O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi às redes sociais nesta quarta-feira (1) dizer que seu compromisso de levar um “terrivelmente evangélico” ao Supremo Tribunal Federal foi concretizado. Nesta quarta, o Senado aprovou a indicação do ex-ministro da Justiça André Mendonça ao STF. André Mendonça foi aprovado por 47 votos favoráveis contra 32 contrários.
“O meu compromisso de levar ao Supremo um ‘terrivelmente evangélico’ foi concretizado no dia de hoje (quarta). Foi uma longa espera onde 47 senadores, aos quais agradeço, entenderam ser André Mendonça uma pessoa capacitada para a missão”, postou em seu Twitter.
“Boa sorte ao mesmo nessa longa jornada na defesa da Constituição, da Democracia e da nossa vital Liberdade”, acrescentou Bolsonaro.
Após quase cinco meses de espera, Mendonça foi sabatinado no Senado nesta quarta-feira. Durante a oitiva Mendonça, que é presbiteriano, garantiu que, no STF, atuará à luz da Constituição, apesar de seus princípios religiosos. Entretanto, pouco depois, o novo ministro da cúpula do Judiciário afirmou que sua posse é um salto para os evangélicos no país.
A relatora da indicação na CCJ, a senadora Eliziane Gama, em seu parecer disse considerar a sabatina um momento importante para afirmar princípios republicanos e também para superar, segundo ela, preconceitos, muitos deles “artificiais e reforçados por falas enviesadas do próprio presidente da República”. Durante a sabatina, Mendonça defendeu o Estado laico e disse que “na vida, a Bíblia; no Supremo, a Constituição”.
Quando ocupou o cargo de ministro da Justiça, Mendonça recebeu críticas pela produção de um relatório, dentro do ministério, sobre a atuação de 579 professores e policiais identificados como antifascistas. Segundo Mendonça, o relatório não tinha cunho investigativo. Também foi criticado pelo uso da Lei da Segurança Nacional contra críticos do presidente Jair Bolsonaro. A LSN terminou sendo revogada pela Lei 14.197, de 2021.
Quem é Mendonça
André Luiz de Almeida Mendonça nasceu em Santos (SP), no dia 27 de dezembro de 1972. Formado pela Faculdade de Direito de Bauru (SP), tem também o título de doutor em Estado de Direito e Governança Global e mestre em Estratégias Anticorrupção e Políticas de Integridade pela Universidade de Salamanca, na Espanha.
Pastor da Igreja Presbiteriana, ocupou os cargos de chefe da Advocacia-Geral da União (AGU) e ministro da Justiça no governo Bolsonaro. Mendonça é casado e tem dois filhos.