Na edição anterior abordamos o impacto do Open Bank sobre as Small Caps, nesta séria já abordamos as Fintechs e as Blue Chips do setor financeiro, hoje abordaremos as queridinhas do mercado: o Banco Santander, Banco do Brasil e Itaúsa, poderiam estar nesta lista o Banco Itaú ou Bradesco mas estes já foram abordados nas Blue Chips.

O Banco Santander Brasil é uma subsidiária do Banco Santander espanhol e entrou em operação no Brasil e 1982,  realizou diversas aquisições como Banco Meridional, Banco Bozano, Simonsen, no ano 2000 venceu o leilão do Banespa com 531 agências, sete anos depois sua maior aquisição foi o holandês ABN AMRO Bank na ordem de 71 bilhões através do consórcio com os bancos Fortis e RBS, além de adquirir o Banco Real, Antonvenetta na Itália,  constituir a Olé Consignados com banco Bom Sucesso, também adquirir a GetNet empresa fornecedora de máquinas de cartões e soluções de processamento eletrônico. O Santander que foi um dos bancos que mais valorizou após os circuit breakes da pandemia e um dos que menos sofreu diante de todo cenário desfavorável com as Fintechs, Pix e Open Bank.

JW NEWS: SANB11 W (Investing)

Abriu seu capital na bolsa em 2010 com os resquícios da crise dos títulos de subprimes cotado na faixa dos R$12,00, chegou a ser cotada à R$14,41 neste mesmo ano e R$7,40 em 2011, andou de lado até 2016 até iniciar o ciclo de alta valorizando 521% até 2020, com a chegada da pandemia perdeu 55 % do valor de mercado, mas em Janeiro de 2021 quase atingiu seu valor máximo, hoje parece estar em zona de consolidação para realizar movimento de alta, mas nenhum analista poderia fazer esta afirmação, principalmente se romper os suportes S1 e S2 diante do cenário atual.

O Banco do Brasil fundado em 1808 é a maior instituição financeira do país com ativos na ordem de 1,437 trilhão de reais, com 15.133 pontos de atendimento, sendo 5.429 agências e está presente em mais de 21 países. Tem como subsidiárias o BB Seguridade, Banco BV, Banco Patagonia, Banco do Brasil Américas, BB Tecnologia e Serviços, Cielo e Elo Par, além do destaque no financiamento do agronegócio.

O Banco do Brasil abriu seu IPO em 1992, podemos observar no gráfico que superou todas as crises anteriores, como em 2002 com a eleição do Lula subiu +1000%, com a do subprime em 2008 subiu+377, a crise Dilma de 2014 à 2016 subiu +385%, sempre rompendo suas máximas anteriores. Mas desde a pandemia o banco não recuperou seu valor de mercado, este é um dos períodos mais longos de acumulação caso suba rompendo a resistência R1, ou distribuição caso rompa o suporte S1 que está sendo testado. Diante do cenário atual é impossível apontar uma direção diante as dificuldades a serem superadas, os bancos privados geralmente são mais ágeis na oferta de crédito principalmente com a abertura dos dados do cliente através do Open Bank, o Banco Bradesco e Santander entraram na briga pelo agronegócio que sustenta o PIB do país, só neste ano acumula perda de 28% o BB conseguirá superar mais uma crise como as anteriores…

JW NEWS: BBAS3W (Investing)

Enfim de todas as queridinhas do mercado a Itaúsa é uma das mais preferidas do investidor brasileiro, é uma holding com participação acionária em empresas como Banco Itaú que afeta diretamente suas cotações, além de Alpargatas, Duratex, Copagaz e NTS gasodutos com menos impactos nas cotações, tornou-se conhecida no mercado pelos generosos dividendos, hoje nem tanto interessante na ordem dos 2,9% a.a.. Estará a Itaúsa perdendo a mão nos investimentos ou apenas passando por mais uma crise.

Podemos observar no gráfico que a Itaúsa é um ativo menos volátil comparado as outras instituições, perde menos valor de mercado na correções, porém sobe menos nos ciclos de alta, o rompimento do resistência R1 teoricamente levará o ativo a próxima resistência cujo rompimento sólido poderá iniciar novo movimento de alta, mas tenham muita atenção aos famosos topos duplos. Caso rompa o suporte S1 teoricamente buscará o suporte S2 cujo rompimento poderá levar a cotação a preços atraentes aos compradores de barganhas.

JW NEWS: ITSA4M (Investing)

Durante toda a história, o setor financeiro superou as crises com fortes valorizações, mas em nenhuma delas a concorrência foi o principal problema, analisaremos os aspectos negativos e positivos.

  • Com o advento da tecnologia as margens estreitaram, as Finctechs com suas contas gratuitas dizimaram receitas e popularizaram os investimentos como fizeram a XP, BTG,  Banco Inter, Banco Modal dentre outras enquanto os grandes dormiam e não tinham produtos atraentes para as pessoas físicas.
  • Com a chegada do PIX houve mais perda de receita principalmente na pessoa física, na jurídica dependendo do valor continua melhor fazer um TED, ou seja, ou perde ou não ganha nada a mais.
  • Com a chegada do Open Bank quem optar por compartilhar seus dados poderá receber oferta de qualquer instituição financeira, a concorrência faz com que as instituições reduzam suas margens e consequentemente seus lucro.
  • Com a queda dos juros seus spreads foram reduzidos, com a subida da Selic este cenário tende a melhorar, diante de um país esfacelado pela pandemia, muitas pessoas e empresas precisam de dinheiro, poderá ser o volume de empréstimos, financiamentos e transações à salvação dos bancos.

Há muito mais aspectos negativos que positivos para o setor financeiro, antes de realizar um investimento converse com o assessor da sua corretora, estude analise fundamentalista, análise gráfica e sempre avalie a qualidade da empresa antes investir.

Na série do mês de Outubro abordaremos “A Recuperação da Economia – Parte 1 – Agronegócio” confira na próxima quarta-feira no JW News.

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Leia a 1ª Edição – Impacto do Open Bank no Mercado Financeiro – Parte 1 – Bancos

Leia a 2ª Edição – Impacto do Open Bank no Mercado Financeiro – Parte 2 – TOP 3 do INFC

Leia a 3ª Edição – Impacto do Open Bank no Mercado Financeiro – Parte 3 – Fintechs

Leia a 4ª Edição – Impacto do Open Bank no Mercado Financeiro – Parte 4 – SMALL CAPs

Séries Anteriores

Cenário Econômico – Renda Fixa não Morreu – Parte 1 

Cenário Econômico – O Impacto da Crise Hídrica no Mercado Financeiro – Parte 1

Cenário Econômico –  “O fim da Pandemia” Parte 1 – Blue Chips

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