Na edição anterior abordamos o Rally das Concessionárias que continua engatado, reflexo do Índice de Atividade Econômica divulgado ontem pelo IBGE com retração de -0,27% do PIB em setembro comparado à agosto, podemos estar diante de uma estagflação ou seja, recessão com inflação, hoje em 10,67%. Nesta edição veremos se haverá Rally de Fim de ano com as construtoras.
Começaremos com um dos índices mais descontados da B3 o IMOB, fortemente impactado pós crise de 2008 não recuperou seus níveis pré-crise e nem da pandemia conforme gráfico abaixo, composto por 26 ativos abordaremos as três construtoras com maior posição do índice.
Apesar da BR Malls ter 17% de participação do índice IMOB não à caracterizamos como construtora por atuar no segmento de shoppings, por este motivo abordamos a Cyrella com maior posição no índice com 10% de participação é a segunda maior construtora do país atuante em 16 estados além de Argentina e Uruguai. Diferentemente do índice de construção renovou máximas em 2020 pré-pandemia onde foi fortemente impactada como todos os ativos no país, com a queda dos juros recuperou valor de mercado até 2021, mas a alta da inflação levou o Banco Central elevar a taxa Selic e reverter sua recuperação conforme gráfico abaixo:
Graficamente tende a buscar o suporte S1 podendo se sustentar ou mesmo romper buscando próximos suportes, os grafistas também observarão como irá se comportar caso alcance o canal de alta. O volume do OBV demonstra que os tubarões estão se desfazendo do ativo, o RSI apesar de estar sobre vendido não é fator decisivo, pois pode continuar sobre vendido com o preço caindo.
Cotada à R$ 14,98 esta sendo negociada à 0,97 X VPA (Valor Patrimonial), PL (Preço Lucro) 6,25, ROE (Retorno sobre Capital Investido) 15,5, Margem de Lucro 18,4% com lucro líquido de 237 milhões no 3º trimestre de 2021 e incríveis dividendos de 17,7% a.a. Os dados fundamentalistas estão atraentes principalmente a alta Margem de Lucro, alto ROE e excelente dividendos, além de apresentar desconto sobre seu valor patrimonial e PL baixo. Somente os dados fundamentalistas não podem ser fator decisivo para investir, como sempre a decisão do investimento é sempre sua leitor, acompanhe as teleconferências, avalie a equipe de gestão, entenda as perspectivas da empresa e do setor sem nos esquecer que os juros estão subindo.
A MRV com 8,27% é segunda em participação do índice, com mais e 19 bilhões de ativos é a maior construtora do país, assim como a Cyrella sofreu com a crise de 2008 e com a alta dos juros, assim como se beneficiou da queda até 2021, graficamente está muito parecida com a MRV no canal de alta e logicamente ao índice devido as suas participações na carteira.
Podemos observar que testou novamente o suporte S1 cujo rompimento poderá levar aos próximos suportes, porém já foram várias tentativas de rompimento sem sucesso, assim como na Cyrella os grafistas ficarão atentos como se comportará caso busque a LTA (linha de tendência de alta) no canal. O volume do OBV demostra que os tubarões estão presentes no ativo, o RSI chegou a ficar sobre vendido, e reagiu junto com o preço porém sabemos que poderá ficar novamente sobre vendido caso o preço continue caindo.
Cotada à R$ 11,67 esta sendo negociada à 0,94 X VPA (Valor Patrimonial), PL (Preço Lucro) 8,04, ROE (Retorno sobre Capital Investido) 11,07, Margem de Lucro 9,2% com lucro líquido de 165 milhões no 3º trimestre de 2021 e pífio dividendo de 3,90% a.a. refletem o preço da sua cotação mesmo sendo a maior construtora do país. Apesar de apresentar desconto no valor patrimonial e baixo PL, a baixa Margem de Lucro, ROE e dividendo não estão atraentes para os fundamentalistas.
Fecharemos com a Eztec apesar de ser a terceira maior participação no índice com 4,72%, e não perfilar como as maiores do Brasil, a alta volatilidade do ativo pode gerar oportunidades. Sofreu também com a crise de 2008 e com a subida dos juros, se beneficiou com a queda dos juros assim como as outras, ou seja caro leitor está claro que o setor da construção é sensível a taxa Selic, conforme podemos observar no gráfico abaixo e nos ativos abordados nesta edição.
Graficamente rompeu suporte que virou resistência tendendo buscar próximos suportes, assim como nos outros ativos os grafistas ficarão atendo com o Candle (barra) a formar caso busque a LTA do canal, se romper buscará o suporte S3, mas se sustentar pode surgir oportunidades. O OBV demonstra que os tubarões estão fora do ativo, o RSI sobre vendido há semanas continua com o preço caindo assim como alertado nos ativos anteriores.
Cotada à R$19,32 esta sendo negociada à 1,0X VPA (Valor Patrimonial), PL (Preço Lucro) 8,82, ROE (Retorno sobre Capital Investido) 11,3, Margem de Lucro 48,8% com lucro líquido de 145 milhões no 3º trimestre de 2021 e pífio dividendo de 2% a.a justificam sua correção e preço de acordo com o lucro operacional. Sua cotação está sendo negociada ao seu valor patrimonial, o baixo PL e a alta Margem de Lucro são atraentes, em contra partida o pífio dividendo e o ROE baixo perante seus pares do setor afastaram o investidor como confirma o OBV no gráfico.
Já estamos em Novembro e dificilmente teremos Rally de Fim de Ano das Construtoras, para 2022 o Cenário Econômico não é dos melhores com a alta dos juros devido a inflação, baixo crescimento econômico, alto desemprego e investimentos, além de ser ano eleitoral. Não podemos nos esquecer que a pandemia avança com inverno europeu, mas o mercado costuma ser contra sensitivo, nos momentos de maior instabilidade surgem oportunidades.
Na próxima semana veremos se teremos Rally de Fim de Ano dos Shoppings?
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Edições Anteriores
Cenário Econômico – Rally de Fim de Ano – Parte 1 – Supermercados
Cenário Econômico – Rally de Fim de Ano – Parte 2 –Concessionárias
Séries Anteriores
Cenário Econômico – A Recuperação da Economia – Parte 1 – Agronegócio
Cenário Econômico – Impacto do Open Bank no Mercado Financeiro – As Queridinhas do Setor – Parte 4
Cenário Econômico – Renda Fixa não Morreu – Parte 1
Cenário Econômico – O Impacto da Crise Hídrica no Mercado Financeiro – Parte 1
Cenário Econômico – “O fim da Pandemia” Parte 1 – Blue Chips