantes e professores, contou ainda com a presença de representantes da Unifesp, do Ministério da Saúde e de movimentos sociais envolvidos no projeto de Diadema.
A assessora do gabinete da SMS Diadema, Margareth Lodos Tangerino, destacou a importância do programa para o avanço do Sistema Único de Saúde (SUS). “Reunir a universidade e a rede municipal em um programa é fundamental para consolidar a educação permanente na saúde e o próprio SUS”, afirmou.
Já a coordenadora da Atenção Básica de Diadema, Maria Luiza Malatesta, reforçou o espaço aberto para a troca de conhecimentos. “Que os estudantes possam desfrutar do conhecimento prático e que os profissionais possam ampliar os horizontes, refletir sobre os processos e avançar”.
Para o pró-reitor de Assuntos Estudantis da Unifesp, Anderson da Silva Rosa, o PET-Saúde encurta distâncias na sociedade. “O projeto cumpre um papel fundamental tanto na saúde quanto na educação, áreas que têm instituições muito densas, de aproximar a universidade dos serviços públicos e dos movimentos sociais”, disse.
Nacional
O PET-Saúde é uma ação dos Ministérios da Saúde e da Educação, conduzida pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES). Por videoconferência, a representante da SGTES, Sabrina Chaves, explicou que o programa foi criado em 2008 e está em conformidade com o Programa Nacional de Equidade de Gênero, Raça e Valorização das Trabalhadoras no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Os projetos desta 11ª edição foram apresentados por instituições de ensino superior em parceria com secretarias de saúde. Dos 177 projetos submetidos nesta edição, 150 foram aprovados em todo o país, com mais de oito mil bolsistas.
Parceria com universidade
O coordenador-geral do PET-Saúde Diadema e docente da Escola Paulista de Enfermagem, Thiago da Silva Domingos, relembrou a trajetória do programa e a parceria entre a SMS e a Unifesp nas edições de 2011, 2019, 2022 e 2024.
Também destacou que o objetivo é implementar práticas que enfrentem opressões e desigualdades no mundo da formação e do trabalho, dar espaço para a diversidade e combater o racismo, machismo, xenofobia, misoginia, capacitismo, etarismo, homolesbotransfobia, além de promover acolhimento, humanização e valorização de trabalhadores e futuros trabalhadores do SUS.
Organização em Diadema
O PET-Saúde Equidade de Diadema está organizado em quatro Grupos de Aprendizagem Tutorial (GAT). Participam 32 estudantes de cursos da área da saúde, ciências humanas e/ou ciências sociais aplicadas, oito preceptores, que são trabalhadoras da SMS de Diadema, e oito tutores, que são pessoas vinculadas à Unifesp. Os participantes contam com bolsas do PET-Saúde.
As atividades tiveram início em maio de 2024 e terão duração de dois anos. São desenvolvidas no município (Campus Diadema e serviços da Atenção Básica do município de Diadema), com dedicação de oito horas semanais.
Os participantes se reúnem semanalmente para estruturar a proposta de trabalho nas regiões e equipamentos do SUS, do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e da Unifesp. Já realizaram uma série de debates sobre iniquidades e invisibilidades com participação das coordenadorias da Prefeitura e de movimentos sociais.
Os quatro grupos se distribuem em três eixos temáticos. São eles:
GAT 1 – Eixo 1 – Gênero, Identidade de Gênero, Sexualidade, Raça, Etnia, Deficiências e as Interseccionalidades no trabalho na saúde
GAT 2 – Eixo 2: Saúde mental e as violências relacionadas ao trabalho na saúde: ênfase na Promoção da Saúde
GAT 3 – Eixo 2: Saúde mental e as violências relacionadas ao trabalho na saúde: ênfase na Vigilância da Saúde do Trabalhador
GAT 4 – Eixo 3: Acolhimento e Valorização às trabalhadoras e trabalhadores e futuras trabalhadoras e trabalhadores da saúde no processo de maternagem, acolhimento e valorização de mulheres, homens trans e outras pessoas que gestam.