Evento, no final de outubro, discute formas de o País retomar protagonismo nas relações comerciais e parcerias perdido nos últimos anos

 

O Brasil deve retomar, no governo Lula, as relações comerciais e parcerias com os países africanos, que ficaram paralisadas nos últimos anos, principalmente durante a Presidência de Jair Bolsonaro. “Há inúmeras oportunidades de negócios, sejam comerciais ou de outras atividades, para o Brasil no continente africano, e muito desconhecimento ainda e até preconceito com aquela região”, afirma João Bosco Monte, presidente do Instituto Brasil África, doutor em educação pela Universidade Federal do Ceará e um dos maiores especialistas do País no tema.

A retomada dessas relações será o tema principal da 11ª. Edição do Fórum Brasil África, organizado pelo Instituto, que acontece nos dias 31 de outubro e 1º de novembro na cidade de São Paulo. “O Brasil perdeu espaço nos últimos anos para China, Índia, Rússia e Turquia e países europeus no continente africano, mas estou otimista de que haverá uma retomada nos próximos anos. O presidente Lula já deu sinais nesse sentido em recente viagem à África”, afirma Monte.

O fórum, no final de outubro, já tem inúmeras autoridades do governo brasileiro e do continente africano confirmadas. Entre os nomes que devem participar, estão o chanceler Mauro Vieira, o ex-ministro e atual assessor especial da Presidência, Celso Amorim, o presidente da Apex Brasil, Jorge Vianna, e o presidente do Afreximbank, Benedict Oramah, entre inúmeras autoridades.  O presidente Lula é um dos convidados e pode comparecer. “O objetivo principal do fórum é a troca de experiências entre os países e a busca de boas iniciativas, parcerias e oportunidades de negócios e comércio em várias áreas”, diz Monte.

Conforme levantamento mais recente do Instituto Brasil África, o continente africano é o segundo mais populoso, com a maior taxa de crescimento populacional, o que indica o potencial do mercado consumidor da região, que deverá ter quase 2,5 bilhões de habitantes em 2050, representando um quarto da população mundial. Além disso, tem a população mais jovem do mundo.

O African Export-Import Bank (Afreximbank) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) projetam crescimento de 3,5% do continente africano em 2023, com o apoio dos preços das commodities, pela recuperação econômica pós-covid e pelo dinamismo das economias emagrentes locais. O continente africano é alvo de investimento externo direto (IED), tendo alcançado taxa recorde em 2021 de US$ 84 bilhões.

“A África é um mercado atraente e cada vez mais competitivo, uma oportunidade viável para o processo de internacionalização para firmas brasileiras, e para dinamização das exportações”, destaca Monte.

De acordo com relatório lançado pela Apex Brasil, os principais destinos das exportações para a África foram, em 2022, Egito (22,3%), Argélia (15,1%), África do Sul (13,5%), Marrocos (8,4%) e Nigéria (6,9%), os quais foram responsáveis por quase dois terços do valor exportado. No mesmo ano, as vendas brasileiras de trigo para a África tiveram aumento de 2.602%, em relação a 2021. Esse crescimento repentino possivelmente em decorrência das repercussões da eclosão do conflito entre Rússia e Ucrânia, que abalou o mercado internacional de alimentos.

O fórum Brasil África vai debater, em dois dias, as inúmeras oportunidades no continente africano para empresas brasileiras, em áreas como agricultura, indústria, infraestrutura, energia, esportes, turismo, tecnologia e gastronomia, entre outras.

Mais informações:

https://ibraf.org/pt/inicio/

Fonte: João Bosco Monte

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