Especialista em obesidade destaca importância de abordagem multidisciplinar para tratamento eficaz

A obesidade é um problema de saúde pública crescente no Brasil, com mais de 60% da população acima do peso, segundo o último censo do IBGE. Harley Pandolfi, especialista em Endoscopia Bariátrica e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina da Obesidade, destaca que o tratamento da obesidade requer uma abordagem multidisciplinar e completa.

“A Organização Mundial da Saúde considera sobrepeso e obesidade o acúmulo de gordura corporal,” explica Dr. Pandolfi. O sobrepeso é definido por um Índice de Massa Corporal (IMC) entre 25 e 29,9. “Ainda não é obesidade, mas já precisa de tratamento,” afirma o especialista.

A obesidade é classificada em três graus. “A partir de 30 até 34,9 é obesidade grau 1, de 35 a 39,9 é a obesidade grau 2, e a partir de 40 é a obesidade grau 3,” esclarece Pandolfi. Este último grau também é conhecido como obesidade grave ou severa e, anteriormente, era chamado de obesidade mórbida. Embora este termo tenha caído em desuso, “muitos especialistas ainda o utilizam,” acrescenta.

Os riscos associados à obesidade aumentam com o IMC. “Os riscos cardiovasculares, como AVC, infarto, hipertensão arterial e diabetes, aumentam quanto maior o IMC,” diz Pandolfi. Existe uma condição conhecida como “diabesidade,” que é o diabetes causado ou associado à obesidade. Além disso, “a obesidade está associada a várias outras doenças, como síndrome metabólica, esteatose hepática, apneia do sono e até 13 tipos de câncer,” alerta.

Pandolfi enfatiza a importância de uma abordagem preventiva desde a infância e adolescência. “A prevenção começa desde jovem, com a mudança de hábitos, realização de exercício físico e alimentação saudável,” afirma. Ele ressalta que “é uma mudança completa dos hábitos familiares, não apenas do indivíduo.”

 

Quanto ao tratamento, Pandolfi aponta que “os maiores desafios são a adesão dos pacientes à jornada completa de emagrecimento.” Ele destaca que a obesidade não tem cura, mas pode ser controlada. “Para manter o peso controlado, o paciente deve mudar seus hábitos alimentares e de vida,” recomenda.

Os tratamentos disponíveis são variados e incluem métodos farmacológicos, endoscópicos e cirúrgicos. “Os métodos proporcionam a perda de peso, mas é crucial a manutenção da perda e a prevenção do reganho de peso,” explica Pandolfi. Para isso, “temos estratégias farmacológicas e endoscópicas, sem a necessidade de cirurgia em muitos casos.”

 

O especialista também enfatiza o apoio profissional no tratamento da obesidade. “Desistir jamais. Lutar sozinho é difícil, mas com a ajuda de profissionais capacitados, a batalha contra o excesso de peso se torna mais eficaz,” incentiva. Pandolfi conclui destacando a importância de uma abordagem personalizada: “Não existe receita de bolo para emagrecimento. Um tratamento personalizado após avaliação individualizada é fundamental.”

O combate à obesidade requer um esforço conjunto de mudança de hábitos, apoio profissional e estratégias diversificadas para alcançar e manter um peso saudável, prevenindo complicações associadas.

Fonte: Rojas Comunicação

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