De acordo com o senador Flávio Bolsonaro (PL), seu pai e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), pode ficar sem recursos para financiar a campanha presidencial em um eventual segundo turno.
Apesar do PL ter recebido R$ 312 milhões em dinheiro público distribuídos a candidaturas da sigla, Flávio diz que está “muito preocupado porque o dinheiro do partido acabou”. Além disso, o senador expressa frustração com as cifras doadas até agora por pessoas físicas, apesar de o presidente ter sido o candidato que mais arrecadou neste formato, R$ 10,8 milhões, segundo O Globo.

“O dinheiro que aguardávamos que viesse com as arrecadações estão sendo realizadas de forma muito lenta ainda. Isso atrapalha muito. Fazemos conta para ver quanto custa o deslocamento do presidente de um lugar para o outro. Poderíamos estar com uma força muito maior, com capilaridade muito maior com os candidatos do PL a deputado federal e estadual com mais recurso para fazer a campanha e levando o nome do Bolsonaro. Isso não está acontecendo porque não tem recurso. Esse é sim um ponto crítico da nossa campanha”, declarou Flávio em entrevista ao jornal nesta terça-feira (13).

Após ser eleito em 2018 pelo PSL, na época uma sigla nanica, com uma campanha modesta, com gastos declarados de R$ 2,5 milhões, Bolsonaro optou por se filiar ao PL, entre outros motivos, pela estrutura que o partido poderia lhe oferecer. Com a sétima maior fatia do fundo eleitoral, porém, a sigla foi inflada por aliados do presidente e a distribuição dos recursos se tornou motivo de insatisfação interna.
Pressionado por candidatos, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, publicou na semana passada um vídeo nas redes socais prestando contas dos gastos do partido nas eleições deste ano. Na gravação, o dirigente afirma que há uma “dificuldade muito grande” e que se não houver doações o partido passará por um “aperto”.
“Nós temos esse quadro hoje; a dificuldade é muito grande. Se nós não tivermos doações, vamos passar um aperto muito grande. É essa satisfação que eu queria dar para todos vocês, para que a gente continue trabalhando para receber doações. As doações são muito importantes para nós. O dinheiro que vem do fundo não é suficiente”, disse Costa Neto citado pelo O Globo.

Discurso pacifista

Também nesta terça-feira (13), o presidente fez uma declaração um pouco atípica de seus discursos mais inflamados e afirmou que se perder as eleições, passará a “faixa” presidencial e se “recolherá”, indicando que deixaria a política em caso de derrota.

“Façam comparações com outros países, o que acontece. O que em comum tem esses chefes de Estado onde essas políticas não estão dando certo, em seus respectivos países, e veja se você quer isso ou não para o Brasil. Se essa for a vontade de Deus, eu continuo. Se não for, a gente passa aí a faixa e vou me recolher, porque com a minha idade eu não tenho mais nada a fazer aqui na Terra se acabar essa minha passagem pela política em 31 de dezembro do corrente ano”, disse Bolsonaro citado pela mídia.

A declaração é bastante distinta das que geralmente concede sobre eleições a partir do momento que o mandatário diz que só reconheceria o resultado da disputa caso haja “eleições limpas”, sem explicar o que isso seria e sem apresentar provas de fraude no modelo atual.
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