O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu, durante live nesta quinta-feira (5), o diálogo entre os Três Poderes. O presidente disse que está à disposição para conversar e também reafirmou a defesa do voto impresso para garantir “eleições democráticas e transparentes” no ano que vem, por meio de contagem pública de votos.  Entretanto, pouco antes havia afirmado que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) “não são os donos do mundo”.

Segundo Bolsonaro, a proposta de voto impresso não significa que o eleitor vai levar um comprovante de votação para casa após votar na urna eletrônica. “Ninguém vai levar para casa o papel, nunca foi discutido isso. Uma impressora imprime [o voto] através de uma placa transparente, e se a pessoa concordar que foi impresso de acordo com tela, aperta um botão, aquilo cai em um saco de lona e vai ser aberto depois das eleições. As eleições continuam sendo apuradas de forma eletrônica, só que se faz também, imediatamente após o fim das eleições, a contagem pública dos votos”, disse.

A proposta de voto impresso foi rejeitada na Comissão especial da Câmara nesta quinta-feira (5). Em nova reunião nesta sexta-feira, deputados devem votar o parecer vencedor que pode sugerir arquivamento da proposta

Durante a live, Bolsonaro também comentou a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, que desmarcou uma reunião entre os chefes dos Três Poderes que estava sendo articulada para os próximos dias, após os constantes ataques do presidente. A reunião estava prevista para ocorrer no mês passado, mas Bolsonaro foi internado e o encontro não ocorreu.

“Aproveitando a nota do ministro Fux, ele tem razão em muita coisa aqui, é o diálogo entre os poderes. Até em guerra, os comandantes de Exército adversários conversam, até para saber se o outro quer armistício. Da minha parte, conversar com Vossa Excelência, ministro Fux, está aberto o diálogo, não tem problema nenhum. Só nós dois, ou chama também o Rodrigo Pacheco [presidente do Senado], convida também o Arthur Lira [presidente da Câmara], nós quatro, sem problema nenhum. Vamos nós quatro rasgar o verbo, com um compromisso de não sair dali, tagarelar para a imprensa. Estou à disposição. O meu dever, a minha obrigação é trazer felicidade para o povo brasileiro, não é medir força eu e o Supremo”, disse o presidente.

Entretanto, apesar do tom conciliatório, Bolsonaro reiterou críticas ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, a quem se referiu como um “garoto mimado”, por se opor à implementação do voto impresso. “Quem em casa não tem aquele garoto mimado que não pode ser contrariado que abre o berreiro? Parece o ministro Barroso. Não pode ser contrariado, é o dono da verdade”. Segundo o presidente, a atitude de “alguns pouquíssimos ministros” do Supremo não condiz com a democracia e reforçou que está pronto para conversar com o ministro “sem problema”. “Tenho a obrigação de procurar o diálogo com todos os poderes para o bem da nação”, completou.

Fonte; Agências de notícias

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