Chance de participar de edição comemorativa da prova motivou nomes que ajudaram a escrever sua história a se juntar ao grid. Reencontro com a poeira é motivo de emoção e diversão.
Eles escreveram páginas importantes na história de 30 anos do Sertões BRB. Numa edição especial, que faz do desafio off-road o maior rally do mundo, com oito estados atravessados ao longo de 15 dias, se renderam ao apelo da poeira para voltar a acelerar e viver novamente as sensações únicas proporcionadas pela prova. Se os objetivos são diferentes, a paixão comum é o grande combustível para chegar a Salinópolis (PA), ponto final de um percurso de 7.202 quilômetros, dos quais 4.378 cronometrados.
André Azevedo não é ‘apenas’ um pentacampeão do Sertões BRB – venceu três vezes como piloto entre os caminhões (modalidade que não é mais disputada) e duas como navegador nos carros. O paulista de São José dos Campos plantou a semente dos ralis cross-country no Brasil quando, em 1988, ao lado de Klever Kolberg, se tornou primeiro brasileiro a disputar o então Paris-Dakar. O interesse gerado por aquela participação proporcionou as condições para que, cinco anos depois, começasse a trajetória que trouxe o Sertões até aqui. Desta vez, ele compete ao lado do filho Lucas – os dois se alternam na pilotagem e na navegação.
Tiago Fantozzi é outro que conta com título no currículo (o das motos em 2001). Mesmo nos anos em que não competiu, se manteve ligado ao Sertões BRB. Trabalhou na organização, foi chefe de equipe e nunca se manteve distante do rally. A trigésima edição foi o incentivo que faltava para novamente colocar capacete, uniforme e luvas e reencontrar os caminhos do Brasil. Com uma participação que tem um quê de aventura em si própria. A moto é do irmão; a estrutura que o acompanha de outro piloto e as primeiras etapas foram feitas com pneus guardados em casa há um bom tempo. Como o talento não se perde, ele não demorou a se colocar entre os primeiros na geral e em sua categoria (MT2).
Mais rodas
Para José Alexandre Tommaso, o Sertões BRB dos 30 anos marca um reencontro após 14 de ausência. Com direito a aumento no número das rodas. Sobre duas, o piloto de Volta Redonda (RJ) foi terceiro na geral em 1999 e sétimo em 2004. Agora, é o navegador do UTV #231, comandado por Wander Garcez. E já se sente à vontade e adaptado na nova função.
O que eles disseram:
André Azevedo
“Na edição dos 10 anos conquistei minha segunda vitória nos caminhões e na dos 20 também estava presente. Tenho um bocado de história no Sertões e não queria ficar fora agora, nos 30 anos. Aí surgiu a oportunidade bacana de ser parte do projeto do Rally da Educação. Fiquei muito feliz ao ver como a estrutura do Sertões cresceu nesse tempo e hoje não deve em nada à do Dakar”.
Tiago Fantozzi
“Fiz todo esforço para estar aqui, foi na garra mesmo. Eu tinha alguns pneus de rally comigo, mas de 2008, e eles sofreram bastante. Felizmente consegui uma ajuda para contar com novos no restante do rally. Além disso, precisei me desfazer da moto do primeiro título para fechar o orçamento. Vendi a um conhecido na expectativa de comprá-la de novo. Tem valido muito a pena. É incrível poder andar junto dos pilotos de fábrica com a estrutura que eu tenho. Minha experiência ajuda bastante, e é com ela que eu quero terminar bem em Salinópolis”.
José Alexandre Tommaso
“Eu queria muito fazer essa edição histórica do Sertões. De moto a logística seria muito complicada, aí de repente recebi o convite para navegar no UTV e não pensei duas vezes. Nas primeiras etapas ainda olhei muito para a estrada, cacoete das duas rodas, já que passei a vida inteira nelas. Agora já me encontrei no carro e estou me divertindo bastante. O Wander (piloto) me passa muita segurança e tranquilidade”.
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Fonte: Comunicação Sertões BRB/Meg Cotrim
