Douglas Eduardo Brunes, de 44 anos, é recordista mundial em “zerinhos” com o piloto sentado no teto do carro
No automobilismo, não é incomum que pilotos comemorem seus feitos nas pistas, com sequências de “zerinhos”. Um, dois ou três já levam ao delírio admiradores de manobras radicais. Mas, o que dizer, então, de um piloto que completou 101 “zerinhos” consecutivos, com a dificuldade adicional de cumprir todo o desafio sentado na capota de um Chevette?
Pois o detentor dessa façanha é o brasileiro Douglas Eduardo Brunes, de Trombudo Central, Santa Catarina. É filiado à CBA na categoria Piloto de Manobras Radicais. Empresário de 44 anos, Brunes foi o primeiro filiado à categoria Piloto de Manobras Radicais, criada pelo presidente Giovanni Guerra na atual temporada e presidida por Fábio Félix ‘Pascoal’ do Prado.
Como ainda não havia sido criada em 2023, Brunes estava filiado como Piloto de Track Day quando conquistou o recordista mundial. Embora esse feito extraordinário tenha sido realizado no dia 9 de setembro de 2023, em Trombudo Central, somente no dia 2 de agosto deste ano o recorde foi publicado no site da organização internacional, devendo constar da edição impressa em 2025. A demora foi consequência da dinâmica de fiscalização adotada pelo Guinness.
“Quando o Guinness manda um fiscal para acompanhar pessoalmente a quebra do recorde, a homologação sai na hora. Mas como não tinha verba para isso, a alternativa foi mandar todo o material para ser analisado na sede do Guinness, em Londres”, explicou Brunes, que considera justificada a demora. “Imagina, é material do mundo todo para ser fiscalizado, os fiscais também pediram material adicional e demorou mais ainda. Só na sexta-feira, 2, recebi um e-mail reconhecendo meu recorde e já estava no site”.
De acordo com as regras do Guinness, há a necessidade de o recorde ser fiscalizado por uma autoridade desportiva local, papel esse cumprido pela Federação de Automobilismo do Estado de Santa Catarina (FAUESC), entidade responsável por sua filiação na CBA. Só após essa fase o material pôde ser encaminhado para a Inglaterra.
A conquista da marca mundial
Coube a um Chevette roxo, com rodas verdes e vermelhas, sem o capô do motor e a mensagem “Vamos Virar Lenda” na porta do piloto, a tarefa de ‘ganhar o mundo’, mesmo sem sair da pacata Trombudo Central, cidade com aproximadamente 8 mil habitantes, distante pouco mais de 200 km da capital Florianópolis.
Os procedimentos para a marca mundial começam com a medição do comprimento do carro, pois a homologação da marca só ocorre com a realização dos “zerinhos” dentro de um círculo, cujo diâmetro não ultrapasse três vezes a medida do carro. A quebra do recorde, propriamente dita, só começa quando o piloto está sentado na capota do carro, enquanto o carro gira sem que alguém esteja no interior do lendário modelo da General Motors.
Isso ocorre porque o setup permite que o carro mantenha o acelerador acionado, velocidade constante e freio de mão puxado, de modo que o giro aconteça no meio do círculo. Em busca do objetivo, Douglas Eduardo Brunes entrou no carro, acionou o motor e começou a girar em volta do próprio eixo, mas ainda sem contagem, que só começa quando ele está efetivamente sentado no Chevette, que gira.
Giro 1, giro 2, giro 10, giro 50, giro 100 e giro 101! Tudo isso aconteceu em sete minutos. A contagem parou quando ele iniciou o processo de parar o carro. E pensar que ele poderia ter parado no giro 53, pois o recorde derrubado era de 52 giros. Poderia, mas não parou, pois 100 é melhor do que 50, ainda mais com o ‘zerinho’ 101, a cereja do bolo.
Fonte: Comunicação CBA