Há muito tempo o presidente deixa claro sua postura negacionista em relação a vacinas através de declarações e nas redes sociais, entretanto, Bolsonaro ainda não estava filiado a nenhum partido.
Em 30 de novembro, o chefe do Executivo se filiou ao Partido Liberal, um dos mais importantes componentes do centrão, e sendo assim, suas ações começam a incomodar o núcleo da sigla.
De acordo com o Globo, a legenda está preocupada com a postura antivacina do mandatário.
Segundo a mídia, a avaliação de alguns líderes é que as falas de tom negacionista do presidente têm afetado a sua popularidade e podem respingar em outros candidatos do partido ou em quem se disponha a enfrentar a disputa eleitoral do ano que vem ao seu lado.
Na segunda-feira (27), quando o Ministério da Saúde publicou uma nota que indicava a “recomendação” para a imunização contra a covid-19 de crianças, Bolsonaro fez questão de afirmar que não vacinará sua filha de 11 anos.
O presidente também segue afirmando que, ele próprio, ainda não se vacinou.
Além disso, segundo o jornal, no início de dezembro, o chefe do PL, Valdemar Costa Neto, disse a um líder do Partido Progressita que precisava “conversar com calma” com Bolsonaro, porque ele “precisa tomar a vacina” contra o coronavírus.
No entanto, o discurso inflexível do presidente não acontece à toa, pois Bolsonaro sabe bem que as manifestações negacionistas mantêm perto dele a ala mais radical de seus apoiadores.
Seu posicionamento público contra a campanha de imunização, levou aliados do próprio partido a divergirem publicamente de sua postura.
O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), foi explícito ao defender recentemente que a Câmara aprove o projeto de sua autoria que formaliza o passaporte da vacinação.
“É verdade que o presidente havia anunciado o veto se esse projeto avançasse. Não tenho o menor desconforto se essa for a nossa única divergência, mas não vou deixar de insistir que esse projeto, agora, mais do que nunca, é vital”, disse Portinho citado pela mídia.
Além da questão política, a postura do mandatário gera incômodos na Justiça.
Conforme relatado na segunda-feira (27), o ministro Ricardo Lewandowski do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma notícia-crime para que o presidente seja investigado por suposta intimidação de servidores da Anvisa.
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