Qual o preço de representar o Brasil e perseguir um sonho? Diego Hypolito ainda enfrenta ataques por buscar apoio para competir nas Olimpíadas

Em um momento de grande adversidade, Diego Hypolito se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro, buscando apoio para o setor esportivo, que atravessava uma crise. O ex-ginasta sonhava em representar o Brasil em mais uma edição dos Jogos Olímpicos, mas, sem contrato e enfrentando sérias dificuldades financeiras, recorreu a diversas lideranças políticas e figuras influentes na tentativa de manter seu sonho vivo.

Em janeiro de 2019, antes do encontro com o ex-presidente, Diego desabafou no Instagram sobre as dificuldades que vinha enfrentando, como a falta de patrocínios e meses sem salário. “Começo 2019 sem nenhum patrocínio e sem estrutura para treinar, literalmente sem salário”, escreveu ele na rede social. O encontro com Bolsonaro aconteceu em outubro de 2019, meses após o desabafo do atleta nas redes sociais.

Ao longo de sua trajetória, Diego Hypolito se reuniu com diversas personalidades políticas, incluindo Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro. Sua dedicação ao esporte também o levou a se candidatar à política, com o objetivo de defender diretamente os valores em que acredita e promover iniciativas voltadas ao esporte, cultura e educação. Embora não tenha sido eleito, Diego permanece como uma voz ativa, comprometido com a valorização do esporte.

É importante destacar que a falta de patrocínio não é um problema recente. Na época em que Diego, Daniele Hypolito e outros grandes atletas representavam o Brasil, o esporte já enfrentava escassez de apoio financeiro. Muitas modalidades, inclusive, ainda hoje enfrentam enormes desafios. Um exemplo é o de Fernando Ferreira, atleta do decatlo, que chegou a competir pelas Olimpíadas de Paris sem condições de adquirir sapatilhas adequadas para a competição, precisando pedir doações em suas redes sociais.

A história de superação e luta pela valorização do esporte não se limita a Diego e outros atletas. Sua irmã, Daniele Hypolito, também enfrentou desafios semelhantes. Em 2001, precisando de recursos para competir no Mundial de Ginástica, Daniele só conseguiu atingir seu objetivo graças à ajuda de Ronaldo Fenômeno, que custeou todas as despesas. Com esse apoio, Daniele se tornou a primeira brasileira a conquistar uma medalha em um campeonato mundial de ginástica.

Em uma entrevista ao programa Altas Horas, em 2019, Diego falou sobre os ataques que sofreu após a divulgação de uma foto ao lado de Bolsonaro. Ele esclareceu:
“Esses momentos que tenho vivido agora têm sido uma grande experiência. A internet, muitas vezes, machuca as pessoas com o ódio que é disseminado. Sou gay e acredito que o respeito ao próximo deve estar acima de escolhas, atitudes e posições diferentes”.

Sobre o encontro com o ex-presidente, ele explicou:”Quando me encontrei com o presidente Bolsonaro, foi ele quem pediu a reunião, não o contrário. Eu fui em prol do esporte, da cultura, da educação – áreas que estavam sendo deixadas de lado. Mas, ao aparecer em uma foto, parece que você apoia todas as intolerâncias associadas. Recebi ameaças contra mim e minha família. Fui muito atacado”.

Atualmente, Diego lidera o Instituto Hypolito, que atende cerca de 200 crianças. Ao lado de seus irmãos, Daniele e Edson, ele luta para reduzir as desigualdades e oferecer oportunidades no esporte para crianças de comunidades carentes. O objetivo é garantir que essas crianças não enfrentem os mesmos desafios que ele e Daniele enfrentaram no início de suas carreiras.

Além de sua atuação no esporte, Diego também se posiciona sobre causas importantes. Ele incentivou a população a se vacinar contra a COVID-19 e fez críticas públicas à negação da vacina. Diego Hypolito também esclareceu que não é bolsominion e reforçou sua postura contra a desinformação e a negação científica.

 

Fonte: Isabella Otero 

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