Para Rodrigo Giraldelli, especialista em importação e CEO da China Gate, a plataforma pode fortalecer o intercâmbio comercial entre Brasil e China e abrir novas oportunidades no e-commerce digital
Esta semana está sendo movimentada para o varejo nacional com a estreia oficial da TikTok Shop no Brasil no dia 8 de maio. A novidade marca a entrada da gigante chinesa ByteDance no setor de e-commerce do país, por meio de uma funcionalidade de compras integrada à popular plataforma de vídeos. A expectativa é que a operação movimente R$ 39 bilhões no Brasil até 2028, valor que pode representar entre 5% e 9% de todo o comércio eletrônico nacional, segundo estimativa divulgada em um relatório recente do banco Santander.
A novidade pode intensificar ainda mais o intercâmbio comercial com a China, que permanece como o maior parceiro comercial do Brasil. É o que avalia Rodrigo Giraldelli, especialista em comércio exterior e CEO da China Gate. Segundo ele, a chegada da TikTok Shop representa mais do que uma nova plataforma de vendas: trata-se de um passo estratégico rumo à ampliação da presença chinesa no ambiente digital brasileiro. Ao integrar conteúdo e comércio eletrônico em uma única experiência, a iniciativa tem o potencial de facilitar o acesso de produtos chineses ao consumidor local, além de incentivar parcerias comerciais, importações e o desenvolvimento de novos canais logísticos e de distribuição entre os dois países.
“A TikTok Shop é muito mais do que uma nova funcionalidade dentro de uma rede social. Ela representa uma ponte estratégica entre o mercado chinês e o consumidor brasileiro, com potencial para transformar profundamente a dinâmica do comércio internacional. Ao integrar conteúdo, entretenimento e compra em um único ambiente digital, essa plataforma facilita o acesso direto a produtos chineses, reduz barreiras intermediárias e acelera a tomada de decisão do consumidor. Além disso, tende a impulsionar o modelo de social commerce no Brasil, abrindo novas oportunidades tanto para importadores quanto para marcas chinesas que desejam ganhar escala no mercado nacional”, afirma Giraldelli.
A estratégia da ByteDance acompanha uma tendência global crescente: o social commerce, modelo que integra entretenimento, interação social e vendas em tempo real. Popularizado inicialmente entre o público jovem na Ásia, esse formato vem ganhando força em mercados ocidentais, ao transformar a jornada de compra em uma experiência envolvente e integrada ao consumo de conteúdo. No Brasil, onde o TikTok já figura entre os aplicativos mais utilizados, a nova funcionalidade tem grande potencial de adesão. Ao permitir que criadores de conteúdo vendam produtos diretamente por meio de vídeos e transmissões ao vivo, a plataforma combina influência digital com conveniência de compra, criando um canal direto entre marcas, influenciadores e consumidores.
Com essa movimentação, tanto empresas brasileiras quanto estrangeiras ganham um novo canal para alcançar e engajar consumidores de forma mais direta e personalizada. A integração entre conteúdo digital e comércio cria oportunidades para marcas ampliarem sua presença online com menor dependência de marketplaces tradicionais. Paralelamente, o comércio exterior tende a se beneficiar do crescimento da demanda por produtos importados, especialmente os de origem chinesa, impulsionada pela agilidade, escala e competitividade de preços proporcionadas pela nova plataforma. Esse cenário também pode estimular a formalização de novos modelos logísticos, acordos comerciais e até a adaptação de linhas de produtos voltadas ao gosto do consumidor brasileiro, consolidando o TikTok Shop como um hub estratégico para o comércio internacional digital.
“A entrada da TikTok Shop no Brasil simboliza um novo capítulo nas relações comerciais entre Brasil e China, com potencial para fortalecer parcerias estratégicas e dinamizar a economia regional. No entanto, essa aproximação também traz desafios importantes para os comerciantes brasileiros, especialmente aqueles que atuam na revenda de produtos importados, que agora enfrentam concorrência direta de fornecedores chineses dentro da própria plataforma. Diante desse cenário, é fundamental que as empresas locais encontrem formas de se adaptar, aproveitando as oportunidades oferecidas por esse novo ecossistema digital para ampliar sua competitividade, diversificar sua atuação e consolidar sua presença no mercado globalizado”, finaliza Giraldelli.
Sobre Rodrigo Giraldelli, da China Gate:
Rodrigo Giraldelli, da China Gate, é formado em Administração de Empresas e Economia, o paranaense Rodrigo Giraldelli é um dos pioneiros na importação de produtos da China para o Brasil. CEO da China Gate, empresa especializada em consultoria e educação sobre importação, Rodrigo auxilia comerciantes que desejam ampliar sua margem de lucro com produtos do país asiático. Além da consultoria, Rodrigo também ministra cursos on-line para ensinar empreendedores sobre o ofício. Com profundo conhecimento em marketing digital, Giraldelli publica, semanalmente, conteúdos nas redes sociais (@chinagatebrasil) e em seu canal do YouTube sobre importação.
Fonte: Broto Comunicação