Qual a qualidade do ar que as crianças respiram? E qual o impacto disso na saúde delas? Que iniciativas podem ser feitas para melhorar esse panorama? Foi para responder essas e outras perguntas que a Prefeitura de Diadema aceitou fazer parte do projeto Novo Ares: a Importância da Primeiríssima Infância, iniciativa inédita e pioneira coordenada pela entidade chilena Fundação Horizonte Cidadão, com apoio da Pontifícia Universidade Católica de Valparaiso. Ao todo, 24 cidades latino-americanas e caribenhas receberam monitores de qualidade do ar da Fundação para serem instalados em instituições de ensino infantil escolhidas pelos líderes locais. Em Diadema, cinco creches receberam os equipamentos entre dezembro de 2021 e março de 2022.
No Brasil, o Núcleo de Apoio à Pesquisa (NAP) Escola da Metrópole da Universidade de São Paulo (USP) é parceira do projeto, que está sendo desenvolvido em Diadema e no Rio de Janeiro. Os resultados preliminares do levantamento sobre a qualidade do ar foram apresentados nesta segunda-feira (27), no Teatro Clara Nunes, no Centro de Diadema, para professores e gestores da rede. O evento contou com a presença da professora doutora Ana Estela Haddad, responsável pela coordenação geral do projeto, e palestra do professor doutor Paulo Fochi, docente do curso de Pedagogia e coordenador do curso de especialização em Educação Infantil da Unisinos.
O prefeito José de Filippi Júnior destacou que as pastas de Saúde e Transportes e Mobilidade estão comprometidas, junto com a Secretaria de Educação, para enfrentar a questão e melhorar a qualidade do ar não apenas no entorno das creches, com em todo o município. “O transporte público é o maior vilão da poluição do ar e já estamos discutindo a eletrificação de uma linha de ônibus da cidade como o passo inicial para melhorar a qualidade do ar”, afirmou. O prefeito destacou ainda que o governo tem investido em ciclo faixas e ciclovias como forma de incentivar meios de transporte não poluentes.
A partir dos dados que foram coletados das creches Marcia Maria Rodrigues Silva, no Centro; Eva Maria e Lázara Silveira Pacheco, no Campanário; Carolina Maria de Jesus, no Inamar; e Herbert de Souza, no Taboão, professores, gestores e a administração municipal como um todo vão pensar soluções como a criação de paredes verdes, aumento de áreas permeáveis no entorno das escolas e conscientização da comunidade escolar sobre medidas que podem reduzir a emissão de gases de efeito estufa. “Vamos fazer uma construção coletiva em torno do sujeito de direitos que é o bebê, agora também sob o prisma da saúde”, destacou a secretária de Educação de Diadema, Ana Lucia Sanches.
Ana Estela ressaltou que trazer o projeto para Diadema é uma grande alegria, pelo comprometimento da gestão do prefeito José de Filippi Jr e de toda equipe com os direitos da primeiríssima infância (crianças de 0 a 3 anos). “As crianças pequenas são mais suscetíveis aos efeitos da poluição. Questões como baixo peso ao nascer, prematuridade e doenças como pneumonia estão diretamente relacionadas com a má qualidade do ar”, pontou. “A partir dessa medição, que considera indicadores oficiais como os da Cetesb, poderão ser construídas soluções conjuntas com a comunidade”, concluiu.
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