Jair Bolsonaro (PL) foi eleito em 2018 após derrotar em segundo turno o petista Fernando Haddad, interrompendo um ciclo de vitórias do PT que vinha desde 2002. À época, o discurso de Bolsonaro era em defesa da Constituição, da democracia e da liberdade. Porém, ao longo do mandato, a realidade mostrou-se bem diferente do discurso, haja vista os ataques que faz a tudo e a todos que contrariam suas vontades.

Bolsonaro, que foi considerado a salvação do Brasil após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), aparece atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em todas as  pesquisas de intenções de voto. Ou seja, o Brasil hoje vive cenário político inverso ao das eleições de 2018. Antes Bolsonaro foi visto como única opção para acabar com o “reinado” petista e com a corrupção. Hoje Lula é aclamado como solução para dar fim a um governo que até agora não mostrou a que veio.

Entre as maiores conquistas de Bolsonaro está o isolamento do Brasil frente a outros países em função de  declarações e posturas que não condizem com um chefe de Nação, haja vista o vexame que foi a participação na Cúpula do G20, em que foi o único presidente sem agenda com outros mandatários. À exceção foi o presidente italiano, Sergio Mattarella, anfitrião do evento que, pela força do protocolo, não conseguiu fugir da reunião com o brasileiro.

Bolsonaro venceu as eleições, mas não soube o que fazer com o “brinquedo gigante” que ganhou em 2018. Perdido em meio à queda na popularidade, ao desemprego e à inflação crescente, o presidente, como criança birrenta, ataca instituições e imprensa para minimizar sua incompetência em relação às questões econômicas e sociais do país.

O presidente governou o Brasil em prol de suas vontades e de seus rebentos. Tentou interferir na Polícia Federal para proteger os filhos e aliados. Demitiu ministros que não compactuaram com suas ideias, como  Luiz Henrique Mandetta, que comandou a Saúde, e Sergio Moro, ex-ministro da Justiça, os quais devem enfrentá-lo nas urnas este ano.

As posturas inflexíveis  quanto à eficácia da vacina e displicente diante das tragédias, como da Bahia, os ataques à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) fomentam ainda  mais o isolamento político de Bolsonaro, o qual ele insiste em não ver, assim como as mortes em decorrência da covid-19.

Cheio de acusações não fundamentadas quando acuado, Bolsonaro traz de volta  a todo momento o episódio da facada que levou durante a campanha eleitoral, ataca o sistema de urnas eletrônicas  e os integrantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao STF. Aqui cabe a ressalva de que Bolsonaro ataca o sistema que o elegeu.

Os arroubos de Bolsonaro devem piorar com a proximidade das eleições, o que pode prejudicar ainda mais o personagem à lá Jeca Tatu que o presidente criou para se aproximar dos brasileiros incautos. De carismático, em pouco mais de três anos Bolsonaro se transformou em caricato, beirando a sociopatia.

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