Lastro Prejudica Grid de Largada
A maior e mais disputada categoria automobilística do país em plena evolução, proporciona fortes emoções para o público que acompanha a categoria, neste final de semana acontece a 7ª Etapa da Stock Car no Autódromo Internacional Ayrton Senna em Goiânia, Thiago Camilo conquistará o sonhado e já merecido campeonato? Daniel Serra leva o tetra, Rubens Barrichello o tri, Gabriel Casagrande o bi ou o argentino Matías Rossi vai colocar água no chopp dos brazucas?
Quando assistimos a F1 queremos ver disputas de Max com Perez, com Leclerc, que o Lewis e Russel entrem na briga, assim como os talentosos pilotos da MacLaren para emoção do telespectador, com pilotos da ponta disputando posições, queremos ver memoráveis ultrapassagens na briga pelo campeonato, mas na Stock Car o lastro ultimamente proporciona corridas de recuperação dos líderes, os carros saem tão arrebentados quanto os lutadores do UFC.
Na 6ª Etapa em Mogi Guaçu o líder Thiago Camilo carregando 30kg largou da 20ª posição no grid, o vice-líder Daniel Serra com 25Kg na 11ª e Gabriel Casagrande com 20Kg na 18ª, não vimos disputas entre os líderes e sim carros danificados por colisão que largaram na faixa de gaza em busca de posição, Gabriel conseguiu o 2º lugar na Corrida 2 diante de uma corrida conturbada com apenas 18 carros terminando a prova.
Em 2021 Gabriel Casagrande conquistou o campeonato com lastro pole e vitória em Interlagos, com a equiparação das equipes e pilotos, este ano Gabriel Casagrande saiu líder da 4ª Etapa em Cascavel e etapa seguinte de volta à Interlagos, largou na 24ª posição, terminando com seus 30Kg na 23ª posição na Corrida 1 e 22º na Corrida 2.
Nesta temporada em abril o tricampeão Ricardo Maurício liderava o campeonato com 70 pontos, seguido por Gabriel Casagrande e Bruno Baptista, na etapa seguinte em Tarumã, Ricardo com 30 Kg largou da 24ª posição, Gabriel com 25Kg conseguiu um surpreendente 5º lugar no grid, Bruno Baptista largou da 21ª posição e novamente os líderes ao invés de disputarem posições, lutaram na faixa de gaza, Ricardo nem concluiu a prova.
O lastro de sucesso foi implantado em 2020 com as incertezas da pandemia, caso algum piloto não corresse como aconteceu com Bruno Baptista, Gabriel Casagrande e Ricardo Maurício, ou mesmo o cancelamento de alguma etapa, em 2021 houve adiamento da 1ª Etapa devido o avanço da doença, mas a pandemia passou e o lastro ficou por aumentar a disputa e as condições comerciais da categoria, mas nesta temporada quem carrega o lastro está largando na faixa de gaza, podendo ter sua corrida prejudicada assim como sua temporada, este foi o comentário do piloto do Gabriel Casagrande:
“Acho a regra do lastro uma das maiores injustiças da competição. É como se o Botafogo agora que é líder tivesse que iniciar os jogos com jogadores a menos para equilibrar, além de acabar com as estatísticas do piloto”
O anjo da Eurofarma, a assessora de impressa Patrícia Alves encaminhou o o áudio do tricampeão Daniel Serra, aperte o play pra ouvir:
A assessora Glauce Schutz, enviou o comentário de Ricardo Zonta:
“O lastro de sucesso foi criado para o carro novo em 2020, e foi uma cópia no que é feito no DTM e outros campeonatos internacionais. Atrapalha, mas a regra é igual para todo mundo.”
A engenheira da equipe Ipiranga Rachel Loh, que tem na equipe o líder Thiago Camilo comentou:
“Quando um carro está com lastro de sucesso, principalmente do 20 quilos para cima, 25 e 30 são os mais críticos, 15, 10 e 5 você supera. É muito difícil, é entrar na classificação com o pensamento de “se eu entrar no Q3 eu fiz a pole”. Porque pesa… e num Stock Car que já é super equilibrado, muito competitivo, milésimos de segundos… Não tem como dizer que 30 quilos não prejudica.”
As opiniões apesar de não serem iguais, nenhuma foi favorável ao lastro de sucesso ou insucesso, entendemos os interesses da categoria, mas pelo menos no treino que define o grid de largada, os pilotos poderiam disputar o seu lugar no grid em condições iguais e na corrida cada um carregue o lastro do sucesso.