Nigel Mansell quase imbatível

A temporada de 1992 da F1 foi marcada pelo domínio pleno da equipe Williams, que com o magnífico trabalho do mago da aerodinâmica, Adrian Newey, que construiu aquele que foi conhecido como o carro de outro planeta.

Nigel Mansell, no início da temporada, já possuía números de um grande campeão, tinha conquistado até então 31 vitórias na F1, contra 44 de Alain Prost, 23 de Nelson Piquet e 33 de Ayrton Senna, além de ter passado por equipes como a Lotus, Williams e Ferrari, retornando a Williams em 1991.

Com um carro extremamente superior aos demais do grid, o inglês Nigel Mansell, ao lado de seu companheiro de equipe, o italiano Ricardo Patrese, viu que tinha chances reais e concretas de conquistar seu tão sonhado título mundial, uma vez que ele já tinha conquistado 3 vezes o vice campeonato mundial, perdendo para o francês Alain Prost em 1986 e para os brasileiros Nelson Piquet, seu companheiro de Williams em 1987 e em 1991 para Ayrton Senna.

Mansell começou a temporada de 1992 de forma avassaladora, vencendo de cara as 5 primeiras corridas do calendário: África do Sul, no circuito de Kyalami, México, corrida que marcou o 1° pódio do alemão Michael Schumacher na F1, com um P3 com a Beneton, Brasil, Ímola e Barcelona.

A 6ª etapa da temporada, dia 31 de Maio em Mônaco foi o ponto alto da disputa do título, após 4 vitórias de Ayrton Senna em Mônaco, Mansell com sua Williams praticamente imbatível, viu que teria chance de destronar Ayrton Senna no Principado, e tudo parecia correr conforme o esperado, pole position, liderando de ponta a ponta, quando em uma parada de boxes, problemas com o Leão, a Williams perde tempo na troca e reabastecimento e Mansell cai para 2°, Senna liderava.

O que se viu dali em diante foi um show de pilotagem dos dois pilotos que brigavam pela vitória, Mansell candidato ao título e Ayrton buscando sua 1ª vitória na temporada de 1992. Após tensas e longas voltas de Mansell atacando por todos os lados e Senna se defendendo da forma que podia, com os recursos limitados de sua McLaren, conseguiu segurar Mansell e venceu pela 5ª vez em Mônaco, Mansell em 2° estava extremamente esgotado fisicamente, mas era o 6° pódio de Mansell na temporada, sendo 5 primeiros lugares e 1 segundo.

O que se viu no restante da temporada foi a imensa superioridade da equipe Williams, mesmo com a pole de Senna e vitória de Gehard Berger no GP do Canadá, em Montreal, nada parecia atrapalhar o caminho do inglês da Williams que ao vencer de forma seguida os grandes prêmios da França, em Magny Cours, Inglaterra, em Silverstone, diante de seu público e Alemanha, em Hockenheim, caminhava a passos largos rumo ao seu sonhado título mundial.

Ao vencer o GP da Alemanha em Hockenheim, Mansell alcançava a 8ª vitória na mesma temporada, igualando o recorde de Senna de 8 vitórias na mesma temporada, ao vencer o Grande Prêmio do Japão de 1988, em 30 de Outubro, no Circuito de Suzuka.

Dia 16 de Agosto, Grande Prêmio da Hungria, Circuito de Hungaroring, Mansell não se arriscou muito para conquistar a vitória na prova, pois mesmo com uma vitória de Senna, o título do inglês na temporada de 1992 estaria sacramentado, e foi o que aconteceu. Ayrton ganhou o GP da Hungria pela 3ª vez e com um 2° lugar, o Leão Nigel Mansell pôde enfim soltar o grito, ou melhor, o rugido de campeão mundial de F1, de 1992.

No pódio, ao parabenizar Mansell pelo título, Senna lhe disse: Agora você entende por que eu faço tudo que faço para chegar a um momento como este? Mansell extremamente feliz e emocionado no pódio da F1, pela 1ª vez como campeão mundial de F1.

O restante da temporada o que se viu foi uma alternância de pilotos pelas vitórias faltantes na temporada. Em SPA Francochamps, na Bélgica, vimos o impressionante acidente do francês Eric Comas nos treinos e a atitude heroica de Ayrton Senna indo socorrer o piloto francês e desligando o motor de seu carro, que poderia ter causado uma explosão, e consequentemente uma tragédia. Após este grande susto, vimos a 1ª das 91 vitórias do alemão Michael Schumacher na F1. No Grande Prêmio da Itália, no circuito de Monza, vimos a 3ª e última vitória de Ayrton Senna na temporada de 1992, e a 2ª em Monza.

O Grande Prêmio de Portugal, no circuito de Estoril, a F1 presenciou a quebra de um recorde, do número de vitórias na mesma temporada, pois Mansell vencia pela 9ª vez em 1992, superando as 8 vitórias de Ayrton Senna em 1998.

Finalizando a temporada com os Grandes Prêmios do Japão, em Suzuka e da Austrália em Adelaide, vimos a 6ª e última vitória do italiano Ricardo Patrese na F1, no Japão, ele que em 1993 se juntaria a Michael Schumacher na Beneton e na Austrália, vitória do austríaco Gehard Berger, que se despedia da McLaren, e retornaria à Ferrari, se juntando ao francês Jean Alesi, em 1993.

Após o título mundial de 1992, Nigel Mansell se retirou da F1 e foi respirar novos ares nos EUA, na Fórmula Indy, onde se sagraria campeão da temporada de 1993 pela equipe Newman Haas, sendo o primeiro a conquistar o título em sua estreia na categoria.

Ao final de 1992, Mansell deixava a F1 com 30 vitórias e o seu tão sonhado título mundial, sendo neste ano, o rugido mais alto do primeiro e único Leão na F1.

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4 comentários em “F1: 1992 – O ano do Leão”

  1. Para mim, 1992 foi o último ano em que a Fórmula 1 foi perfeita ou quase perfeita, com os carros totalmente bonitos e maiores para a época (isto é, quando o Ayrton Senna defendia o seu terceiro e último título mundial, mas quase só comeu poeira com aquela McLaren meio manca [e de bico mais arredondado], e o Nigel Mansell, como exemplificou o texto, mandou ver e foi campeão mundial pela única vez, com aquela Williams sobrenatural), e um regulamento bem mais simples em relação ao atual; tanto que para mim aquele ano (1992) também foi o auge ou apogeu absoluto da humanidade ou, se for o caso, da humanidade terrestre (isto é, quando a humanidade ou, se for o caso, a humanidade terrestre esteve melhor ou menos pior desde que ela começou, sabe-se lá realmente quando e onde).
    No mais, parabéns para o ”Leão” Mansell.

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