O judoca são-bernardense Eric Gomes Takabatake, em entrevista exclusiva ao JW News, afirmou que realizou este ano o sonho de participar dos Jogos Olímpicos. O judoca, hoje no Esporte Clube Pinheiros, começou a carreira em sua cidade e revela a gratidão pelo antigo clube, o Mesc.
“Tenho muitas lembranças, porque foi onde comecei no judô e fiquei lá até meus 20 anos. Tenho muitas histórias e lembranças boas. Apesar de hoje estar no Pinheiros, foi São Bernardo que me formou. Então, devo muito ao clube e às pessoas que me ajudaram a treinar. Sou muito grato de ter feito parte desse clube e ter lutado pela cidade”, afirmou.
Apesar da eliminação na segunda rodada da modalidade – Eric perdeu para o sul-coreano Kim Won-jin no golden score – o judoca afirmou que Tóquio foi uma grande conquista para sua carreira. “Disputar a Olimpíada sempre foi um sonho desde que comecei a pensar em judô de alto rendimento. Em 2016 cheguei até o gol e acabei não indo. Foi algo bem complicado para mim, mas acredito que me ajudou muito a evoluir e a chegar aonde cheguei. Ir para Tóquio e participar de uma Olimpíada foi uma conquista enorme para minha carreira. A lição que trago é a vontade de disputar mais uma”, afirma.
Eric destaca que, apesar de ter participado de uma chave “dura”, estava bem preparado. Porém, não esconde ter ficado chateado com a eliminação. “Falaram que lutei bem, mas não acho. Achei que podia ter lutado melhor e ganhado aquela luta. Tive oportunidade de ganhar e isso me deixa chateado. Tive a oportunidade de ganhar e ir mais para frente. É meio frustrante, porque você faz toda uma preparação e acaba perdendo. Entretanto, me sinto realizado por ter participado de uma Olimpíada e isso me deixa feliz.”
Para o judoca, faltou também um pouco de sorte. Segundo Eric, muitos atletas acabaram perdendo por detalhes, seja por erro de arbitragem ou por algum vacilo no final da luta. “Acredito que não está relacionado à experiência. É meio sorte mesmo. Não acho quer ser estreante seja um fator tão diferencial assim”, pontuou.
O peso dos Jogos
O são-bernardense destacou que o diferencial das Olimpíadas para outras competições “está no peso dela”. “É uma competição que roda muito rápido. Faz uma luta e espera poucas lutas e está voltando.”
Eric faz questão de destacar o clima dos Jogos. “É bem legal, O que eu mais sentia lá era felicidade. Eu queria estar o máximo de tempo no tatame, lutando. Desde a competição, na vila, é um clima bem diferente”, afirma.
Pandemia
A preparação para a competição foi um período difícil para o judoca devido à pandemia e o isolamento. Eric, que chegou a ir a Portugal para treinar, destaca que a parte física foi preocupante devido à demora de se retornar com os treinos, mas a parte emocional foi o que mais pesou. “Foi bem complicado mesmo. O que pesou mais foi o estresse mental. Foi estressante manter uma rotina de treinos, muitas competições para participar. Tem uma pressão nossa mesmo em conquistar medalhas”, contou.
Futuro
Apesar de ter retornado há pouco tempo de Tóquio, Eric já pensa nos Jogos de Paris, em 2024. “Acabei de voltar, mas já cheguei a conversar com meus técnicos e acredito, sim, que deva tentar mais um ciclo. Porém, será bem diferente, já que vou começar o do zero. Como vou mudar de categoria de peso (hoje compete na até 60 kg). Então, vou ter de conquistar minha vaga na seleção brasileira. Então será um ciclo bem diferente.”
Principais títulos de Takabatake:
- Prata no Grand Slam de Brasília 2019
- Prata no Campeonato Pan-Americano Lima 2019
- Ouro no Mundial Militar Rio 2018
- Ouro no Campeonato Pan-Americano Panamá 2017
- Prata no Grand Slam de Abu Dhabi 2016
- Bronze no Campeonato Pan-Americano Havana 2016
- Ouro no Grand Prix de Havana 2016
- Bronze no Grand Prix de Jeju 2015
- Prata no Campeonato Pan-americano de Edmonton 2015
- Prata no Grand Prix de Ulaanbaatar 2014
- Prata no Grand Prix de Havana 2014
- Prata no Grand Prix de Miami 2013
- Ouro no Campeonato Sul-Americano 2013
