O neurologista e neuro-oncologista Dr. Gabriel Batistella alerta que os sintomas nunca devem ser vistos como algo comum
Embora seja frequentemente tratada como algo passageiro, a dor de cabeça não deve ser negligenciada, pois suas manifestações podem ser o sinal de que algo mais sério está acontecendo no organismo. Uma pesquisa publicada no Journal of Headache and Pain mostrou que 52% das pessoas sofrem com o problema ao menos uma vez no ano, sendo que 14% delas sentem enxaqueca, 26% relatam dor do tipo tensional e 5% apresentam dores durante 15 ou mais dias por mês.
De acordo com o neurologista Dr. Gabriel Batistella, embora a maioria dos sintomas sejam benignos, autolimitados, e comuns para a maioria das pessoas, o problema merece atenção, pois alguns sintomas podem ser um alerta de condições mais graves, como tumores cerebrais, hemorragias intracranianas ou inflamações do sistema nervoso central.
“Eu me preocupo sempre em entender como se dá a dor do paciente. Caso seja algo mais frequente pela manhã, ou que acorda o paciente de madrugada, já me preparo para excluir algo mais grave. Pacientes que começaram a sentir dores de cabeça após os 50 anos de idade, ou que nos últimos tempos notaram que sua dor está diferente, também merecem ser investigados”, diz Dr. Gabriel.
Ainda segundo o especialista, a maioria das dores de cabeça resultarão em um diagnóstico benigno, mas existem pacientes que poderão literalmente mudar o rumo de suas vidas caso descubram algo pior, gerando dor de cabeça, ou outros sintomas como crises epilépticas, dificuldades de falar, problemas de memória etc.
Dores associadas a sintomas neurológicos, como fraqueza, dormência, dificuldade de fala ou visão dupla também dizem respeito a um estado que merece atenção especial, assim como dores que pioram com o tempo (sem melhora após o uso de analgésicos comuns) e dores acompanhadas de vômitos persistentes, crises epilépticas e perda de consciência.
Diferenciando dor de cabeça e enxaqueca
Muitas vezes as dores de cabeça são causadas por enxaquecas que podem ser desencadeadas por fatores como estresse, alimentação inadequada, falta de sono ou mudanças hormonais. Embora as enxaquecas possam ser debilitantes, especialmente quando acompanhadas de náuseas e sensibilidade à luz, elas geralmente não representam uma ameaça à vida.
Contudo, isso não diminui a importância de sempre procurar ajuda de um neurologista, pois atualmente, segundo a Organização Mundial da Saúde, a enxaqueca é a segunda maior causa de incapacidade global em anos vividos, ficando atrás somente da lombalgia (dores na região lombar). Dessa forma, uma avaliação neurológica não só fornece um diagnóstico e protege o paciente, mas também ensina a tratar a situação em casa e a evitar que a dor cronifique.
“Recebo muitos pacientes preocupados com suas dores de cabeça, principalmente por eu ser direcionado ao tratamento de tumores. Fico contente quando conseguem enxergar o diagnóstico, aprendem a usar remédios de forma segura, e ainda conseguem transmitir isso para familiares e amigos, pois a cronificação da dor, assim como o abuso de medicamentos para lidar com esses sintomas costuma ser uma grande preocupação”, explica Batistella.
Assim, Dr. Gabriel orienta que as pessoas não hesitem em procurar ajuda médica e alerta para que nunca se automediquem sem antes terem sido instruídos, principalmente quando os sintomas se mostrarem mais fortes e persistentes, pois determinados remédios podem agravar a situação e até mesmo representar um risco a vida. “Em todos os casos, um diagnóstico e tratamento precoce fazem a diferença no prognóstico e na consequente manutenção da qualidade de vida do paciente”.
Quem é Dr. Gabriel Batistella?
Médico neurologista e neuro-oncologista pela EPM/UNIFESP, o Dr. Gabriel Batistella também é membro do corpo diretivo da SNOLA, Departamento Científico de Neuro-Oncologia da ABN, e coordenador fundador da comissão de neuro-oncologia da LBE/ILAE. O especialista também atua como neurologista e neuro-oncologista do HCor, CENOSP e NC6 (Jundiaí).
Fonte: Brado Comunicação