A Prefeitura de São Bernardo conseguiu na Justiça autorização judicial para, quando houver temperatura abaixo de 5 graus, a Guarda Civil Municipal (GCM) e a equipe multidisciplinar, que conta com profissionais das secretarias de Assistência Social (equipe de abordagem social) e de Saúde (Consultório na Rua e Zoonoses) possam retirar o morador da rua e encaminhá-lo a um dos albergues mantidos na cidade nas Ruas Tapajós e Marechal Deodoro, no Centro. Há previsão de frio intenso no Estado para esta quinta e sexta-feira (dias 29 e 30).
Desde o início de junho, a cidade conta com a operação Cobertor que Salva, que visa intensificar o atendimento feito às pessoas em situação de rua no período mais frio do ano. Desde então, foi oferecido acolhimento a 815 pessoas e, segundo a administração municipal, apenas 134 aceitaram o encaminhamento aos albergues, enquanto 696 moradores de rua recusaram.
“A medida é muito dura, mas o fizemos com o intuito de salvar vidas. Neste período de vigência da operação Cobertor que Salva, 85% das pessoas em situação de rua recusam o acolhimento em dias frios. A equipe de abordagem social tem buscado meios de sensibilização dos usuários, como a readequação de serviços para diminuir a rejeição, mas, infelizmente, não tem sido suficiente. O município está fazendo o possível para proteger esse público”, afirmou o prefeito Orlando Morando.
Unidades
São Bernardo conta com 180 vagas de acolhimento, sendo 160 masculinas e 20 femininas, garantindo a adequação em relação de normas e orientações de distanciamento físico. Nessas unidades, há a oferta de camas, banho quente e alimentação. Todos têm direito a levar seus pertences em bolsas ou mochilas.
Na unidade da Rua Tapajós, além de contar com serviço de convivência durante o dia, há um canil para os bichos de estimação dos usuários do serviço. Para este período de frio intenso, a equipe de Zoonoses levará os animais para o canil, onde além de protegê-los do frio, serão vacinados, castrados e posteriormente devolvidos aos donos.
Para o secretário de Assistência Social, André Sicco, o desafio é convencer os moradores a usufruir a estrutura. “As dependências de álcool e de substância psicoativas são o grande obstáculo. Muitas vezes, são muito agressivos em virtude do uso abusivo”.
No trabalho diário de abordagem, a equipe da Secretaria de Assistência Social conta com o apoio do Consultório na Rua (Programa de Redução de Danos), da Secretaria de Saúde. Trata-se de um conjunto de ações destinado a pessoas que vivem em uso abusivo de álcool e drogas ou são moradores de rua.
O secretário de Segurança Urbana, coronel Carlos Alberto dos Santos, informou que a GCM atuará como apoio. “Caso a Justiça autorize a retirada do morador de rua neste período de frio intenso, a GCM atuará para retirar o usuário do local, conduzindo-o até o albergue ou a UPA (Unidade de Pronto Atendimento)”, afirmou.