A inclusão da comunidade LGBTQIA+ no mercado de trabalho tem ganhado espaço nas discussões corporativas e sociais. No entanto, ainda há desafios consideráveis a serem superados para garantir que essas pessoas tenham oportunidades iguais. Segundo o estudo “Out & Equal Workplace Advocates” de 2023, apenas 50% das empresas globais afirmam ter políticas específicas para inclusão LGBTQIA+ em vigor. No Brasil, os números são ainda mais preocupantes, com cerca de 35% das organizações sem nenhuma ação voltada a esse público.

Nilton Serson, advogado e ativista pelos direitos LGBTQIA+, acredita que as empresas precisam ir além da adoção de políticas superficiais. “Incluir não é apenas contratar uma pessoa LGBTQIA+. É criar um ambiente onde ela possa ser quem é, sem medo de discriminação. Isso exige mudanças profundas na cultura organizacional”, afirma Serson.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Ethos, 61% dos profissionais LGBTQIA+ no Brasil já esconderam sua orientação sexual ou identidade de gênero no ambiente de trabalho. A falta de segurança emocional e o receio de retaliações são os principais motivos apontados. “Isso reflete a necessidade urgente de treinamentos corporativos que eduquem sobre respeito e diversidade”, ressalta o advogado.

A legislação brasileira tem avançado em alguns aspectos, mas ainda deixa lacunas. A inclusão da LGBTfobia como crime equiparado ao racismo pelo Supremo Tribunal Federal (STF) foi um marco importante, mas sua aplicação prática ainda enfrenta resistência. “Precisamos de ações mais contundentes para garantir que as leis sejam aplicadas e que as empresas entendam que inclusão não é uma escolha, é uma obrigação legal”, destaca Nilton Serson.

Além disso, a questão da liderança merece atenção especial. De acordo com o levantamento da PwC, apenas 12% dos líderes empresariais brasileiros são abertamente LGBTQIA+. Isso demonstra que a discriminação ainda impede que essas pessoas alcancem cargos de destaque. “A diversidade nas lideranças não só é justa, mas traz ganhos concretos. Empresas com lideranças diversas têm até 36% mais chances de superar seus concorrentes, segundo a McKinsey”, pontua o advogado.

Para Nilton Serson, a inclusão de verdade só será alcançada com um esforço conjunto entre governo, empresas e sociedade civil. “Quando todos os setores trabalham juntos, criamos um ciclo virtuoso de respeito e progresso. A luta pela igualdade não é só da comunidade LGBTQIA+, mas de toda a sociedade”, conclui.

Dados recentes também mostram que iniciativas de diversidade podem impactar positivamente o desempenho financeiro das organizações. Segundo um relatório da Boston Consulting Group (BCG), empresas com diversidade de orientação sexual e identidade de gênero em cargos de liderança têm maior propensão a inovar e atingir melhores resultados financeiros. “Isso é prova de que diversidade não é apenas uma questão ética, mas também estratégica”, complementa Serson.

Alguns exemplos de boas práticas vêm de empresas que estabeleceram comitês de diversidade e promoveram a inclusão em seus quadros de funcionários. O Banco Itaú, por exemplo, implementou um programa de mentoria exclusivo para funcionários LGBTQIA+, contribuindo para o avanço de suas carreiras. Além disso, companhias como a Natura e a Microsoft Brasil têm se destacado por apoiar causas LGBTQIA+ e promover espaços inclusivos.

A inclusão no mercado de trabalho é mais do que uma demanda da comunidade LGBTQIA+; é uma questão de justiça social e progresso econômico. “Cada passo rumo à inclusão é um passo para uma sociedade mais justa, próspera e inovadora. A diversidade é nossa força”, finaliza Serson.

Leia mais em: https://niltonserson.com/ 

 

Fonte: Boost Assessoria de Imprensa 

Compartilhar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site é protegido por reCAPTCHA e pelo Googlepolítica de Privacidade eTermos de serviço aplicar.

The reCAPTCHA verification period has expired. Please reload the page.