Instituição recebeu pedido do CEMAVE, órgão do Governo Federal para abrigar as aves; programa de reprodução pode ajudar fornecendo animais para reintrodução na natureza

O Zoológico de São Paulo acaba de inaugurar o Centro de Conservação ararinha-azul. A instituição foi escolhida para abrigar 27 animais desta espécie, uma das mais raras do mundo.

“O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres – CEMAVE, órgão especializado do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), do Governo Federal, nos procurou a fim de verificar se poderíamos abrigar temporariamente alguns indivíduos. Foi então que tomamos a decisão de não só atender este pedido de abrigo, mas criar um centro para manutenção e reprodução da espécie para trabalhar com elas a longo prazo”, explica a bióloga responsável pelo setor de aves, Fernanda Vaz Guida.

O novo espaço, construído exclusivamente para as ararinhas, possui 900 metros quadrados e conta com salas de incubação de ovos, “maternidade” com controle de temperatura e iluminação, sala para atendimento veterinário, além de cozinha e escritório. O local ainda possui ambientes para as aves com espaços cobertos e ao livre com capacidade para abrigar até 44 ararinhas.

O objetivo do centro é oferecer os mais altos padrões de cuidado para os animais existentes e fomentar sua reprodução para, futuramente, possibilitar o retorno de indivíduos para a natureza. O grupo do zoológico é composto por seis casais, dos quais um é recém-formado. Os outros 15, são jovens e ainda vão alcançar a maturidade sexual.

Atualmente, a ararinha-azul é considerada “Extinta na natureza” de acordo com a Lista Vermelha Global de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza – UICN e categorizada como “Criticamente em Perigo de Extinção” (CR) na Lista Brasileira Oficial de Espécies Ameaçadas de Extinção.

Em todo o globo, a população atual de ararinhas-azuis mantidas sob cuidados humanos conta com aproximadamente 334 indivíduos dos quais, 85 estão em instituições no Brasil. O zoológico hoje é responsável pelo cuidado de 27 destes animais, ou seja, aproximadamente 30% da população mundial.

Cerimônia e visita ao centro de conservação

Na última sexta-feira (3), o Zoológico SP realizou a cerimônia de inauguração do novo espaço. Estiveram presentes a presidente da Associação de Zoológicos e a Aquários do Brasil (AZAB), Nancy Marya Banevicius; o diretor do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Marcelo Marcelino; a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Governo do Estado de SP, Natália Resende; o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), André do Prado; o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco e o sócio e CEO da concessionária responsável pelo Zoo SP, Cristiano Schaefer Buerger.

Durante o evento, o diretor Marcelino agradeceu ao “acolhimento, rapidez e eficiência do zoológico de São Paulo ao atender o pedido referente as ararinhas-azuis. Fizemos contato com o Zoo SP e já tomaram a decisão desta grande iniciativa de criar o centro de conservação”.

Cristiano Buerger, CEO do Zoo, destacou “quando começou o processo de concessão, confesso que era um sonho. O Zoo de São Paulo é uma grande responsabilidade para gente, são 66 anos de história com pessoas que são apaixonadas pelo que faz. Nossa responsabilidade é trazer conhecimento e estrutura para os visitantes” e lembrou que novos investimentos, da ordem de R$200 milhões, serão destinados à instituição.

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