Segundo levantamento da Infojobs, 94,8% das vagas disponíveis são presenciais. Patrícia Y. Agopian explica que as empresas devem incentivar seus funcionários
O trabalho remoto se popularizou em um cenário pandêmico e, mesmo após quase quatro anos, tem se mostrado um modelo eficiente para algumas empresas, e, principalmente, preferência para os profissionais. De acordo com dados da consultoria de recrutamento Robert Half, os trabalhadores têm apresentado resistência à volta do modelo 100% presencial: 38% afirmam que buscariam outro emprego caso o atual voltasse definitivamente para os escritórios, enquanto 76% consideram o modelo híbrido ideal. No entanto, acontece que, segundo um levantamento da plataforma empregatícia Infojobs, das 7.010 vagas de emprego disponíveis, 94,8% delas são presencial, 2,7% híbrido e apenas 2,48% remoto. Mas será que as empresas estão preparadas para receber seus funcionários de volta e suprir essa insatisfação? Para a especialista em aceleração de carreira executiva, Patricia Y. Agopian, a preparação para esse retorno deve ser de cuidado e abrangência, oferecendo incentivos aos colaboradores.
Para Patrícia, as empresas tendem sim a retornar ao modelo presencial, mas é preciso que cada uma avalie a sua situação atual. “Existem empresas onde estar presencial ou remoto fez diferença nos resultados, e eu acredito que isso tem muito a ver com o nível de maturidade de cada profissional. Então se você tem um time de pessoas mais novas, talvez elas ainda não saibam lidar com essa volta ao presencial. Mas, obviamente, não é um critério de idade ou de tempo de casa que vai ditar essa maturidade, mas de alguma maneira, saber lidar com as interferências do dia a dia trabalhando de casa”, explica a especialista em carreira.
Qual o melhor modelo de trabalho?
Outro ponto que precisa ser analisado é o papel que o profissional desempenha dentro da empresa. “Existe trabalho que não dá pra ser remoto, mas também existem empregos que, não necessariamente precisam ser presenciais, mas estar fisicamente naquele ambiente, junto com outras pessoas, onde tem troca de ideias e energia, faz toda a diferença. E é isso que algumas empresas estão percebendo, que ao estar junto, tem-se uma ‘garantia’ de maior produtividade. No entanto, mais uma vez, não se aplica a todos os casos, porque pode acontecer de um colaborador estar presente fisicamente mas não mentalmente, e as vezes pode acontecer pelo simples fato dele ter acordado mais cedo e enfrentado horas de trânsito para chegar na empresa”, pontua.
Ainda de acordo com a especialista em carreira, não existe um modelo vencedor. É preciso ter o entendimento de como criar uma cultura que seja mais interessante para os funcionários e futuros trabalhadores. “Por exemplo, eu tenho um negócio onde eu gostaria de ter todo mundo presencialmente, mas ele funciona bem no remoto. Qual é a vantagem nisso? Eu posso buscar profissionais qualificados em qualquer lugar do mundo. Então, as barreiras na contratação de um talento caem quando a gente fala de um modelo remoto ou até mesmo híbrido”, pontua Patrícia.
Como chegar em um acordo empresa x profissional?
As empresas precisam ter uma cultura de gestão diferenciada, proporcionando um ambiente agradável, criando momentos de diálogos entre colaboradores e de distrações. “O profissional precisa se sentir parte do ambiente e dos resultados da empresa para, consequentemente, querer estar lá. É muito mais do que chegar a um acordo entre patrão e empregado“.
Uma vez que os trabalhadores experimentaram um estilo de vida diferente, a empresa precisa oferecer algo que faça sentido para os funcionários verem que é bom estar presencialmente na empresa, mantendo contato com as lideranças. “As pessoas querem acessar as lideranças. E é bom estar presente porque a alta liderança transita e, assim, o funcionário saberá quem é cada pessoa e que os outros empregados o conhecem”, finaliza.
Patricia é referência como especialista em formação e aceleração de carreira Executiva. Com MBA em Gestão de Negócios pelo Ibmec, tem mais de 20 anos de atuação no mundo corporativo, passando por grandes empresas, como C&A, Centauro e Etna. Hoje, como CEO e co-fundadora à frente da escola on-line Bússola Executiva, já formou mais de 3.400 alunos que almejam um cargo em uma cadeira “Executiva 30K+”, conquistando salários acima de 30mil. Atua como palestrante e mentora de profissionais em busca ou que ocupam cargos de liderança.
Fonte: Broto Comunicação