Mestre têxtil comenta sobre nova perspectiva no mercado

O tamanho do mercado global têxtil foi avaliado em US$993,6 bilhões em 2021 e tende a crescer a uma taxa anual composta (CAGR) de 4,0% de 2022 a 2030 segundo pesquisa da Textile Exchange. Isso corresponde a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, sendo que o Brasil é o 5° maior produtor têxtil do mundo e o 4° maior produtor de vestuário. A mão de obra no país emprega 1.7 milhões de pessoas diretamente e 8 milhões indiretamente.

Nessa maior demanda por produtos, cria-se uma maior produção de lixo têxtil, comenta Thamires Pontes, Mestre têxtil. A década de 90, por exemplo, foi um marco na indústria global de produção, com advento da internet e a globalização, nesse período a China passou a ser conhecida como a fábrica do mundo. Muitas indústrias passaram a usar sistemas de produção descentralizados para produzir maiores quantidades e reduzir custos a partir de mão de obra barata (A indústria da moda também se inseriu nesse modelo mais competitivo, com produções e lucros maiores a um custo reduzido. Porém, esse crescimento desenfreado trouxe impactos ambientais e sociais.

Também conhecida como economia do mar, a economia azul oferece soluções para o impacto ambiental dessas produções, voltadas ao conjunto de valores e riquezas proporcionados pelo recurso mais abundante para a vida na Terra: a água.

Como 97% desses recursos são oceânicos, e temos acesso no momento a apenas 20% desse gigantesco volume de água sendo explorado e estudado até agora, muitos projetos já têm mudado a realidade atual. De acordo com estimativas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a economia azul tem potencial para movimentar US $3 trilhões ao ano a partir de 2030.

Soluções essas como a da Phycolabs que vão implantar no mercado têxtil uma fibra ecológica, produzida à base de algas marinhas.

O projeto surgiu após Thamires estudar sobre como fibras têxteis são poluentes desde sua produção até o seu descarte. “Há problemas em toda a cadeia de valor da moda que comprometem a biodiversidade. Por exemplo, a indústria é responsável por 24% dos inseticidas e dos pesticidas, 10% das emissões globais de gases de efeito estufa; o setor é o 2° maior usuário de água doce do mundo para produção, assim como também os produtos químicos usados resultam em alto grau de contaminação água, 35% da poluição dos oceanos por microplásticos vem da lavagem de tecidos sintéticos”, destaca Thamires.

Os movimentos sociais e os próprios consumidores, têm exigido das empresas comportamentos sustentáveis como um novo valor a ser agregado ao valor econômico. Essa tendência já em destaque com iniciativas de ESG influência tanto na inserção de modelos de negócios circulares, como também no desenvolvimento de novos materiais para a indústria.

Espera-se então que em 2023 novas tecnologias estejam cada vez mais presentes na produção de peças e consciência maior nas indústrias com o descarte de resíduos.

Fonte: Yeux Comunica

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