O dia 17 de Julho de 1994 ficará para sempre marcado na lembrança e no coração doa brasileiros como o dia do tetra, o dia em que depois de 24 anos o torcedor brasileiro explodia novamente em um grito de campeão mundo.
Tarde de verão escaldante na costa oeste dos Estados Unidos, estádio Rose Bowl, em Pasadena, na Califórnia, Brasil e Itália se encontram em uma final de Copa do Mundo. Dois tricampeões mundiais em busca do tão sonhado tetra, acima de tudo, de ser o primeiro tetracampeão mundial da história. Era a 1ª vez que brasileiros e italianos se encontravam em uma Copa do Mundo após a conhecida Tragédia do Sarriá, quando em 1982, o Brasil perdeu em Barcelona por 3X2, com 3 gols de Paolo Rossi e deu adeus ao sonho do tetra na Copa do Mundo da Espanha.
O Brasil do baixinho Romário tinha sido campeão do mundo em 1958, 1962 e 1970, por outro lado a Itália, a Squadra Azzura de Roberto Baggio tinha sido campeã do mundo em 1934, 1938 e 1982 e disputariam a taça do mundo naquele 17 de Julho. Ali o mundo teria enfim o seu 1° tetracampeão mundial, só nos restava esperar para saber se seriam brasileiros ou italianos.
A partida apitada pelo árbitro húngaro Sándor Puhl, falecido aos 65 anos em 20 de Maio de 2021, foi uma partida disputada durante os 90 minutos, tendo chance mais clara de gol com o Brasil, quando o camisa 5 Mauro Silva chutou de fora, o goleiro italiano Gianluca Pagliuca, deixou a bola escapar e a mesma bateu na trave, voltando nas mãos do goleiro italiano, que deu um beijo na trave.
A chance mais clara de gol veio no 2° tempo da prorrogação com Romário perdendo o gol debaixo da trave, chutando pra fora, meio que desequilibrado, a bola passou raspando a trave direita do goleiro Pagliuca.
Fim de jogo no 2° tempo da prorrogação e teríamos pela primeira vez na história uma Copa do Mundo decidida na cobrança de pênaltis.
A Itália começou batendo com o capitão Baresi batendo para fora, para o Brasil Marcio Santos bateu à meia altura no canto direito e Pagliuca defendeu. Albertini bateu para a Itália e fez 1X0, Romário, com direito a paradinha bateu no canto alto, a bola bateu na trave e entrou. Evani bate forte no meio do gol de Taffarel e faz 2X1 para a Itália, Branco empata para o Brasil com uma bomba de pé esquerdo no canto esquerdo de Pagliuca.
Daniele Massaro, jogador do Milan, bate a meia altura no canto esquerdo e Taffarel defende. Dunga solta o pé no canto esquerdo de Pagliuca e bota o Brasil na frente, com 3X2.
Cláudio Taffarel contra Roberto Baggio, camisa 10 da Itália, craque do time, eleito melhor jogador do mundo em 1993, mas não em boa forma na final, pois sofria com muitas caimbras. Baggio vai para a bola e isola a cobrança, mandando a bola na torcida.
Galvão Bueno na transmissão gritava e pulava dentro da cabine abraçado a Pelé e ao Arnaldo Cezar Coelho “Acabou! Acabou! É Tetra! É Tetra! O Brasil é tetracampeão mundial de futebol! O Brasil 24 anos depois é tetra campeão mundial de futebol. Brasil Brasil Brasil, pra acabar, pra exorcizar o último fantasma que faltava, o da cobrança dos pênaltis”.
Ao fundo era executado o Tema da Vitória, que tanto marcou as vitórias de Ayrton Senna, em homenagem ao próprio Ayrton Senna, morto 2 meses e 16 dias antes da final.
Ayrton Senna que fez um acordo com a seleção, que eles torcessem pelo tetra dele na F1, que ele estaria junto na torcida pelo tetra da seleção na Copa, foi o grande homenageado neste momento de conquista.
A seleção na comemoração ergueu uma faixa escrita ” Senna, Aceleramos Juntos, o Tetra é Nosso!” Galvão dizia neste momento ” O tema da vitória, que comemorava as vitórias de Ayrton Senna, nós teríamos dois tetras neste ano, a seleção é tetra em campo e Ayrton Senna, é o eterno campeão no coração dos brasileiros, linda homenagem dos jogadores, o tema da vitória ao fundo tocando. Pra mim é demais”!
Após a volta olímpica a seleção novamente ergue a faixa em homenagem a Senna e Galvão novamente cita Senna ” E aí continua a homenagem a este brasileiro que queria estar aqui, ele está aqui! A luz dele está presente no estádio”!
No momento da entrega da taça de campeão a Dunga, capitão da seleção brasileira, estavam presentes Al Gore, o vice presidente dos EUA, e o presidente da Fifa na época, João Havelange. Pela primeira vez o Brasil erguia o troféu Fifa como campeão mundial, pois após a 3ª conquista em 1970, tirou em definitivo a taça Jules Rimet.
Após 24 anos do Tri em 1970, no México, o Brasil voltava a comemorar um título mundial na Copa do Mundo, depois de uma campanha invicta, tendo apenas um empate contra a Suécia, no dia 28 de Junho, terça feira contra a Suécia por 1X1.
No momento da entrega da taça, Galvão dizia ” Eu quero ver esta taça erguida eu quero ver esta taça lá no alto! O Brasil quer gritar com você TETRAAA CAMPEÃO MUNDIAL DE FUTEBOL! No beijo de cada torcedor o beijo de cada brasileiro, no carinho de cada jogador, o carinho de cada brasileiro, no afago de cada jogador o afago de cada brasileiro”
Momento marcante na entrega da taça foi ver Mário Jorge Lobo Zagallo, único homem vivo ou morto na face da Terra, tetracampeão mundial de futebol. Ele que foi campeão como jogador em 1958 e 1962, como técnico em 1970 e coordenador técnico em 1994.
A festa fo tetra em campo teve a participação dos Três Tenores ( Luciano Pavarotti, Plácido Domingos e José Carreras) cantando Aquarela do Brasil em homenagem à seleção brasileira. No Brasil, torcedores nos 4 cantos do país indo às ruas para comemorar um conquista que levou 24 anos para chegar e quando chegou, veio com uma dose cavalar de emoção e dramaticidade.
Que dia inesquecível…
É tetra
É tetra
É tetra
Parabéns primo Marcelo, você fez a gente reviver o passado. Neste dia estávamos na casa dos meus pais com toda a galera reunida e foi a maior alegria com a vitória do Brasil.
Boa matéria marcelo, não se esqueça da bagunça da turma comemorando o tetra na sua casa!!!
Excelente matéria, seu detalhes são incríveis nos remete aquele ano, que nos deixava alegre com o tetra campeão do Brasil, e ao mesmo tempo emocionados com a homenagem feita pelos jogadores Ayrton Senna falecido no mesmo ano da Copa Mundo. Nesta época trabalhava, mad eramos dispensados para assistir o jogo em casa com a família, já tinha minha filha com um ano de idade que participava desta reunião familiar que faz a alegria de todo brasileiro. Como também quando nos reunimos para ver quando Ayrton Senna estava na pista.
Parabéns Marcelo, linda reportagem.
Essa final foi a melhor pois neste mesmo ano perdemos o Ayrton Senna
Excelente Marcelo vc com os seus detalhes não deixa nossas alegrias esportiva cair em esquecimento.
Maravilhosa Matéria!
Tinha 14 anos, revivi este momento com as memórias do Marcelo Maranello…
Valew🤙🤙🤙
Que momento marcante de nossa história esportiva.
Foi mais emocionante que o penta… Estávamos na fila desde 1970…