Na série anterior “A Recuperação da Economia” começamos com o Agronegócio e finalizamos com o setor de Serviços bem impactado pela pandemia. Neste mês de Novembro falaremos sobre os Rallys de Fim de Ano, frequentes na bolsa brasileira, veremos nesta edição como estão se comportando os principais varejistas da B3.
Nos últimos anos tivemos 5 Rallys de Fim de Ano na bolsa brasileira, em 2020 a 1ª semana de Novembro foi ponto de reversão, em 2019 continuou a tendência de alta, apesar de março de 2020 tivemos Rally do Fim do Ano, em 2018 se segurou na correção andando de lado ( zona de acumulação) e tivemos rally, em 2017 também andou de lado e também rolou, em 2016 ano que a bolsa reverteu sua tendência de baixa para alta caiu até o fim do ano, ou seja não tivemos rally.
Em 2015 em tendência de baixa não houve o rally, quem entrou perdeu até o fim do ano, nos anos anteriores em tendência de baixa também não houve rally, exceto os anos de 2011 e 2012, porém quem comprou lucrou por pouco tempo, pois a bolsa continuou caindo. Conclusão: Rallys ocorrem junto com a tendência salvo as exceções do cenário econômico, inserimos todos os Novembros desde 2002 para que possa observar no gráfico abaixo como se comportou a bolsa em novembro de cada ano.
Apesar de formar um topo duplo, tecnicamente não é possível afirmar que o índice Bovespa reverteu sua tendência de alta, apesar do rompimento do suporte S1 neste mês ainda se sustenta neste suporte.
Mas como estão se comportando os varejistas para um possível Rally do Fim do Ano? Começaremos pela recém líder do setor varejista em valor de ativos do Brasil, o Carrefour, superando o Grupo GPA com 51 bilhões de ativos.
Graficamente podemos observar que o ativo mudou de patamar de preços em outubro de 2018, há 3 dias testou novamente o suporte S1, o seu rompimento tenderá a buscar o suporte S2 e assim sucessivamente, porém é possível romper as resistência R2, se romper a resistência R3 novamente mudará de patamar neste canal lateral, podemos também observar o baixo volume no OBV e a sobre venda no RSI conforme gráfico abaixo:
Em 03/11/2021 fechou cotada à R$ 17,31, observando os dados fundamentalistas está sendo negociada à 2,11 X o Valor Patrimonial (R$8,20), Preço/Lucro(PL) 11,05, Margem de Lucro de 3%, ROE 19,1% e Dividendo de 2,6% a.a., para muitos fundamentalistas a razão PL e o ROE (Retorno sobre Capital Investido) apresentam dados interessantes, em contra partida a baixa margem de lucro e dividendo pesam na decisão. É fundamental a análise qualitativa da empresa e da equipe de gestão, assim como as perspectivas do setor diante do cenário que está por vir, é óbvio que o consumo aumenta nos finais de ano nos supermercados, mas até que ponto esta perspectiva e seus resultados agradarão ou não o mercado?
O Grupo GPA fundado pela família Diniz e hoje controlada pelo grupo francês Cassino, possui 47,5 bilhões em ativos, sendo a segunda maior varejista do Brasil, detentora das marcas Pão de Açúcar, Compre Bem e Extra recentemente vendido ao ASSAI, atua na Argentina, Colômbia e Uruguai com a marca Exito, detém marcas de produtos como a linha Qualitá, Club des Sommeliers, Chef dentre outras, além de plataformas digitais, a sua grande aposta para o futuro.
Passou pela cisão com o ASSAÍ que detinham 17,7% do valor, as ações do ASSAI estreariam em R$ 14,70 e Grupo GPA abriria cotada à R$ 68,30 correspondente aos R$ 83,00 do fechamento anterior, mas o mercado precificou a tendência do atacarejo com alta superior a 380%, assim como precificou o histórico do grupo GPA com queda superior à 65%, os acionistas receberam as cotas de ambas as empresas nas devidas proporções apresentadas no plano de cisão. Mas 82,3% das cotas do Grupo GPA caíram 65%, façam as contas se valeu a pena a cisão para o investidor. tenha um ótimo exercício.
Graficamente a cisão deixou somente o suporte S1 cujo rompimento não há fundo, ou seja há referência até onde poderá cair, em outubro deste ano deixou a resistência R1 e em junho ano testou duas vezes a resistência R2, cujo rompimento tende a buscar novas resistências, podendo até renovar máximas. O OBV demonstra baixo volume e o RSI aponta que o ativo tende a buscar a zona de sobre venda, podendo sofrer mais correção de acordo com gráfico abaixo:
O GPA fechou o dia cotada à R$ 24,80, negociada à 0,52X o Valor Patrimonial (R$47,08), Preço/Lucro(PL) 3,20 Margem de Lucro de 0%, ROE de 16,5% e dividendo de 8,2% a.a, teoricamente está descontada, mas a margem de lucro do 2º trimestre de 2021 foi 0% com pífio lucro líquido de 2 milhões, os dividendos foram provenientes da cisão com ASSAI. Assim como seu concorrente os supermercados no final de ano aumentam o volume de vendas, mas com o cenário econômico atual não sabemos se os resultados agradarão o mercado.
O Rally do Fim do Ano iniciou em novembro em diversos anos na tendência de alta da bolsa, mas não podemos afirmar que continuamos nesta tendência neste momento, diante da ultima correção, e nem mesmo saber como será o consumo da população brasileira diante da alta dos preços, emprego, como será o auxílio do governo e como o mercado vai reagir com o furo do teto de gastos, podendo endividar ainda mais o próximo governo.
Na próxima edição veremos se estará ocorrendo o Rally de Fim de Ano das Concessionárias de Rodovias
Edições Anteriores
Cenário Econômico – A Recuperação da Economia – Parte Final – Serviços
Séries Anteriores
Cenário Econômico – A Recuperação da Economia – Parte 1 – Agronegócio
Cenário Econômico – Impacto do Open Bank no Mercado Financeiro – As Queridinhas do Setor – Parte 4
Cenário Econômico – Renda Fixa não Morreu – Parte 1
Cenário Econômico – O Impacto da Crise Hídrica no Mercado Financeiro – Parte 1
Cenário Econômico – “O fim da Pandemia” Parte 1 – Blue Chips
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