Após Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica, ser alvo de acusações de assédio sexual relatadas por funcionárias do banco e pedir demissão, o Palácio do Planalto escolheu Daniella Marques para ocupar o cargo, segundo a Folha de São Paulo.
Marques é secretária especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia e vinha liderando a agenda “Brasil Pra Elas”. A secretária também é o braço direito do ministro Paulo Guedes na pasta.
A indicação de Marques também tem um toque de intenção eleitoral, a partir do momento que o público feminino é o que mais demonstra resistência a votar em Jair Bolsonaro (PL) no pleito deste ano.
De acordo com a Folha, as acusações reveladas afirmam que ao menos cinco funcionárias do banco dizem ter sido vítimas de assédio sexual por parte de Guimarães. Em um dos relatos, uma delas diz que uma pessoa ligada ao presidente do banco perguntou o que faria “se o presidente” quisesse “transar com você?”.
Uma funcionária da Caixa ouvida pela reportagem também relatou que foi assediada pelo presidente, ela declarou ter sido puxada pelo pescoço e ter ficado em choque após o episódio.
“Aí quando fui sair, ele me puxou pelo pescoço e disse: ‘Estou com muita vontade de você’. Saí da sala, em choque e chorando. Depois, em outro momento, ele já passou a mão pela minha cintura e foi abaixando, mas saí antes que piorasse”, contou a funcionária sob condição de anonimato.
Procurado pela Folha para comentar as denúncias, Guimarães não respondeu.
De acordo com o jornal O Globo, ex-dirigentes da Caixa que conversaram com o jornal disseram que o comando da instituição sabia dos assédio e acobertou casos até com promoções internas.
Segundo a mídia, os primeiros casos chegaram aos canais de denúncia do banco ainda em 2019, quando Guimarães assumiu a presidência, e que além de pressionar subordinados que testemunhavam os casos com demissão, o ainda atual chefe usava a proximidade com o presidente, Jair Bolsonaro, para garantir o silêncio dentro do banco.