Quando as ondas sísmicas percorrem o corpo de nosso planeta, parecem se deslocar 3% mais rápido quando se movem verticalmente, de polo a polo, do que horizontalmente, de leste a oeste.
De acordo com novos modelos, isso pode estar acontecendo porque o núcleo sólido da Terra está crescendo mais rápido de um lado, embaixo do mar de Banda, que faz parte das águas territoriais da Indonésia, e mais devagar do outro lado, embaixo do Brasil.
No passado, houve um tempo quando nosso planeta não tinha núcleo sólido. O interior mais profundo da Terra provavelmente continha uma massa de material derretido por bilhões de anos antes de o ferro líquido no centro começar a esfriar e solidificar, escreve portal Science Alert.
Isto significa que o centro da Terra poderia ser um aglomerado de ferro cristalizado gigante e crescente e, quando esses cristais se alinham de uma certa forma, isso provavelmente permite que as ondas sísmicas se movam mais rápido em algumas direções.
Acionando os modelos de como esse alinhamento específico poderia ter acontecido, os pesquisadores se depararam com uma explicação inesperada – o núcleo interno da Terra está crescendo de forma desequilibrada.
“O modelo mais simples parecia um pouco incomum – que o núcleo interno é assimétrico”, afirma o sismólogo global Daniel Frost da Universidade da Califórnia em Berkeley.
“O lado oeste parece diferente do lado leste ao longo de todo o percurso até o centro, não apenas no topo do núcleo interno, como alguns têm sugerido. A única maneira como podemos explicar isso é porque um lado está crescendo mais rápido que o outro”, disse.
Uma vez que é impossível fazer perfuração até o núcleo interno da Terra para determinar o que está realmente acontecendo, trata-se de uma área de pesquisa prolífica para o debate.
Usando vários modelos computacionais que representam a geodinâmica da Terra e a física dos minerais de ferro sob alta pressão e temperatura, pesquisadores tentaram descobrir por que o núcleo interno de nosso planeta está alinhado de uma maneira tão específica.
A explicação mais simples é que o núcleo de cristal de nosso planeta está crescendo mais rápido na região do equador e no lado leste especificamente.
“Isso corresponde a uma taxa de crescimento que é 40% menor nos polos e 130% maior no equador em comparação com a média global”, concluem os autores do estudo.
Esta taxa de crescimento assimétrica sugere que algumas partes do núcleo interno da Terra são mais quentes, enquanto outras são mais frias, permitindo que os cristais de ferro se formem mais rápido.
Por fim, os pesquisadores explicam que é este movimento que através da gravidade alinha a estrutura cristalina do núcleo interno da Terra ao longo do eixo de rotação de nosso planeta.