Na noite de 22 de março, sexta-feira, o Sesc Santo Amaro recebe a Armazém Companhia de Teatro com o espetáculo Brás Cubas, versão cênica de Paulo de Moraes para a obra-prima de Machado de Assis, que traz o Bruxo do Cosme Velho para o centro da cena, como personagem. Com dramaturgia de Maurício Arruda Mendonça, a nova montagem da Armazém tem elenco formado por Bruno Lourenço, Isabel Pacheco, Jopa Moraes, Felipe Bustamante, Lorena Lima e Sérgio Machado, iluminação de Maneco Quinderé, cenografia de Carla Berri e Paulo de Moraes, figurinos de Carol Lobato, direção musical de Ricco Vianna e direção de movimento de Patrícia Selonk e Paulo Mantuano. A temporada no Sesc Santo Amaro será de 22 de março até 5 de maio de 2024, sextas às 21h, sábados às 20h e domingos às 18h, para maiores de 14 anos.

Foi a partir da 1881, com Memórias Póstumas de Brás Cubas, seguido por Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial Aires que Machado de Assis começou a desenvolver seu extraordinário realismo psicológico, permeando seus romances com impetuoso sarcasmo. Memórias Póstumas de Brás Cubas é considerado um romance original desde a sua dedicatória “ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver” e prossegue na ideia de um defunto autor que, para fugir ao tédio do túmulo, escreve suas memórias.

– Brás Cubas é um dos personagens mais icônicos da literatura brasileira. Tratar de um personagem pretensioso e prepotente, um recordista de fracassos, que têm uma aversão por si mesmo absolutamente merecida – e que nos fala tanto sobre a formação da elite brasileira –, era muito sedutor. Mas traduzir a experimentação formal de Machado para o palco – conversando com o público de hoje – me parecia desafiador. Porque Machado escreve com um nível de sutileza raro. Então, com certeza o nosso grande embate durante a descoberta da peça tem sido como fazer com que essa literatura sutil se transforme numa ação dramática contundente. –, declara o diretor Paulo de Moraes.

A dramaturgia de Brás Cubas, assinada por Maurício Arruda Mendonça, é uma adaptação do romance de Machado de Assis, mas não uma adaptação no sentido clássico porque insere o próprio autor na peça, como personagem. “O espetáculo tem uma certa vinculação com o sonho. A gente constrói essa história como se estivéssemos dentro da casa do Machado, acompanhando a sua criação. E o ponto central da nossa adaptação é o delírio que o personagem do Brás tem momentos antes de sua morte.”, comenta Paulo de Moraes.

A peça da Armazém desmembra o personagem Brás Cubas em dois. Sérgio Machado interpreta Brás Cubas desde seu nascimento até sua morte (não necessariamente nessa ordem) e Jopa Moraes assume Brás Cubas já como o defunto que narra suas memórias póstumas.

“Esse defunto está pouco vinculado ao século 19, quer e precisa se comunicar com as pessoas de agora”, comenta o diretor.

A dramaturgia tem uma estrutura em três planos: o plano da memória – que são as cenas vividas por Brás; o plano da narrativa – onde entram as divagações e reflexões do defunto; e um terceiro plano em que o próprio Machado de Assis (vivido por Bruno Lourenço) invade sua narrativa com comentários que visam conectar contemporaneamente suas críticas à sociedade brasileira.

“Nosso Machado não é um personagem biográfico. Embora todas as questões que o personagem coloque na peça tratem de assuntos sobre os quais Machado escreveu, estão colocadas em contextos diferentes. É uma brincadeira a partir de detalhes biográficos. Um personagem imaginário tentando se comunicar com o nosso tempo”, finaliza Paulo.

Em outubro de 2023, Brás Cubas participou do Festival Internacional de Teatro de Wuzhen, na China, ao lado de importantes nomes do teatro mundial, como Robert Wilson e Joël Pommerat, sendo o espetáculo mais bem avaliado pelo público chinês.

 

Ficha técnica

 

Direção: Paulo de Moraes

Dramaturgia: Maurício Arruda Mendonça

Montagem da Armazém Companhia de Teatro

Elenco/personagens: Sérgio Machado (Brás Cubas), Jopa Moraes (Defunto), Bruno Lourenço (Machado de Assis), Isabel Pacheco (Virgínia), Felipe Bustamante (Quincas) e Lorena Lima (Marcela e Natureza).

Músico em cena: Ricco Viana

Cenografia: Carla Berri e Paulo de Moraes

Iluminação: Maneco Quinderé

Figurinos: Carol Lobato

Cabeça do Hipopótamo: Alex Grilli

Direção Musical: Ricco Vianna

Direção de movimento: Patrícia Selonk e Paulo Mantuano

Colaboração na Dramaturgia: Paulo de Moraes

Assessoria de Imprensa: Ney Motta

Designer Gráfico: Jopa Moraes

Fotografias: Mauro Kury

Produção São Paulo: Pedro de Freitas e Adolfo Barreto / Périplo

Direção de Produção: Patrícia Selonk

Assistente de Produção: Maria Luiza Selonk

Coordenação do Projeto: Paulo de Moraes e Patrícia Selonk

Apoio Institucional: Banco do Brasil

Realização: Sesc SP

 

Serviço

 

Brás Cubas

com Armazém Companhia de Teatro

Direção: Paulo de Moraes

De 22 de março a 5 de maio de 2024

Sextas às 21h, sábados às 20h e domingos às 18h

(Não haverá apresentação na Sexta-Feira Santa, dia 29 de março)

Local: Sesc Santo Amaro – Teatro

Rua Amador Bueno, 505, Santo Amaro, São Paulo (SP)

Ingressos: R$ 18 (credencial plena), R$ 30 (meia entrada) e R$ 60 (inteira). Estão disponíveis

no aplicativo Credencial Sesc SP ou no site www.centralrelacionamento.sescsp.org.br, a partir

de 12/3; e nas bilheterias das Unidades do Sesc SP a partir de 13/3.

Horário de funcionamento: terça  a  sexta, das 10h às 21h30 | Sábado, domingo e feriado, das

10h às 18h30.

Duração: 110 minutos

Classificação Indicativa: 14 anos

270 lugares

Unidade Acessível

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