O mês de setembro é marcado pela conscientização sobre a importância da prevenção ao suicídio, assunto que ainda é considerado tabu. Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida a cada ano.
Durante o Setembro Amarelo o tema saúde mental ganha força e, para fechar o mês de atividades, o JW News conversou com Sabrina Ferrer, mestre em psicologia do desenvolvimento humano, com atuação em consultórios há 17 anos. Acompanhe a entrevista exclusiva.
Falar sobre suicídio ainda é tabu. Como podemos quebrar essa dificuldade e qual a importância do Setembro Amarelo dentre desse contexto?
Podemos tentar agir com a realidade dos fatos, o suicídio é real, e vem aumentando cada dia mais, principalmente entre crianças e jovens. Temos que tratar este assunto de frente, como lidamos com câncer, HIV, não podemos nos esconder. O Setembro amarelo vem pra dar voz a essa situação, se fazer vista e real.
Quais fatores são comuns em pessoas com tendência ao suicídio?
Não existe um fator comum, mas a maioria apresenta fatores mentais presentes. Porém, somos seres diferentes. Existem pessoas que se suicidaram após uma grande festa e outras que estavam há dias trancadas em seus quartos.
As taxas de suicídio aumentaram nos últimos anos entre adolescentes. Há estudos que mostram os motivos para esse aumento?
Sim, com a mudança gradual da sociedade, fatores econômicos, familiares, pandemia.
Não só jovens, mas há casos de crianças com pouco mais de 8 anos que se mataram. O que pode ter levado a esses casos?
Nestes casos a saúde mental de crianças e adolescentes é altamente negligenciada.
Em que grau o bulliyng pode influenciar nos casos de suicídio entre jovens e crianças?
Não conseguimos mensurar graus, e sim o que aquele indivíduo sente e como sente.
Quais outros fatores podem levar crianças a ter transtornos, como a depressão, e como pais podem prevenir?
Existe a parte genética/predisposição. A prevenção vem sempre com a atenção, com o cuidado e com a informação.
Os casos de reincidência são comuns nas tentativas de suicídio?
Sim, quando o indivíduo não tem tratamento e aquela dor ainda permanece ali com ele, a probabilidade de nova tentativa é real.
Quais sinais ou sintomas podem indicar possível tendência suicida?
Alterações extremas de humor, tipos de avisos como a vida não vale nada; melhora súbita do estado triste/depressivo; desapego; comportamentos irresponsáveis e ou perigosos; mudança de rotina
Quais procedimentos podem prevenir o suicídio?
Um dos principais é o diálogo. Ouvir o outro, informações. Devido ao medo, preconceito e até desconhecimento sobre o assunto, o suicídio é um mal silencioso, em que, na maioria das vezes a pessoa não deixa transparecer comportamentos com tendência suicida.
Qual o impacto da pandemia na saúde mental?
Terríveis. Aumento de ansiedade e depressão.
Quais os avanços que se tem no Brasil no cuidado da saúde mental?
Os avanços ainda são efêmeros, mas a conscientização vem aumentando, o empenho da saúde pública, da própria sociedade, pois agora não é mais só no vizinho que acontece. Está acontecendo cada vez mais perto.
Quais demandas na área da saúde mental ainda estão muito aquém do necessário?
Demanda por psiquiatras, por psicólogos. A demanda por pacientes é muito maior do que a disponibilização de profissionais.
Fonte de informação com uma competência plausível. Realmente não podemos fechar os olhos para a realidade que estamos vivendo e vivenciando com a humanidade. É muito importante que realmente temos mais informações sobre o assunto abordado, para que possamos intender para atender a quem precisa de ajuda. Não podemos fazer críticas nem comentários quando não interagimos ao intendimento da situação. Então vamos ajudar a quem precisa vamos cuidar no nosso eu. Parabéns MINHA terapeuta Sabrina, por me mostrar em tão pouco tempo o que eu não quero enxergar.