Representantes de empresas aéreas, hotéis e agências de viagens, reunidos em debate na Comissão de Desenvolvimento Regional (CDR) nesta segunda-feira (13), apresentaram uma perspectiva amplamente positiva para o setor no próximo ano, situação atribuída principalmente ao controle da pandemia de covid-19. A audiência pública interativa foi a última etapa de 2021 do Ciclo de Debates sobre Turismo, comandado pelo presidente do colegiado, Fernando Collor (Pros-AL).

Na abertura da audiência, Collor definiu os dois anos da crise da covid-19 como os mais desafiadores para a história do turismo, quando o produto interno bruto (PIB) global do setor caiu pela metade e foram fechados 65 milhões de postos de trabalho ligados à atividade turística em todo o mundo. No entanto, para ele, o Brasil pode esperar dias melhores.

“O cenário atual nos autoriza a termos otimismo, mas com certa cautela. O avanço da vacinação em nosso país tem permitido uma queda drástica nos números de infecção e mortalidade. Aos poucos a vida vai retornando à normalidade, e o setor turístico tem se adaptado com rapidez às exigências do tempo pós-pandemia”, disse.

O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, declarou esperar que em até 100 dias a malha viária no Brasil seja restaurada a 100% do nível pré-covid: entretanto, a restauração dos voos internacionais será mais lenta enquanto persistirem as restrições sanitárias impostas por outros países. Para a recuperação do movimento turístico,  considera fundamental investir na singularidade e na diversidade da produção cultural do país.

“Entendemos que vamos atravessar. A aviação vai cumprir o seu papel de, com os outros setores, reconstituir o turismo como uma das atividades econômicas de maior relevância neste país”, avaliou.

Custos elevados

Sanovitz também chamou atenção para a disparada dos custos das empresas aéreas — somente o querosene de aviação subiu 91,7% em um ano —, situação agravada pela dolarização do combustível e do leasing.

O presidente da Abear explicou que não pode responder pelas políticas de cada empresa, mas cobrou um debate aprofundado sobre a política nacional de preços de combustíveis. “A [política de preços de combustível] que nós queremos, como setor, é uma que nos garanta a competitividade interna e externa, voando a mais lugares atendendo a mais gente”, definiu.

Manoel Linhares, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih), disse que 80% das vagas de hospedagem ficaram fechadas durante o auge da pandemia, mas agora o setor “volta a respirar”.  “A hotelaria está preparada para receber todos os nossos visitantes dando todas as garantias. Preparamos todos os nossos profissionais para bem receber”, afirmou.

Confiança em viajar

Vice-presidente financeiro da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Edmilson Romão considera que 2022 será marcado pela volta à confiança em viajar. “Nem mesmo a notícia de uma nova variante [de covid-19] fez com que houvesse cancelamento das reservas.”

Romão atribuiu a retomada ao esforço de todos os componentes do setor para a execução de regras sanitárias. Ele disse esperar que as festas de réveillon sejam as mais movimentadas dos últimos anos.

Por sua vez, Zélia Cavalcante, secretária de turismo de Porto de Pedras (AL) — onde se situa a Praia do Patacho, única do estado a receber o selo Bandeira Azul, prêmio internacional concedido a praias — mencionou os cancelamentos de eventos públicos de réveillon em vários municípios como uma medida prioritária para se preservar a população num momento difícil. Também atribuiu o aquecimento no turismo ao cumprimento de protocolos sanitários pelas autoridades municipais em conjunto com o setor privado e a comunidade.

 

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