O Grande Prêmio de Mônaco sempre foi o GP mais glamouroso e charmoso do campeonato mundial de F1, e vencer uma de suas edições, sempre foi algo muito cobiçado pelos pilotos da F1. Em um traçado curto de 3.328 metros e apertados pelas ruas de Monte Carlo, o circuito de Mônaco está longe de ser um dos favoritos dos pilotos.
Desde 1950, ano de criação da F1, ausente nos anos de 1951,1952,1953, o GP de Mônaco sempre esteve presente no calendário da F1, muitos pilotos passaram por ali, muitos venceram, porém, poucos foram eternizados como os maiores vencedores no circuito do principado. Temos entre eles:
Nico Rosberg – 3 vitórias 2013, 2014, 2015
Jackie Stewart – 3 vitórias 1966, 1971, 1973
Alain Prost – 4 vitórias 1984, 1985, 1986, 1988
Michael Schumacher – 5 vitórias 1994, 1995, 1997, 1999, 2001
Graham Hill – 5 vitórias 1963, 1964, 1965, 1968, 1969
Estes pilotos citados acima escreveram seu nome na história como maiores vencedores em Mônaco, mas só 1 deles, que não está na lista, se tornou o único Rei de Mônaco, um atrevido e talentoso brasileiro de capacete verde e amarelo, que morava na Zona Norte de São Paulo, de sobrenome Silva, um tal de Ayrton Senna da Silva, vocês conhecem? Já ouviram falar nele?
Ninguém em todos estes anos andou com tanta perícia, arrojo, talento e ousadia no circuito mais apertado da F1, no circuito que passa por ruas famosas, varandas elegantes, andando sempre no limite e com a faca nos dentes, beirando os guardrails.
Foi assim que o menino da Zona Norte de São Paulo, Ayrton Senna, se tornou rei no principado de Mônaco, vencendo 6 vezes o Grande Prêmio. Já em seu ano de estreia na F1, assombrou o mundo naquele 03 de Junho de 1984, desafiando os grandes nomes da F1, debaixo de tempestade com uma fraca Toleman. Passando um a um, inclusive Niki Lauda, da McLaren, que viria a se sagrar tricampeão mundial de F1 naquela temporada, Senna estava em 2º se preparando para ultrapassar o francês Alain Prost, quando a direção de prova encerrou a prova, dando a vitória ao francês, mas Senna comemorou a vitória porque ele cruzou a linha de chegada, enquanto Prost parou antes da bandeirada. Ayrton nesta prova, fez pela 1ª vez a volta mais rápida em um GP de F1, com 1:55:334.
Apesar desta ótima impressão deixada em 1984, foi em 31/05/1987 que Ayrton Senna conquistou e deu ao Brasil sua 1ª vitória em Mônaco em toda a história da F1, largando em 2º, veio driblando os acidentes pelo caminho e após 78 voltas, recebeu a bandeirada de chegada na 1ª posição pela primeira vez, a bordo da Lotus Amarela Camel. A vitória de Senna teve um significado especial para o Brasil, pois além de ser a primeira vitória brasileira em Mônaco, foi logo com uma dobradinha com Nelson Piquet, em 2º com a Williams.
Em 1988, a bordo da poderosa McLaren MP4/4, Senna dominou amplamente a corrida e estava para colocar uma volta em seu companheiro de equipe, o francês Alain Prost, mas um descuido de Senna pôs tudo a perder, Senna se desconcentrou e bateu na entrada do túnel, abandonando a prova. Senna, que morava duas ruas acima, em vez de voltar para o box da
McLaren, de tão irritado que estava, foi direto para casa. Bateu na porta, e a empregada não abriu, pois viu que a corrida ainda não tinha acabado, ele bateu com mais força na porta, quando a empregada foi ver o que era, era o próprio Ayrton bravo que tinha voltado para casa e deixou todo mundo da McLaren esperando nos boxes.
De 1989 a 1991, Ayrton Senna venceu o GP de Mônaco mais 3 vezes, ficando a 1 vitória do inglês Graham Hill, recordista com 5 vitórias e detentor do título de Mr Monaco.
Em 1992, dia 31 de Maio, exatos 5 anos de sua primeira vitória, Senna estava longe do favoritismo à vitória, os favoritos eram os pilotos Nigel Mansell e Ricardo Patrese da Williams. Mansell liderou praticamente a prova toda, mas uma demora no pit stop fez com que Senna o ultrapassasse, e o que vimos até a bandeirada de chegada foi o automobilismo em seu estado puro.
Mansell babando como um leão atrás de Senna, com um carro superior ao do brasileiro, tentando a ultrapassagem de todas as formas e Senna na raça, no talento e no coração, se defendendo de todos os lados, de todo jeito, com todos os recursos e talento que tinha. Ao final da disputa, Ayrton Senna se igualava a Graham Hill, vencendo em Mônaco pela 5ª vez. Mansell chegou extremamente esgotado no pódio, enquanto Ayrton estourava pela 5ª vez o champanhe da vitória.
O ano de 1993, o último de Ayrton Senna na McLaren, teve seu histórico marco no dia 23 de Maio, mesmo dia em que o menino Rubens Barrichello completava 21 anos de vida, idade hoje de seu filho Eduardo. Aquele Grande Prêmio de Mônaco teve pole position do francês Alain Prost, mas logo na largada, Prost se afobou e queimou a largada, com certeza a punição viria, era apenas uma questão de tempo, e ela veio como um Stop And Go, com Prost fora da jogada, o jovem alemão Michael Schumacher de Beneton liderava a prova, até que o motor de sua Beneton abriu o bico na curva Lowes, a mais lenta do circuito.
Ayrton Senna assumiu a liderança, com Damon Hill, filho de Graham Hill, de quem Senna buscava superar o recorde de vitórias, mas nem a responsabilidade de Hill de defender o legado do pai, impediu Ayrton de após 78 voltas cruzasse a linha de chegada em 1º pela 6ª vez, se tornando ali o novo Mr Mônaco, era a 6ª vitória de Ayrton Senna em Mônaco, o principado tinha um novo rei, que não foi igualado, tampouco superado até os dias de hoje.
Em 1994, o Grande Prêmio de Mônaco foi a corrida seguinte à tragédia de Imola, foi um GP de muitas tristezas, lembranças e saudades pelas mortes de Roland Ratzenberger. A F1 deixou vazio o local do pole position, pois quem esteve sempre presente ali já não estava mais, os pilotos fizeram uma homenagem a Senna e Ratzenberger na linha de chegada antes da largada. O rei de Mônaco estava morto, mas jamais será esquecido e viverá para sempre nas lembranças e nos corações daqueles que amam o automobilismo e a F1, e também enquanto as futuras gerações continuarem a apreciar os seus feitos e mantiver vivo o seu legado.
Valeu Ayrton!!!
Direto da enciclopédia do Marcelão
Sempre comentário com requintes detalhes , parece até que você estava lá kkkk parabéns amigão, graças a deus nos encontramos a um ano visitando o sepulcro do nosso the king of Mônaco. 👏👏👏
Sem palavras! Sua narrativa sempre me emociona e hj me arrepiou: foi como seu estivesse correndo em Mônaco! Que orgulho ter um brasileiro com tamanho conhecimento! Vc é a memória viva do automobilismo! Marisa Dias
Parabéns lindo texto como todos que você escreve bjos
Memórias de um rei.
Novamente parabéns pela excelente matéria, nossos domingos nunca voltaram ser os mesmos após a partida do maior de todos os tempos e também sem um representante brasileiro nas pistas da F1.
Forte abraço Maranello e que Deus preserve por muitos e muitos anos essa memória incrível.
Excelente matéria. Parabéns Marcelo.
As matérias que o Marcelo escreve, são ricas em detalhes. Temos a sensação, que estamos vivendo a época do feito na f1.
Senna pra sempre será, o rei de Mônaco
Marcelo você consegue emocionar a todos com toda essa projeção, é reviver momentos inesquecíveis com nosso Senna, me lembro muito bem dele homenageando o Brasil com nossa bandeira, são imagens maravilhosas que vieram na mente hoje.
Parabéns Marcelo
Sou sua fã
Ray (Campinas SP )
Recordar é viver…e nesse texto conseguimos reviver um pouco as alegrias , emoções
dos nossos domingos na F1.
Gratidão pelo lindo texto.
Parabéns Marcelo!
Texto que se lê com emoção, saudade e orgulho. Parabéns!!!
… Ayrton do Brasil e da zona norte de SP
Mais uma excelente matéria deste menino, Marcelo, com seu estilo único de resgatar a história como ela ocorreu de fato e sua narrativa emocionante, seja no momento das vitórias, paixão dos torcedores, ou das homenagens, como a que os pilotos fizeram em 1994, ao nosso inesquecível Ayrton Senna. Parabéns!
Grandes lembranças de domingos que vão demorar p voltar…..
Massa demais!
Parabéns amigo