Estudantes de 36 turmas da rede municipal estão gravando os episódios nos estúdios da Universidade Metodista durante todo o mês de maio

Os representantes dos grêmios curumins da rede municipal de ensino de Diadema já começaram a gravar os episódios dos podcasts com o tema “Que história é essa de bullying?” nos estúdios da Universidade Metodista de São Paulo, dando sequência ao projeto que envolve 36 turmas de 18 escolas e mais de 500 estudantes do 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental. Os primeiros a gravar foram os estudantes da EMEB Dr. José Martins da Silva, na quarta-feira (8/5). As gravações vão gerar 27 podcasts e um videocast em libras, que estarão disponíveis para audição em junho.

Durante as oficinas formativas, no mês de abril, as crianças definiram temas e aprenderam a elaborar os roteiros para o dia da gravação. Por meio da técnica de sociodrama, eles reproduziram situações do seu próprio cotidiano relacionadas à prática de bullying, desenvolveram os roteiros e ensaiaram com a ajuda dos professores e a equipe da Secretaria de Educação.

Aprendizado

A experiência de gravar em um estúdio de verdade encantou Ana Clara Cordeiro Lima, estudante de 10 anos do 5º ano. “A gente se sente importante, e o aprendizado foi muito rico. Durante as oficinas e a gravação tivemos que prestar atenção e fazer tudo com responsabilidade, além de compartilhar o que aprendemos com os outros estudantes, pois somos representantes da classe”. A pequena Angel Lavínia, de 8 anos e que cursa o 3º ano, não esconde a animação: “Eu adorei a experiência!”

O professor Roberto Joaquim de Oliveira, da equipe de formadores da Secretaria de Educação, destaca que os benefícios para as crianças envolvidas no projeto são muitos. “Além do trabalho em grupo, da discussão e de todo esse processo participativo, quando eles vêm a uma Universidade como essa e conhecem a estrutura, os estúdios, a biblioteca, as áreas esportivas, eles ficam motivados a um dia estudar aqui”, afirma. “Isso é muito importante, porque as universidades são espaços públicos que devem ser ocupados e utilizados por essas crianças um dia”, completa.

Na opinião de Alessandra Zambone, professora de extensão e coordenadora da pós-graduação em Educação da Universidade Metodista, o projeto dos podcasts com os grêmios curumins vai ao encontro da própria missão da instituição. “Um dos objetivos da área de extensão é levar nossa expertise para fora dos muros da universidade, compartilhando conhecimento com a sociedade. Nesse projeto, as crianças estão discutindo temas relevantes com propriedade, entendem a importância de serem cidadãos éticos e participativos e utilizam a estrutura da universidade para isso.”

Para Elisabete Marques, coordenadora do Núcleo de Gestão de Conselhos da Secretaria de Educação, a discussão sobre bullying vai estimular o respeito às diferenças e tocar em um assunto que afeta os estudantes na escola, na família e na comunidade. “Estamos aprofundando o tema do ano passado, que foi ‘Cultura de Paz’, em linha com a sugestão de várias diretoras de escolas e também pela sanção, pelo governo federal, da lei nº 14.811, que desde janeiro de 2024 inclui os crimes de bullying e cyberbullying no Código Penal, tornando a prática crime.”

Curumins vão se encontrar com o prefeito

Na próxima terça (14/5), 36 representantes dos grêmios curumins estarão frente a frente com o prefeito Filippi, no Centro Cultural Okinawa, para mostrar como as escolas têm enfrentado as situações de bullying e como a participação nos grêmios tem contribuído para a melhoria do ambiente escolar. A secretária de Educação, Ana Lucia Sanches, reforça a importância do tema dizendo que, para a criança, o bullying é a pior forma de violência, por isso é importante tratar a questão nas escolas.

“O podcast é muito positivo, porque permite que eles mesmos proponham soluções para o problema. Eles são ouvidos, são os protagonistas do processo. É diferente de nós, adultos, chegarmos com uma solução pronta e imposta. Nós entendemos que o bullying é a semente de uma cultura de violência, por isso é papel de todos nós combatê-lo e ajudar a criar uma cultura de paz, com adultos mais conscientes”, finaliza.

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