Discurso do presidente no evento que precede a Assembleia Geral da ONU ressaltou a necessidade de reforma da governança global e promoção do combate à fome e às mudanças climáticas
O  presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da abertura da Cúpula do Futuro neste domingo, 22, na sede das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos. No evento, foi aprovado o Pacto para o Futuro, documento contendo compromissos sobre reformas no sistema multilateral.
“O Pacto para o Futuro nos aponta a direção a seguir. O documento trata de forma inédita temas importantes como a dívida de países em desenvolvimento e a tributação internacional. A criação de uma instância de diálogo entre chefes de Estado e de Governo e líderes de instituições financeiras internacionais promete recolocar a ONU no centro do debate econômico mundial”, salientou o presidente na abertura do evento.

A Cúpula do Futuro precede a Assembleia Geral da ONU e reúne chefes de Estado e governo dos 193 Estados-membros da organização, além de representantes da sociedade civil, pesquisadores, setor privado e juventude. O evento também busca consenso para o Pacto Digital Global e a Declaração sobre Gerações Futuras.

“O Pacto Global Digital é um ponto de partida para uma governança digital inclusiva, que reduza as assimetrias de uma economia baseada em dados e mitigue o impacto de novas tecnologias como a Inteligência Artificial”, afirmou Lula.

REFORMAS — Embora tenha classificado como significativos os avanços previstos no Pacto para o Futuro, o presidente ponderou que, ainda assim, falta ambição e ousadia aos líderes mundiais para promover maiores mudanças. Para ele, a crise da governança global requer transformações estruturais. “A pandemia, os conflitos na Europa e no Oriente Médio, a corrida armamentista e a mudança do clima escancaram as limitações das instâncias multilaterais. A maioria dos órgãos carece de autoridade e meios de implementação para fazer cumprir suas decisões”, argumentou.

Na avaliação exposta pelo presidente, a Assembleia Geral perdeu sua vitalidade e o Conselho Econômico e Social foi esvaziado. Além disso, ele defendeu que o Sul Global seja representado de forma condizente com seu atual peso político, econômico e demográfico. “Precisamos de coragem e vontade política para mudar, criando hoje o amanhã que queremos. O melhor legado que podemos deixar às gerações futuras é uma governança capaz de responder de forma efetiva aos desafios que persistem e aos que surgirão”, assinalou Lula.

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