O ator Tarcísio Meira morreu nesta quinta-feira (12), aos 85 anos, vítima do novo coronavírus. O ator estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Albert Einstein, em São Paulo, desde 6 de agosto. A informação foi confirmada por Tadeu Lima, assistente pessoal do casal, à revista Quem.
A viúva do artista, a atriz Glória Menezes, segue hospitalizada na instituição, também em decorrência da covid-19. Conforme boletim médico mais recente, a atriz está no quarto e se recupera bem.
A CPI da Covid fez um minuto de silêncio na sessão desta quinta-feira (12) em homenagem ao ator Tarcísio Meira.
Mais de 60 anos de trabalho
O ator Tarcísio Meira nasceu em São Paulo em 5 de outubro de 1935. Antes de ser ator, Meira tentou a carreira de diplomata, prestando exame para o Instituto Rio Branco, mas não obteve sucesso.
Em 1957, Tarcísio Meira estreou nos palcos atuando em peças como “Chá e Simpatia” (1957), de Robert Anderson. Quatro anos depois, começou a atuar na televisão no programa de teleteatro “Grande Teatro Tupi”, onde contracenou com Glória Menezes. O ator estreou na Rede Globo, estreou em 1967 com a novela “Sangue e Areia”. Tarcísio Meira atuou em mais de 40 telenovelas na emissora.
Tarcísio e Glória foram casados por quase 60 anos e pais do também ator Tarcísio Filho.
Ator Paulo José
Nesta quarta-feira (11), morreu no Rio de Janeiro, o ator Paulo José. Ele tinha 84 anos e faleceu em decorrência de uma pneumonia, após 20 dias internado. A confirmação de sua morte foi feita pela Rede Globo, onde ele começou a trabalhar em 1969.
“Um dos maiores nomes da nossa dramaturgia, como ator e diretor, e também dono de uma voz marcante, Paulo José é daqueles artistas de quem o público sempre se sentiu próximo. Nas últimas décadas, entrou em nossas casas por meio de uma infinidade de personagens que ficam, assim como ele, para a história”, destacou a Globo, em nota à imprensa.
Paulo José Gómez de Souza nasceu em Lavras do Sul, interior do Rio Grande do Sul, em 20 de março de 1937. Teve o primeiro contato com o teatro ainda na escola, iniciando a carreira no teatro amador anos mais tarde, em Porto Alegre. No início dos anos 60, Paulo José foi morar em São Paulo e começou a trabalhar no Teatro de Arena, onde exerceu diferentes funções. A primeira peça em que trabalhou como ator foi Testamento de um Cangaceiro, de Chico de Assis, em 1961.
Estreou na Globo como ator na novela Véu de Noiva, de Janete Clair, em 1969. Seu primeiro grande personagem foi o mecânico-inventor Shazan, que formava uma dupla bem humorada com Xerife, personagem de Flávio Migliaccio, na novela O Primeiro Amor (1972), de Walther Negrão. A dobradinha fez tanto sucesso que deu origem ao seriado Shazan, Xerife e Cia, escrito, dirigido e interpretado por Paulo e Flávio entre 1972 e 1974. Outros personagens marcantes foram o comerciante cigano Jairo em Explode Coração (1995), de Gloria Perez, e o alcóolatra Orestes de Por Amor (1997), de Manoel Carlos.
Ao longo de mais de 60 anos de carreira, atuou em mais de 20 novelas e minisséries. Sempre ativo e atuante, mesmo depois de descobrir o mal de Parkinson, doença que o acompanhou por mais de 20 anos, Paulo José sempre esteve preocupado com a valorização do ofício de ator no Brasil, sendo nome de destaque na luta pela regulamentação da profissão no final dos anos 70.
Sua última e mais emocionante aparição na TV foi como o vovô Benjamin na novela Em Família (2014), de Manoel Carlos. Como na vida real, seu personagem sofria de mal de Parkinson. Deixa esposa e quatro filhos: Ana, Bel e Clara Kutner, de seu relacionamento com a atriz Dina Sfat, além Paulo Henrique Caruso.
Admiradores homenagearam Paulo José nas redes sociais. “Um ator brilhante”, disse a atriz Patrícia Pillar.
“Um dos maiores”, disse a atriz Maria Fernanda Cândido.