Por causa da estiagem que afeta centenas de municípios no Rio Grande do Sul, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, viajou ao estado e esteve nesta quarta-feira (12) visitando o município gaúcho de Santo Ângelo.

Em suas redes sociais, a ministra disse que o governo federal foi ao estado para “ver de perto a situação das lavouras atingidas pela seca e conversar com os produtores rurais em busca de soluções”.

Até esta quarta-feira (12), 200 dos 497 municípios do estado decretaram situação de emergência no Rio Grande do Sul em decorrência da estiagem, sendo que 52 já foram homologadas pelo estado e 47 reconhecidas pela União. Segundo a Emater-RS, que presta serviços de assistência técnica e extensão rural a agricultores do estado, 195 mil propriedades registravam perdas na agropecuária por conta da estiagem, dados coletados até o dia 7 de janeiro.

Durante a visita, a ministra esteve acompanhada pelo vice-governador do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior, já que o governador do estado, Eduardo Leite, está com covid-19. Nesta quarta pela manhã, ambos se reuniram com lideranças locais em um auditório da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões junto com equipes técnicas do ministério e da secretaria estadual de Agricultura.

Durante a visita, a ministra falou que ainda não é possível mensurar os prejuízos que foram provocados pela estiagem no estado. “Ainda não podemos dar números. Há lavouras que se recuperam, outras não, ainda pode chover, são graus diferentes de recuperação de lavouras. Temos de acompanhar, de monitorar, e fiz questão de vir aqui para vermos o que já podemos propor para mitigar os problemas que os estados enfrentam. Não queremos que as pessoas abandonem a produção. Procuraremos minimizar, não resolveremos tudo, mas minimizar, se agirmos rápido e agora”, explicou.

Até esta quinta (13), estão previstas visitas da ministra nas cidades de Chapecó (SC), Cascavel (PR) e Ponta Porã (MS) para avaliar os problemas provocados pela estiagem.

Governador

Embora afastado das atividades presenciais por causa da covid-19, o governador Eduardo Leite encaminhou à ministra um ofício informando que a maioria dos municípios do estado dependem da agropecuária e que a estiagem provoca grandes prejuízos para a economia do estado, considerando que o agronegócio é responsável por mais de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual e 60% das exportações do Rio Grande do Sul.

“Positivado para covid-19, não pude acompanhar a ministra Tereza Cristina em visita às regiões mais atingidas pela estiagem. Mas conversei com ela ontem (terça) à noite e encaminhei, pelas mãos do vice-governador, ofício com as demandas do Rio Grande do Sul ao governo federal pela situação de emergência”, escreveu Eduardo Leite em suas redes sociais.

O documento reúne, segundo o governo, demandas do estado, consolidadas após conversas com representantes de entidades rurais, prefeitos e deputados estaduais e solicita, entre outras coisas, que sejam viabilizados recursos federais para subsidiar juros das operações de crédito rural na agricultura familiar e para fortalecer o Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

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