A trombose venosa profunda surge a partir da formação de um coágulo no interior de uma veia, o que pode dificultar ou obstruir o retorno do sangue ao coração

Pesquisa recente conduzida pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), com dados do Ministério da Saúde levantados entre janeiro de 2012 e agosto de 2023 apontam que mais de 489 mil brasileiros foram internados devido à trombose venosa profunda neste intervalo de tempo. Somente no último ano do estudo, houve uma média diária superior a 165 internações, superando a marca dos demais anos anteriores analisados.

A trombose venosa profunda surge a partir da formação de um coágulo no interior de uma veia, o que pode dificultar ou obstruir o retorno do sangue ao coração.

A angiologista Helen Pessoni, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e especialista em cirurgia vascular e endovascular pela Associação Médica Brasileira (AMB) esclarece dúvidas sobre o tema, em especial o que estaria ocasionando esse aumento do número de casos de trombose venosa profunda.

1 – O período analisado pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), com dados do Ministério da Saúde, apontam que, em especial no último ano da análise houve um aumento significativo dos casos de trombose venosa profunda. O que teria levado a esse maior número de casos, em especial no final do período analisado?

Esse aumento de registros e do número de casos, em especial neste último ano, acredito que seja por continuidade ainda da Covid (uma doença sabidamente que pode levar à trombose e ainda tivemos casos) e outra questão é o aumento sobre a conscientização sobre a trombose (com mais diagnósticos feitos e pacientes procurando auxílio médico neste sentido). Portanto, por ter sido tão falado durante a pandemia sobre a trombose.

2 – O fator idade, com o envelhecimento da população, é um fator que pode interferir neste aumento?

A idade é um fator predisponente para trombose, porque os idosos tendem a ser mais sedentários, a fazerem menos atividade física, serem mais acamados, mas não acredito que nos últimos anos, mais recentes, seja o grande impacto, já que temos visto nossa população envelhecer há algum tempo. Acredito que tenha relação pela infecção pelo coronavírus.

3 – Ainda dentro do perfil dos pacientes sujeitos a tal condição, as mulheres seriam mais propensas?

As mulheres acabam sendo mais propensas à trombose, por causa dos hormônios: pelo uso de anticoncepcional que irá elevar mais esse risco. Sendo assim, acaba tendo uma propensão maior na população feminina, pelo uso hormonal.

4 – Em relação aos hábitos de vida de pessoas propensas a trombose venosa profunda, quanto o sedentarismo, tabagismo e maus hábitos alimentares, por exemplo, contribuem para o surgimento desta condição?

O tabagismo e o sedentarismo aumentam sim o risco de trombose. O sedentarismo extremo, que está associado à obesidade, pode sim influenciar. Hábitos alimentares ruins influenciam se levarem à obesidade e ao sedentarismo. Então, é uma coisa ligada à outra. Não que um alimento diretamente induza à formação de trombos.

Em relação ao tabagismo, ele aumenta significativamente o risco de trombose, porque faz uma alteração da parede do vaso, do endotélio, o que faz uma hipercoagulabilidade sanguínea. Sendo assim, favorece as tromboses e as tromboses arteriais, que são extremamente graves, não só a trombose venosa.

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