O governador João Doria deu início, nesta quinta-feira (24), às obras do BRT-ABC, sistema rápido de ônibus elétricos que conectará a região do Grande ABC à capital. O novo modal de transporte metropolitano receberá investimento de R$ 860 milhões, exclusivamente pela iniciativa privada, e prevê a implantação de um total de 20 estações. A obra beneficiará cerca de 173 mil passageiros por dia que vão percorrer o trajeto entre São Bernardo do Campo e São Paulo em até 40 minutos.
“Estamos dando início às obras do BRT do ABC e 100% com investimento privado, sem custo para os cofres públicos. Um projeto grandioso com investimento de R$ 860 milhões. São 18 quilômetros percorridos por um corredor com estações modernas e climatizadas. Segurança e agilidade para melhorar a qualidade de vida da população, não apenas de São Bernardo mas de todos que precisam do transporte coletivo com melhor qualidade, conforto e segurança”, disse Doria.
O BRT-ABC percorrerá um corredor exclusivo com 17,3 km de extensão, entre o centro de São Bernardo do Campo e a capital. O trajeto passa pelos municípios de Santo André e São Caetano do Sul e inclui paradas nos terminais Tamanduateí e Sacomã, ambos em São Paulo.
A previsão é de que o trecho inicial entre em funcionamento ainda em 2022 e a operação completa deverá ocorrer em 2023. As obras serão iniciadas com a readequação e modernização do Terminal Metropolitano São Bernardo do Campo. O BRT será gerenciado pela EMTU-Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos e implantado e operado pela empresa concessionária Next Mobilidade.
“Hoje tenho grande prazer em participar de mais uma entrega nessa gestão, seguindo o compromisso do Governo do Estado de trazer inovação ao transporte público de São Paulo. O BRT possibilitará melhor conexão das cidades do ABC ao sistema metroferroviário, oferecendo ainda mais conforto e comodidade no transporte interestadual para os passageiros da região”, destacou o Secretário dos Transportes Metropolitanos, Paulo Galli.
Com 20 estações de parada e três terminais, o BRT-ABC prevê uma frota de 82 ônibus elétricos e articulados, com 23 metros, ar-condicionado, silenciosos e não poluentes. A expectativa é de que o percurso entre o Terminal São Bernardo e o Terminal Sacomã, na capital, seja feito em 40 minutos na modalidade expressa.
Além do serviço expresso, com menos paradas e velocidade média de 25 km/h, o passageiro poderá escolher outras duas opções: semi-expresso, com percurso previsto de 43 minutos, e parador, de 52 minutos. Semáforos inteligentes, faixas exclusivas e pontos de ultrapassagem entre os ônibus vão permitir o deslocamento rápido e seguro dos usuários.
As estações serão envidraçadas, climatizadas e equipadas com internet wi-fi e painéis que mostrarão a previsão de chegada dos ônibus. A cobrança da tarifa será feita nas estações para evitar filas e diminuir o tempo de parada, e o piso dos veículos será em nível da plataforma, facilitando o embarque e desembarque.
A construção do BRT faz parte do pacote de investimentos do sistema do transporte metropolitano gerenciado pela EMTU no ABC, a partir da prorrogação por 25 anos do contrato de concessão com a Metra, operadora do Corredor Metropolitano ABD. Serão investidos cerca de R$ 237 milhões na reforma do Corredor (São Mateus – Jabaquara). A renovação da frota e a reorganização do sistema estão contempladas também no novo modelo de concessão da região pela Next Mobilidade que já assumiu 78 linhas de ônibus. Em agosto de 2021, 116 veículos novos e mais modernos foram entregues para operar no sistema intermunicipal.
Habitação
Durante a visita a São Bernardo do Campo, o Governador João Doria autorizou convênio para a construção de um conjunto habitacional com 236 apartamentos em área doada pelo município, na região denominada Monte Sião. As obras serão executadas pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), empresa vinculada à Secretaria de Estado da Habitação. O valor total do empreendimento será de R$ 42,4 milhões, dos quais R$ 35 milhões serão aportados pela CDHU e R$ 7,4 milhões pelo município.
O empreendimento terá duas torres residenciais com 118 unidades cada uma. Os apartamentos terão 51,72 m² de área útil com dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro e área de serviço. O local do novo empreendimento fica entre a Rodovia Anchieta e o Rodoanel Mário Covas. A demanda a ser atendida pela CDHU será constituída por famílias indicadas pela Prefeitura de São Bernardo do Campo, oriundas da própria região que passará por intervenções de urbanização e recuperação ambiental conduzidas pelo Programa Mananciais de âmbito municipal.
O financiamento das moradias seguirá os critérios da CDHU e as novas diretrizes da Política Habitacional do Estado, que preveem juros zero para famílias com renda mensal de até cinco salários mínimos. Assim, as famílias pagarão praticamente o mesmo valor ao longo dos 30 anos de contrato, que sofrerá apenas a correção monetária calculada pelo IPCA, o índice oficial do IBGE.