No dia 8 de março de 2021, um casal entrou às pressas em um hospital na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A mulher carregava nos braços um menino de tenra idade que, de acordo com o boletim médico, já havia chegado na unidade em estado de rigidez cadavérica.
Eram Henry Borel, de apenas quatro anos, e sua mãe, a professora Monique Medeiros. O homem que os acompanhava era o padrasto do garoto: o então poderoso vereador carioca Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho. Um mês depois, os namorados foram presos sob acusação de assassinar e torturar a criança.
Nesta terça-feira completou-se um ano da morte do menino. Em conversa com a Sputnik Brasil, o engenheiro Leniel Borel, pai de Henry, questiona o que aconteceu no apartamento onde estavam o garoto, sua mãe e seu padrasto.

“Quem pode contar a verdade são apenas os dois. O que aconteceu lá dentro do apartamento só eles podem dizer. Eram dois adultos e uma criança que saiu de lá morta. Olhando as mídias, eu acredito que Monique tenha participado do crime naquela noite”, desabafou.

Borel acredita que ambos os réus serão condenados em júri popular, além de se posicionar contrário ao pedido de suspeição da juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio.
“Acredito na Justiça. O promotor Fábio Vieira, do Ministério Público estadual, é confiável e implacável”, analisou.
O pedido de suspeição da juíza foi feito pela defesa do ex-vereador, que foi cassado após ser preso no ano passado.
Tanto ele quanto Monique Medeiros declaram inocência diante das acusações, mas a Polícia Civil do Rio tem convicção absoluta de que ambos são os responsáveis pelo assassinato de Henry.
O processo está na fase final das audiências preliminares na corte, onde são ouvidastestemunhas de acusação e da defesa, além dos próprios acusados.
Jairinho, que era enteado da criança, optou por não depor no dia 9 de fevereiro – ainda não há data marcada para que ele seja ouvido. Monique, por sua vez, falou por cerca de dez horas.
“Só meu filho, Deus e Jairinho sabem o que aconteceu naquela noite”, disse a mãe do menino em juízo, alegando que estava dormindo sob efeito de remédios dados pelo político.
Quando a primeira fase se encerrar, a juíza deve decidir sobre a absolvição sumária ou a pronúncia dos réus.
No último caso, eles serão levados a júri popular. Independentemente do resultado, a dinâmica do que ocorreu naquela madrugada ainda é um mistério que não foi desvendado pelas autoridades.
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